Como já era de se esperar, a nau dos insensatos, tendo como
timoneiros Dilma, Renan e Eduardo Cunha, zarpou ontem, com a manutenção dos vetos
da Presidente que golpeou, principalmente, os aposentados e os serventuários do
Poder Judiciário Federal. Seriam esses,
no entendimento da Presidente e de seu Ministro banqueiro, os grandes algozes
do ajuste fiscal, se o veto fosse derrubado. Não sem razão o líder do ‘’MTST –
Movimento dos Trabalhadores sem Teto’’, ao declarar que o ‘’Estado brasileiro é
Robin Hood ao contrário: tira dos pobres e dá aos ricos’’. Pois não é que os
bancos aumentaram as taxas de juros, sob o olhar complacente do Banco Central?
Agora, o empresário que precisar descontar duplicata, deverá suportar taxa de
juros não inferior a 2% ao mês e a pessoa física, que precisar ‘’empinar um
papagaio’’ deve se preparar para taxa superior a 3%. Cunha e Renan garantiram a manutenção dos vetos
presidenciais e, conhecendo os mancebos, como os conhecemos, temos a certeza
que cobraram caro pelo serviço prestado. Honra façamos a esses senhores: têm
eles a coragem e a ousadia dos que se colocam acima do bem e do mal. Não se
intimidaram com os servidores, que cercavam o Congresso, reivindicando o
direito a um salário justo e, munidos de seus elmos e espadas, pelejaram a
favor da Presidente, que, com não menos despudor já anda oferecendo – como paga
inglória, Ministérios ao PMDB, mesmo os outrora pertencentes ao partido, que a
elegeu. Esposa, que abandona marido de longa data, mas que empobreceu, para se
atirar nos braços de novo amor, brotado no interesse. Não importa, para ela,
Presidente, o estofo moral dos seus aliados e muito menos importa, para ela, a
qualificação técnica dos ministros, a serem indicados por eles. Importa a ela,
e, cada vez mais, só a ela sua sobrevivência no emprego que, em momento de
equivocada confiança, foi-lhe dado pela maioria do povo. Foi-lhe dado pelos
aposentados, a quem, agora, ela vira as costas. Foi-lhe dado pelos serventuários
da Justiça Federal, a quem ela, agora, nega o reajuste de seus pífios salários.
Foi-lhe dado pelos movimentos sociais que, agora, chamam-na de ‘’Robin Hood ao
contrario’’. A Presidente, no afã de sobreviver, abandona seus companheiros de
sempre e se lança aos braços dos que só têm, como companheiros, seus próprios interesses.
Todavia – sabemos todos – essas uniões, essas adesões são caras, caras e inúteis,
porque não aumentam, ao contrario, atrofiam, ainda mais, a confiabilidade da
Presidente e, sem essa confiabilidade, não se supera essa crise econômica e a
prova disto é o progressivo aumento do dólar e o desconfortável comportamento
do mercado. E, assim, em águas revoltas, navega esta nau dos insensatos que, se
soçobrar – e tem tudo para isto – lançar-nos-á, a todos, neste mar de perigos
desconhecidos.
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