sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Para falar em migalhas




Estou a pensar se vale a pena chegar mais cedo ao escritório só para acessar a internet e me inteirar das ultimas noticias. Talvez melhor fora ficar a brincar com meus cachorros, que se despedem de mim, como a pedirem, ‘’fique mais um pouco!’’. Por que me assalta esta dúvida? Não é que recebo a informação de que o Supremo Tribunal Federal instaurou ação penal contra Paulo Maluf, por crime de falsidade ideológica, por ter ele omitido, em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral, a importância de 170 mil reais, gastos em sua campanha de 2010? Releio, varias vezes, a noticia, para ver se não seriam 170 milhões, mas são 170 mil reais mesmo. Estranho, porque em tempos de corrupções grandiosas, nem a justiça, nem a mídia perdem tempo e espaço, a falar de miudezas, que milhares as são. Até mesmo poucos milhões já foram desprezados, porque é época dos bilhões desviados daqui e dali. Chega ser humilhação – que pode levar o humilhado ao divã do psiquiatra – acusar alguém de uma maracutaia, envolvendo quantia tão desprezível. De qualquer maneira, considerando a espécie do crime, a pena a ele estipulada e a provecta idade de nosso ex-alcaíde, em sendo ele considerado culpado, necessariamente, será condenado a prestar serviços à comunidade. Eis aí a oportunidade de, no cumprimento de tal pena, voltar Paulo Maluf à prefeitura de São Paulo e retomar o ritmo de obras públicas, interrompidas desde quando, lá pelos meados dos anos 90, deixou a prefeitura municipal. Faço a sugestão e alguém, a meu lado, grita: - ‘’mas ele desviou milhões dessas obras.’’ Apenas respondo: ‘’Não sei, tu o dizes’’. Mas, mesmo em sendo verdade, faço a seguinte reflexão: se, com ¼ do orçamento atual, ele executou tantas obras, pelas quais passamos, necessariamente, em nosso cotidiano, para onde vai parar a arrecadação atual, quatro vezes maior e administrada pelo nosso prefeito-ciclista-pintor? Rodo a cidade, no meu fazer diário e nada vejo de novo, a não ser, é claro, as ‘’ciclo-vazias’’, que tumultuam a vida da cidade e que, agora, transformam-se, também, em meio de morte, para ciclistas e pedestres. Agora, que é perda de tempo – para o Supremo – e profunda humilhação – para Maluf – processar e ser processado pela bagatela de 170 mil reais, ah, isto é!  

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