O futebol que, por aqui, atingiu, nos gramados, nível de mediocridade
ímpar, demonstra que, fora das quatro linhas, vai de mal a pior, com o
envolvimento da CBF neste rumoroso escândalo internacional. Todavia, há alguns
detalhes que precisam ser esclarecidos. A CBF é entidade de direito privado,
que não recebe dinheiro publico e cujos dirigentes são eleitos pelos clubes e
pelas Federações, também entidades privadas. A CBF organizou a malfadava Copa
de 2014, supervisionada pela FIFA, mas não reformou, nem construiu os estádios,
onde os jogos foram realizados, o que ficou nas mãos do Governo Federal. E,
como em tudo o que o petismo coloca a mão se encontra maracutaia,
os bilhões despendidos em tais obras devem ser investigados pela Policia
Federal e Ministério Publico Federal. Leio na mídia que o Planalto já cogita
de, aproveitando o momento, intervir no futebol. Já imaginou se vier uma ‘’Futebrás’’, por aí, com Presidente,
Diretorias, gerencias etc? Em se confirmando os crimes, atribuídos aos atuais
dirigentes, são eles delitos comuns a qualquer delinquentes, tipificados no Código
Penal e na legislação que define os chamados ‘’crimes a tributários’’ (lavagem de dinheiro, ocultação de bens e
valores etc), aqueles de competência da Justiça Estadual, estes da Justiça
Federal. Neste jogo, o Poder Executivo não entra, a não ser como réu, quando se
apurar os empréstimos do BNDES e de outros órgãos afins, na construção das faraônicas
e inúteis ‘’arenas’’. Falar em
instalar uma ‘’CPI da CBF’’ é
excrescência do ponto de vista jurídico e inútil, do ponto de vista de apuração
de responsabilidades. Temos o exemplo da ‘’CPI
da Petrobrás'’, que caminha para a lata de lixo e que só serve de palanque político,
pois quem apurou tudo foi a Politica Federal e o Ministério Publico Federal.
Quando o legislativo se mete com o futebol, tudo desanda, a exemplo da
famigerada ‘’lei Pelé’’, que destruiu
os clubes, submetendo-os aos ‘’atravessadores’’.
Romário, que anuncia a criação da CPI, foi, sem dúvida, estrela maior de nosso
futebol, mas na verdade, quer tirar dividendos políticos do fato. O momento é
de os clubes se libertarem das regras obscuras que os impedem de manter
jogadores que formaram, nos quais investiram tempo e dinheiro, mas que
pertencem aos detentores dos tais ‘’direitos
econômicos’’. Deixemos o poder politico – executivo e legislativo – fora
das investigações, que o aparelho policial e o Ministério Público, de mãos
dadas, produzirão melhores resultados.
Agora, corrupção à parte, a intervenção norte-americana, na
base do ‘’prendo e arrebento’’, além
de representar invasão na soberania dos países, cujos membros da FIFA foram
presos, parece clara tentativa de ‘’colocar
as mãos’’, na única entidade internacional, onde aquele País não tem
qualquer influencia. Interessante observar que, pelo menos até agora, nenhum
empresário norte-americano, citado como corruptor, encontra-se preso. O futebol
já ingressa nos Estados Unidos, como um excelente negocio e, é claro, eles vão
querer, (como em tudo), ser ‘’o dono da
bola’’.
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