segunda-feira, 15 de junho de 2015

O adeus a um gênio


Pela internet recebo a noticia da morte de Zito, médio volante do Santos e da seleção brasileira, pela qual foi campeão mundial em 58 e 62. Quando vim morar em São Paulo, no começo dos anos 60, sem abdicar de minha eterna paixão pelo Botafogo, encantei-me com aquele time do Santos que, além de Zito, tinha Gilmar, Mengalvio, Coutinho, Pepe e, é claro, Pelé, o Messi da época. Ir ao Pacaembu, ver aquele Santos jogar, era obrigação dos aficcionados pelo futebol. Zito dedicou sua vida profissional ao Santos, dedicação que não existe mais, até porque os jogadores não mais pertencem ao clube, em razão dos famigerados ‘’direitos econômicos’’, em mãos de investidores, de discutíveis escrúpulos.
As pessoas têm pouca simpatia pela morte, por mais inexorável que seja ela. Eu, cá de mim, angustio-me com a morte prematura de um jovem, que ainda tenha longo caminho a percorrer. Quando, porém, alcança o ser humano, que já percorreu sua estrada, com sucesso e dignidade – como foi o caso de Zito - , não há motivos para lamentações, mas, sim, agradecimento a Deus por permitir que se tenha ficado por aqui, por tanto tempo, seguindo o caminho escolhido, vencendo os obstáculos e colhendo os frutos do trabalho executado. A experiência acumulada, o amor acumulado, por esposa, filhos e netos tudo isto é enterrado com nossos ossos, restando, de tudo, apenas a lembrança, que vai se esmaecendo, com o tempo. Não se trata de ingratidão, para com aquele que se foi, mas apenas a sequencia da ordem natural da vida, que não ilumina para trás.
Zito, de quem nunca fui próximo, ficará, em minha memória, como o artista que alegrou, durante algum tempo, minhas doces tardes de domingo.


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