Como sabemos, a Presidente Dilma, acuada pela sua
incompetência administrativa e tentando salvar seu mandato, o que, a esta
altura, de nada lhe vale, dividiu o governo em duas partes: a coordenação
política transferiu-a para o vice, Michel Temer e a econômica, para o Ministro
Joaquim Levy. Para ela, sobrou representar o governo em eventos e assinar
acordos internacionais, sobre os quais ela, pessoalmente, não terá qualquer
ingerência. Melhor assim. O Brasil vive em regime hermafrodita, meio
presidencialista, meio parlamentarista. Como este é um País maluco, talvez a
coisa funcione, principalmente com o PT fora do jogo, tentando se salvar do mar
de lama, onde mergulhou. Temer é raposa felpuda, que forma com Eduardo Campos e
Renan Calheiros, verdadeiro triunvirato, experiente, em negociação de cargos e
vantagens, em troca de apoio político. Não adianta remar contra a maré, aqui as
coisas sempre funcionaram na base do ‘’toma
lá, dá cá’’. Vargas governou assim, Juscelino governou assim e Collor, por
tentar mudar a regra do jogo, foi atropelado por uma Elba. Os analistas de
plantão, que afirmavam que o ajuste fiscal não iria passar, na Câmara,
quebraram a cara, apesar de toda a conta debitada aos trabalhadores. No Senado
– apesar da aparente resistência – também vai passar, porque tudo é questão de
acertar o preço, e no que o triunvirato acima é imbatível. Diziam que o novo
candidato a Ministro do Supremo teria seu nome rejeitado. Erraram, mais uma vez
e o homem – competentíssimo, diga-se, de passagem – foi aprovado ‘’cum laude’’. Está na hora de se
entender que o governo Dilma acabou, tendo sido substituído pelo governo
hermafrodita, acima referido. A esta altura, Eduardo Cunha e Renan Calheiros já
foram excluídos da ‘’lava jato’’, que
vive seu ‘’canto do cisne’’, correndo
atrás de peixe miúdo e tudo continuará como sempre: a classe média, em todas as
suas subdivisões, pagando a conta e os banqueiros enchendo, cada vez mais, o
cofre. E quanto aos pobres, como ficarão? Ora, como sempre ficaram: morrendo,
por falta de assistência médica; morando nas encostas dos morros lambidos, de
tempo em tempo, pelas inundações; privados de educação digna; fumando crack, às
vistas da policia e ajudando a aumentar as estatísticas de criminalidade, de
sub empregos, até porque, em países subdesenvolvidos, como o nosso, pobre só
serve mesmo para estatística.
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