quarta-feira, 13 de maio de 2015

A Repressão às Manifestações de Rua


Uma das questões, que vem desafiando especialistas no assunto, diz respeito ao comportamento do aparelho policial nas manifestações de rua. Como reprimi-las, preservando o patrimônio publico e privado, de um lado e a integridade física dos manifestantes, de outro? Em 2013, houve, em nossa Capital, inúmeras manifestações, onde pessoas mascaradas depredaram fachadas de bancos, de estabelecimentos comerciais e atearam fogo em carros particulares, ônibus, inclusive. Naquela oportunidade a Polícia Militar foi acusada de leniente, porque, cumprindo ordens superiores, não reprimiu a ação dos vândalos. Há poucos dias atrás, professores, em greve, tentaram invadir o prédio da Secretaria Estadual de Educação e, impedidos, destruíram os vidros das janelas. No ultimo dia 29, em Curitiba, também professores tentaram derrubar as grades, que cercam a Assembleia Legislativa daquele Estado, para invadirem o prédio e impedirem a votação de projeto de lei que, em tese, os prejudicava. A Polícia Militar interveio, utilizando cachorros, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. O resultado foi 40 manifestantes e 20 policiais feridos.

O primeiro aspecto a considerar é o psicológico: o numero de manifestantes é sempre substancialmente superior ao número de policiais. Enquanto aqueles estão movidos pela violenta emoção, esses estão em estado de elevado estresse, porque, treinados para reprimir, como o fazer, dependerá da ação dos primeiros. Quando a manifestação é ordeira, tendo caráter meramente reivindicatório, quase nunca ocorre repressão policial. Estive na Avenida Paulista, em 25 de março, por onde circulou cerca de um milhão de pessoas e não presenciei um único ato de violência. Ao contrario, o que se via eram manifestantes fazendo ‘’selfies’’ com policiais. No caso de Curitiba, como a toda ação corresponde uma reação contraria que, nem sempre, é igual, houve feridos, de ambos os lados. O Brasil vive – e viverá – dias difíceis, com crescentes ondas de desemprego, o que, por certo, gerará diversificadas manifestações. Se forem essas organizadas por Sindicatos Laborais, seria altamente conveniente, como medida preventiva, que as respectivas lideranças combinassem com as autoridades policiais o local e a forma dessas manifestações, direito assegurado pela nossa Constituição, mas que não podem se transformar em balbúrdia. Dizer que a policia é despreparada, ao se confrontar com uma multidão ensandecida, é rotunda bobagem. Estabelecido o conflito, predominará quem tiver mais força e, infelizmente, vitimas surgirão de ambos os lados. É assim no Brasil, nos Estados Unidos, na Inglaterra, como a televisão, reiteradamente exibe. Prevenir, para não ser preciso remediar, eis o princípio a que o bom senso manda obedecer. 

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