Bateu uma vontade danada de falar da incongruência ideológica
do governo petista (ou peemedebista, sei lá), que vai transferindo tudo que
pode para a iniciativa privada, no afã de diminuir o rombo do Estado-Patrão.
Até a Ponte Rio - Niterói foi de embrulho. Consta que Dª Dilma até mandou
refazer o guarda-roupa, para receber o chinês bilionário que vem para comprar a
América Latina. Se ele aceitar a Petrobrás, leva de brinde o Palácio da
Alvorada para montar uma ‘’clínica de
massagem’’, no que oriental é muito chegado. Mas vou conter o impulso. Meu
irmão, ainda crédulo no lulismo, rompeu comigo. Exigiu que eu não mais lhe
enviasse meus escritos. Atira-os ao lixo, sem os ler! Agora, meu sobrinho
escreve-me para dizer que curte minhas ‘’mal traçadas’’, menos quando falo de política, porque aí,
segundo ele, sou vexame completo. Então vou à cata de outro assunto que, na
verdade, surgiu em minha cabeça, no domingo, após a missa, frequentador
habitual que o sou. Não é que o Sacerdote, homem cultíssimo, professor de
Teologia, comunicador de rara habilidade, em sua homilia (no meu tempo de
criança dizia-se ‘’sermão’’) afirma
que o céu não fica em nenhum lugar específico e é, na verdade, um estado de
espírito? Fui para casa, preparei o uísque dominical, à espera do almoço e
fiquei a pensar nas palavras do Sacerdote, que me honra com sua especial
atenção. Lá no livro do ‘’Genesis’’
está dito que, no segundo dia ‘’Deus fez uma divisão que separou a água em duas
partes: uma parte ficou do lado de baixo da divisão, e a outra parte ficou do
lado de cima. Nessa divisão Deus pôs o nome de ‘’céu’’. Na ‘’Profissão de
Fé’’, que rezamos logo após a homilia, diz-se que Cristo ‘’subiu ao céu’’.
No último domingo, celebramos a ‘’ascensão
do Senhor’’, isto é, a subida de Jesus ao céu, onde se sentou à direita de
Deus. (Isto pra meu irmão e meu sobrinho verem que, nem no céu, a esquerda tem
vez). No Evangelho de ontem, 19, ‘’Jesus
falou, elevando os olhos ao céu’’. Confesso que, na minha ignorância
teológica, só consigo ver o céu, como um ‘’lugar
físico’’, acima de todas as galáxias, habitado por poucos privilegiados que
passaram por esta vida, cheia de tentações e não sucumbiram a nenhuma delas. Por outro lado, a crer nas
palavras do meu querido Sacerdote, se o céu é apenas uma metáfora, por
conclusão, o inferno, com seus caldeirões de água fervente, com o diabo a nos
fustigar com seu tridente, também o é, vale dizer, não existe, como local
físico, o que me fez respirar aliviado, reforçando a dose de uísque. Quanto
mais velho vou ficando, maior meu temor de me apresentar ao juízo final. Sou
contumaz infrator dos 10 mandamentos e quanto aos ‘’pecados capitais’’, prefiro não os recordar, tanto neles me
atolei. Mas, se não existe, fisicamente, céu e inferno – e o purgatório,
caminho transitório, árduo e espinhoso – como será nosso julgamento final?
Preocupado com o respeito ao direito de defesa, preciso preparar a minha, que a
hora não tarda. Se condenado – e só almejo receber pena menos pesada, porque da
condenação sei que não me livrarei -, resta saber onde vou cumprir a pena.
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