Consta do noticiário que o imprevisível Presidente da Câmara
Federal, Eduardo Cunha, vai apresentar projeto, para rever o índice de correção
do FGTS, que, hoje, remunera menos do que a caderneta de poupança que, por sua
vez, remunera menos do que a inflação. O FGTS foi criado no Governo Castelo
Branco, pela dupla Roberto Campos e Gouveia de Bulhões (acusados,
pela ‘’esquerda festiva’’ de ‘’americanófilos’’), com o objetivo de
proteger o trabalhador, com menos de 10 anos de ‘’casa’’ e, até então, despedido com pífia indenização (um salario,
por ano trabalho). O dinheiro, arrecadado com o FGTS é administrado pelo
Governo Federal e, em tese, é utilizado para financiamento da casa própria e
obras de infraestrutura urbana. Digo ‘’em
tese’’, porque não se sabe ao certo, como esses recursos são administrados.
Em passado recente, foram utilizados para financiar a Petrobrás e os
trabalhadores – investidores amargam prejuízo de mais de 50% do valor
investido, com a desvalorização das ações da companhia. Agora, anuncia-se que o
BNDES vai avançar sobre 30 bilhões do Fundo, para saldar compromissos. E o
trabalhador, o real dono do dinheiro, como fica? Simplesmente não fica, uma vez
que o acesso a ‘’seu’’ dinheiro está
adstrito a circunstâncias especialíssimas: despedida imotivada, compra da casa
própria, doença grave. E tome uma remuneração de 0,2 por cento ao mês, que,
progressivamente, vai corroendo o principal, enquanto as construtoras, que
utilizam recursos do Fundo, nas obras, vendidas no mercado, auferem lucro, não
inferior a 10% ao mês. O próprio trabalhador se quiser, por exemplo, comprar um
carro, deverá se socorrer de financiamento bancário, cuja taxa nunca é inferior
a 2% ao mês. Se o dinheiro do FGTS é do trabalhador, o lógico, no plano
jurídico e moral, é que ele pudesse dispor livremente, de acordo com seus
interesses e necessidades. Todavia, o governo – qualquer governo – parte da
presunção que o trabalhador é um perdulário, que vai dissipar aqueles recursos,
criando, posteriormente, um problema social, que recairá nas costas do governo.
Consta que, atualmente, o FGTS acumula, em caixa, cerca de 300 bilhões,
verdadeira fortuna para uma economia falida. Assim, se o projeto Eduardo Cunha ‘’não devolve o seu a seu dono’’, pelo
menos diminui a corrosão do dinheiro do trabalhador.
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