Uma das questões, que vem desafiando especialistas no
assunto, diz respeito ao comportamento do aparelho policial nas manifestações
de rua. Como reprimi-las, preservando o patrimônio publico e privado, de um
lado e a integridade física dos manifestantes, de outro? Em 2013, houve, em
nossa Capital, inúmeras manifestações, onde pessoas mascaradas depredaram
fachadas de bancos, de estabelecimentos comerciais e atearam fogo em carros
particulares, ônibus, inclusive. Naquela oportunidade a Polícia Militar foi
acusada de leniente, porque, cumprindo ordens superiores, não reprimiu a ação
dos vândalos. Há poucos dias atrás, professores, em greve, tentaram invadir o
prédio da Secretaria Estadual de Educação e, impedidos, destruíram os vidros
das janelas. No ultimo dia 29, em Curitiba, também professores tentaram
derrubar as grades, que cercam a Assembleia Legislativa daquele Estado, para
invadirem o prédio e impedirem a votação de projeto de lei que, em tese, os prejudicava.
A Polícia Militar interveio, utilizando cachorros, bombas de gás lacrimogêneo e
balas de borracha. O resultado foi 40 manifestantes e 20 policiais feridos.
O primeiro aspecto a considerar é o psicológico: o numero de
manifestantes é sempre substancialmente superior ao número de policiais.
Enquanto aqueles estão movidos pela violenta emoção, esses estão em estado de
elevado estresse, porque, treinados para reprimir, como o fazer, dependerá da
ação dos primeiros. Quando a manifestação é ordeira, tendo caráter meramente
reivindicatório, quase nunca ocorre repressão policial. Estive na Avenida
Paulista, em 25 de março, por onde circulou cerca de um milhão de pessoas e não
presenciei um único ato de violência. Ao contrario, o que se via eram manifestantes
fazendo ‘’selfies’’ com policiais. No
caso de Curitiba, como a toda ação corresponde uma reação contraria que, nem
sempre, é igual, houve feridos, de ambos os lados. O Brasil vive – e viverá –
dias difíceis, com crescentes ondas de desemprego, o que, por certo, gerará
diversificadas manifestações. Se forem essas organizadas
por Sindicatos Laborais, seria altamente conveniente, como medida preventiva,
que as respectivas lideranças combinassem com as autoridades policiais o local
e a forma dessas manifestações, direito assegurado pela nossa Constituição, mas
que não podem se transformar em balbúrdia. Dizer que a policia é despreparada,
ao se confrontar com uma multidão ensandecida, é rotunda bobagem. Estabelecido
o conflito, predominará quem tiver mais força e, infelizmente, vitimas surgirão
de ambos os lados. É assim no Brasil, nos Estados Unidos, na Inglaterra, como a
televisão, reiteradamente exibe. Prevenir, para não ser preciso remediar, eis o
princípio a que o bom senso manda obedecer.
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