quarta-feira, 27 de maio de 2015

A legitimidade das vaias



As cabeças coroadas do petismo já não podem sair às ruas, frequentar restaurantes e nem mesmo se cuidarem em hospitais. São hostilizados, como ocorreu com os ex-ministros, Guido Mantega e Alexandre Padilha. Mantega, então comandando a Pasta da Fazenda, foi o artífice do engodo econômico, que propiciou a reeleição da Presidente Dilma, bomba de efeito retardado, que estoura, agora, nas costas do trabalhador brasileiro. E é importante esclarecer que trabalhadores somos todos nós, assalariados, profissionais liberais, empresários, que ‘’ralamos’’ todos os dias para pagarmos nossas contas e mantermos nossas famílias. Pois as consequências da irresponsabilidade econômica do ex-ministro Mantega repercute no cotidiano dos que têm seus empregos ameaçados, dos profissionais liberais que veem seus clientes escassearem, dos empresários que veem seus negócios murcharem. O Ministro Padilha foi responsável pela mais desastrosa gestão à frente da Pasta da Saúde, que relegou a plano secundário, para priorizar sua campanha a governador de São Paulo, tendo obtido pífia votação. Seu principal projeto, o + médicos, revelou a utilização, quase na condição de escravos, dos médicos cubanos, em benefício dos interesses econômicos daquele País. Por outro lado, a falta de uma politica preventiva de combate ao mosquito transmissor da dengue, resultou em inusitada propagação da doença, que alcançou nível de epidemia, ceifando milhares de vidas humanas, por todo o País. Acresce-se, a tudo isto, que ambos integram um governo e um partido politico, responsáveis pelo maior e mais longo período de escândalos financeiros da historia do Brasil. Assim, mesmo que não estivessem diretamente envolvidos em tais escândalos, integravam a orquestra. Foi contra tantos desatinos que a população saiu às ruas e bateu panelas.

Então, é de se perguntar: é justo serem tais ministros hostilizados, quando surgem, em lugares públicos? Pode-se dizer que estão sendo eles cerceados, em seu direito de ir e vir? A adequada resposta a esta pergunta só é possível, quando se mensura o nível de indignação do homem comum, que constata que o grito, que gritou nas ruas, ecoou no vazio; que o Governo, continua certo da impunidade dos reais beneficiários do ‘’petrolão’’, que a cúpula, envolvida no ‘’mensalão’’, menos de um ano após as condenações sofridas, já está em plena liberdade; que o Poder Central, que nos empurra goela abaixo esse ajuste fiscal, que nos atingirá a todos, menos aos bancos, é claro, continua com seus formidáveis quase 40 ministérios, dos quais, pelo menos, 10, não significam absolutamente nada; que representações diplomáticas, no exterior, têm sofrido corte de luz, por falta de pagamento, enquanto aviões da FAB cruzam os céus, levando mentores do governo e políticos adesistas para convescotes. Paira, no ar, no semblante e na consciência das pessoas, profunda indignação e irremovível sensação de impotência. E é esta indignação e é esta sensação de impotência que, mesmo como gota d’agua, dão legitimidade aos apupos dirigidos a Mantega, a Padilha e a outros, seus iguais, que surgirem em público. É como se dissessem: se não os posso vê-los punidos, pelo mal que fizeram ao País, pelo menos nos façam o favor de se retirarem do ambiente, que frequento e que vocês poluem com suas presenças. 

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