Ontem, numa conversa descontraída entre pessoas de diferentes
formações profissionais e posições políticas (inclusive um petista de primeira
hora), discutíamos o momento, político e econômico, vivido pelo Brasil e quais
os entraves que nos impedem de navegar em águas, suportavelmente agitadas. Para
começar, a crise tem causa econômica ou política? Depois de acirrada discussão,
chegou-se ao consenso, que as dificuldades econômicas surgiram como
conseqüência da incapacidade política de a Presidente Dilma, mesmo antes de sua
reeleição, estruturar uma base aliada, que lhe proporcionasse condições de
governar. Seu próprio partido seguiu ‘’rachado’’
para as eleições e assim continuou, após essas, o que obrigou a Presidente a
jogar-se nos braços, nada confiáveis, do PMDB de Eduardo Cunha e Renan
Calheiros. Deflagrada a ultima fase da operação ‘’lava jato’’, ficamos sabendo que os grandes empreiteiros
envolvidos no ‘’petrolão’’, apoiavam
a ala petista, contrária a Dilma e que lançara o movimento ‘’Volta Lula’’.
Tivesse vingado tal movimento, Lula, com mais apoio e mais carisma, com
certeza, teria liquidado a eleição já no primeiro ano e, com sua reconhecida
habilidade, teria costurado uma base aliada sólida. Por outro lado, a operação
‘’lava-jato’’ ou não existiria, ou
teria conseqüências inexpressivas, alcançando, se tanto, empresários e
servidores públicos do subsolo. A vitoria de Dilma deu a ela, em um primeiro e
fugidio momento, a convicção que poderia descartar Lula e deixar sua marca no
novo governo. Só que sua marca não existia ou, pelo menos, não teve tempo de
ser registrada. A oposição interna se intensificou, a base ruiu e, em menos de
60 dias da posse, o governo restava à deriva e, para agravar o quadro,
recebendo os torpedos, disparados pelo juiz Sergio Moro. A crise econômica foi
mera conseqüência da soma de tantos desacertos. Feito o diagnostico, qual o
remédio? Nova rodada de ruidosas discussões, até que chegamos a conclusão que a
Presidente Dilma, para recuperar espaço e prestígio, terá que, em gesto de coragem
e destemor, sacrificar o maior peixe de seu santuário. Exatamente o
ex-presidente Lula, que já vem sendo poupado, desde o ‘’mensalão’’. Os fatos, objetivamente divulgados, trazem provas
incontestáveis do envolvimento de Lula, não só no ‘’petrolão’’, mas em outras áreas, nacionais e internacionais,
defendendo interesses espúrios de empresários idem. Afastados, ou mais,
imolados Lula e a banda podre do PT, Dilma terá condições de formar um grande
arco de aliança, envolvendo empresários, centrais sindicais e até partidos de
oposição que, juntos, poderão elaborar um projeto que recolocará o País no
caminho da estabilidade econômica. Dilma precisa entender que sua carreira
política termina ao final do mandato e ela não tem obrigação de ‘’fazer o sucessor’’. No momento, ela
apenas sangra, mas, se ela não estancar o sangramento, este se transformará em
hemorragia, que tem um sinônimo: impeachment, o que é ruim para ela e péssimo
para o Brasil. Estancar o sangramento só será possível com a ida de Lula, pelos
seus próprios atos, para o cadafalso. Ele irá, de qualquer forma, mas a
Presidente tem, hoje e ainda, a oportunidade de não permitir ser arrastada pelo
‘’Brahma’’.
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