Na edição de 27 de maio último, ‘’Veja’’ publicou, em suas páginas amarelas, entrevista com o biólogo
inglês, Richard Dawkins, conhecido pela intransigente defesa do ateísmo. O
entrevistado denuncia a religião – qualquer uma – como retrógrada e totalmente
incompatível com a ciência. E concluiu, afirmando que ‘’a ciência poderia ter progredido muito mais rapidamente num mundo não
religioso’’. Ao final, o entrevistador pergunta: ‘’por que existimos e por que estamos aqui?’’. E o entrevistado responde:
‘’claro que você não espera que eu
responda a essa pergunta num parágrafo, sendo que escrevi onze livros sobre
isso.’’ Não conheço o biólogo e, por óbvio, nunca li seus livros, mas não
me surpreendo que ele tenha escrito onze deles, para tentar explicar o que só a
religião, malgrado tantos séculos e tantos ‘’estudiosos’’,
explica: fomos criados por Deus, que nos deu o livre-arbítrio, para escolhermos
entre o bem e o mal. Simples, assim, sem grandes teses cientificas, que foram
sucumbindo, ao longo do tempo, sem chegar a outra conclusão. Também acho que a
‘’arvore do bem e do mal’’ é
metáfora, que representa exatamente a possibilidade de se optar por um ou
outro. A resposta às questões ‘’de onde
viemos’’ e ‘’para onde vamos’’,
não têm qualquer relevância, diante da indagação maior: ‘’como vivemos’’? Através de seus ensinamentos, gravados nos
Evangelhos, Cristo nos mostra o caminho para esta fundamental resposta. Cito
apenas um, pela sua contundência: ‘’ai de
vós, que carregais as pessoas como fardos insuportáveis, e vós mesmos, nem com
um só dedo, não tocais nesses fardos! Ai de vós, que emanais um odor semelhante
ao do sepulcro de vossos pais’’. Jesus nos conduz ao amor ao próximo, como
justificativa para estarmos por aqui. Amor que se exterioriza pelo respeito ao
próximo e de estender nossa mão, com ações concretas, em favor dos menos
afortunados. E, para agir assim, nem mesmo se precisa professar religião. Se
houver um julgamento divino, creio, não seremos avaliados pela nossa
religiosidade ou pela quantidade das orações proferidas, mas, essencialmente,
pela nossa conduta, em relação a nosso semelhante, por mais dessemelhante que
seja ele. Se o biólogo inglês, entrevistado por ‘’Veja’’, em sua extensa obra, não analisou aspecto tão essencial,
que transcende à teologia e invade o campo da moral social, por certo seus
livros perdem valor, pois são mera especulação. Até nisto, Deus demonstrou
estar muito acima de nós: passaram e passarão milênios e, como o biólogo
ilustre, jamais saberemos de onde viemos e para onde vamos. Para os que creem,
há uma porta aberta à compreensão. Para os que não creem, resta, apenas, o ‘’buraco negro’’ que, malgrado similares
pesquisas, ainda continua sem luz.
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