Graças ao empenho do Presidente da República, Michel Temer, e
a forma de conduzir a sessão, pelo Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a
primeira parte do ajuste fiscal, que mitigou direitos trabalhistas, foi
aprovada, depois de quase 10 horas de acalorados debates, por estreita maioria
de 20 votos, o que prova que a base governista estava dividida. Se o texto aprovado
vai ‘’reajustar’’ a economia do País,
o futuro no-lo dirá. Todavia, o que chama a atenção é o fato de o projeto ter
sido aprovado pelos partidos, ditos de ‘’esquerda’’
(PT e PC do B), tendo tido como seus mais ferrenhos adversários os partidos
ditos de ‘’direita’’ (PSDB e DEM).
Por óbvio, o PMDB e o PSD não integram essa dicotomia ideológica, vez serem
partidos de oportunidades, que lá estão para ‘’extorquirem’’ vantagens do governo, cada dia mais refém deles.
Também não há que se criticar o Ministro Joaquim Levy. Foi ele imposto, como
Primeiro Ministro, pelo sistema financeiro e, obediente às ordens de seus
patrões, não iria, como não vai, convidar os bancos para colaborarem no ajuste
fiscal. Apenas de passagem, merece assinalar que o Bradesco e o Itaú enunciaram
lucro, no primeiro trimestre do ano, da ordem de 04 bilhões, cada um, o que,
por simples operação aritmética, permite concluir que, juntos, terão um lucro anual
da ordem de 32 bilhões, praticamente o dobro do que se subtrairá do
trabalhador, com o projeto aprovado, ontem. Todavia, não é sobre bancos, que
pretendo falar. É sobre o paradoxo de a CUT, que sempre foi o braço sindical do
petismo, ter sido traído pelos seus próprios parceiros. Que se diga, a favor do
PT, que está ele alijado do Governo, ao qual se agarra nas bordas, qual
náufrago, em desespero, cuja nau é comandada pelo PMDB, que exige, impõe
regras, sob pena de provocar o afogamento e morte do petismo que, a meu
modestíssimo juízo, já morreu. Resta saber como se comportará a CUT, neste ‘’imbroglio’’ ideológico, para quem os
deputados cantaram, encerrada a sessão: ‘’PT
pagou com traição, a quem sempre lhe deu com a mão...’’
Coisas de republiqueta de 3° mundo.
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