terça-feira, 2 de junho de 2015

O futebol ao banco dos réus

O futebol que, por aqui, atingiu, nos gramados, nível de mediocridade ímpar, demonstra que, fora das quatro linhas, vai de mal a pior, com o envolvimento da CBF neste rumoroso escândalo internacional. Todavia, há alguns detalhes que precisam ser esclarecidos. A CBF é entidade de direito privado, que não recebe dinheiro publico e cujos dirigentes são eleitos pelos clubes e pelas Federações, também entidades privadas. A CBF organizou a malfadava Copa de 2014, supervisionada pela FIFA, mas não reformou, nem construiu os estádios, onde os jogos foram realizados, o que ficou nas mãos do Governo Federal. E, como em tudo o que o petismo coloca a mão se encontra maracutaia, os bilhões despendidos em tais obras devem ser investigados pela Policia Federal e Ministério Publico Federal. Leio na mídia que o Planalto já cogita de, aproveitando o momento, intervir no futebol. Já imaginou se vier uma ‘’Futebrás’’, por aí, com Presidente, Diretorias, gerencias etc? Em se confirmando os crimes, atribuídos aos atuais dirigentes, são eles delitos comuns a qualquer delinquentes, tipificados no Código Penal e na legislação que define os chamados ‘’crimes a tributários’’ (lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores etc), aqueles de competência da Justiça Estadual, estes da Justiça Federal. Neste jogo, o Poder Executivo não entra, a não ser como réu, quando se apurar os empréstimos do BNDES e de outros órgãos afins, na construção das faraônicas e inúteis ‘’arenas’’. Falar em instalar uma ‘’CPI da CBF’’ é excrescência do ponto de vista jurídico e inútil, do ponto de vista de apuração de responsabilidades. Temos o exemplo da ‘’CPI da Petrobrás'’, que caminha para a lata de lixo e que só serve de palanque político, pois quem apurou tudo foi a Politica Federal e o Ministério Publico Federal. Quando o legislativo se mete com o futebol, tudo desanda, a exemplo da famigerada ‘’lei Pelé’’, que destruiu os clubes, submetendo-os aos ‘’atravessadores’’. Romário, que anuncia a criação da CPI, foi, sem dúvida, estrela maior de nosso futebol, mas na verdade, quer tirar dividendos políticos do fato. O momento é de os clubes se libertarem das regras obscuras que os impedem de manter jogadores que formaram, nos quais investiram tempo e dinheiro, mas que pertencem aos detentores dos tais ‘’direitos econômicos’’. Deixemos o poder politico – executivo e legislativo – fora das investigações, que o aparelho policial e o Ministério Público, de mãos dadas, produzirão melhores resultados.

Agora, corrupção à parte, a intervenção norte-americana, na base do ‘’prendo e arrebento’’, além de representar invasão na soberania dos países, cujos membros da FIFA foram presos, parece clara tentativa de ‘’colocar as mãos’’, na única entidade internacional, onde aquele País não tem qualquer influencia. Interessante observar que, pelo menos até agora, nenhum empresário norte-americano, citado como corruptor, encontra-se preso. O futebol já ingressa nos Estados Unidos, como um excelente negocio e, é claro, eles vão querer, (como em tudo), ser ‘’o dono da bola’’

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