Informa-me revista semanal que determinada atriz global (cujo
nome não revelo por discreção e prudência) é considerada, atualmente, símbolo
sexual do Brasil. Há cerca de 03 meses, ela e eu viajamos, lado a lado, na
ponte aérea Rio - São Paulo. Fiquei sabendo quem era, quase ao final da viagem,
quando a comissária de bordo veio pedir-lhe autografo. Não tenho o hábito de
conversar, em viagens. Mergulho os olhos, no livro ou na revista, e só os tiro,
quando o trem de pouso toca na pista. Quando nos levantamos para desembarcar,
olhei para a “nova musa brasileira”.
Se tanto, 1,60m, pesando, se muito, 50 quilos. Depois de ler a noticia,
recostei na cadeira e fiquei a recordar os “meus
símbolos sexuais”, ao longo da vida. A primeira, nos meus longínquos 15
anos, foi Brigite Bardot, com seus lábios carnudos. Lembro-me de que a conheci,
através de uma foto, em que ela aparecia com os seios à mostra. Contemplando
aquela foto, prestei reiteradas homenagens ao deus Onam. Mais tarde, fui
seduzido pelos olhos negros e o sorriso de Claudia Cardinali, isto quando o
cinema italiano “bombou”. Depois James
Bond, o primeiro e único, presenteou-me com Raquel Weich, loiríssima, coxas
descomunais, que revejo saindo do mar, olhar pidão, maiô branco colado,
mostrando a exuberância de suas formas. E, finalmente, fixei-me em Share Stone,
a rainha das coxas, com seu andar cadenciado e que, quando cruzava as pernas,
tirava-me o fôlego. Pelas nossas plagas, lembro-me de Cristiane Torloni, em uma
peça, lá pelos anos 80, em que ela saia nua, da banheira. O teatro era o “Princesa Isabel”, no Rio e, naquele
momento, o silencio ensurdeceu o ambiente. E, é claro, teve a Sonia Braga, de “Eu te amo” e “A dama do lotação”, onde ela, sem tirar a roupa, toma um banho de
cachoeira que é verdadeiro curso de doutorado em erotismo.
Ficamos todos velhos.
Mudaram os gostos e a exuberância foi substituída pela anorexia. Como tem gosto
para tudo, prefiro ficar com minhas memórias, até porque, eu mesmo, sou apenas
memória.
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