sexta-feira, 19 de junho de 2015

O Papa Francisco brilha, mais uma vez.



Chega-me pela internet a notícia de que, em poucos dias, virá à luz encíclica papal, abordando, essencialmente, temas referentes à proteção do meio ambiente. É indiscutível que o Papa Francisco vem, até de forma ousada, atacando questões cruciais, mesmo internamente, dando ao mundo visão mais aberta, trazendo o Vaticano para fora da Praça de São Pedro. Como católico praticante, não só frequento a Igreja, mas também, por longa data, frequentei a ‘‘sacristia’’, como Ministro Extraordinário da Eucaristia. Convivi com sacerdotes cultos e outros, nem tanto; com sacerdotes vocacionados e outros indignos de se dizerem representantes de Cristo e de sua Igreja. Estes não abalaram minha fé, apenas me fizeram ter uma visão, digamos, menos xiita, de minha religião que continuo julgando ser a mais verdadeira, porque instituída pelo próprio Cristo. Leio mais, principalmente os doutores da Igreja, como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, como forma de fortalecer minha fé. Por que estou a dizer tudo isto? Porque acho extremamente importante, para nós católicos, que o Papa, como nosso líder maior, exponha os desvios do clero, mas também se imiscua em questões externas, de ordem social, econômica e, agora, as relevantes questões ambientais, mostrando as consequências danosas, para toda a humanidade, dos desarranjos desmesurados, naquilo que Deus criou e arrumou, de forma tão harmônica. Notável foi o trabalho desenvolvido por Bento XVI, talvez um dos mais cultos Sumos Pontífices da historia da Igreja Católica. Apenas de se observar que Sua Eminência priorizou o estudo e o debate das instituições religiosas. Cito, por conta própria, sua mensagem, denominada ‘’Sacramentum Caritatis’’, onde ele destaca a Eucaristia, como ‘’fonte e ápice da vida e da missão da Igreja.’’ Malgrado toda sua cultura e experiência religiosa, Bento XVI passou ao largo de questões que maculam a divindade da Igreja, como a pedofilia, a união homoafetiva, etc. O Papa Francisco não teme correr riscos e avança sobre essas questões, com posições firmes que, às vezes, assustam até a nós, cristãos que, até, pontualmente, podemos discordar dessas posições. Debater e expor estes temas, para usar a expressão do próprio Papa Francisco, ‘’é dar luz à fé’’. Em minha pequenez intelectual, leio, com restrição, a frase de Paulo ‘’acredita-se com o coração’’ (Rm 1,10). Cada vez mais, o ‘’dom da fé’’, para fortificá-la, deve passar pelo ‘’dom da razão’’, para que o desenvolvimento cientifico não seja utilizado para vilipendiar nossa credulidade na religião, que professamos. E quero crer seja esta um dos objetivos do pontificado de Francisco: demonstrar que a capacidade de criar é dom dado por Deus, porisso Suas regras não podem ser quebradas, nem seus limites podem ser ultrapassados. Assim, o equilíbrio ecológico, além de seus aspectos científicos, alcança aspectos espirituais. Não é por outra razão que o Papa afirma, nesta nova encíclica que ‘’está ela dirigida a todos que possam receber sua mensagem e crescer na responsabilidade para a casa comum que Deus nos confiou’’.
Realmente, ‘’habemus Papam’’.  

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