segunda-feira, 11 de maio de 2015

O fulgurante Delfim Netto e o tenebroso pacote fiscal


Meu prezadíssimo Ex-ministro, Delfim Netto, em todas as suas palestras e manifestações, no jornal, radio e televisão, vem repetindo, como se fosse um mantra, que o Brasil somente superará a crise econômica, gerada pela demagogia petista, necessária à reeleição da (ex) presidente Dilma, se houver substancial incentivo à indústria. O noticiário dá conta da queda, em 25%, da produção automobilística; do prejuízo acumulado pela ‘’Vale do Rio Doce’’; que o setor de auto-peças encabeça a lista das empresas com pedidos de recuperação judicial e que o BNDES, sem caixa, pretende avançar sobre recursos do F.G.T.S., para honrar compromissos inadimplidos. Dou uma olhada nas medidas, preconizadas pelo Primeiro Ministro, Joaquim Levy e, na minha confessada ignorância, nada vejo que possa incentivar a indústria nacional. Além da ‘’tungada’’ nos benefícios dos trabalhadores, o ‘’pacote Levy’’, anuncia o fim de repasses ao setor elétrico (olha mais aumento na conta de luz, ô gente!); menos benefícios para os exportadores; corte das desonerações; alta do IPI para automóveis; alta sobre produtos importados; tributação dos cosméticos e outras medidas que, por certo, atingirão o consumo e, via reflexa, o setor industrial. Tudo na contramão do que meu estimado Delfim apregoa. Outro dia, ele, que me honra, lendo estas ‘’mal traçadas’’, chamou-me de pessimista. Em respeito a sua incomensurável superioridade intelectual, eu apenas sorri. Agora, ilustre Professor, o Senhor ainda acha que a esfinge vai me devorar, ou, ao contrario, seremos todos devorados pela incapacidade de decifrar esse enigma, chamado ‘’ajuste fiscal’’?

Mesmo atrasado, parabenizo-me, comigo mesmo, pelo privilegio de, desde os longínquos anos 70, conviver com sua brilhante inteligência, sempre colocada à disposição deste indigente País.    

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