segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A saída, onde fica a saída?

Estudante, à época, do curso primário, (nome antiqüíssimo do ensino fundamental), quando tirava nota baixa, escondia-me das chineladas de minha mãe, no fundo do quintal da casa, coberto por capim alto. Esconderijo logo devassado e as chineladas recebidas, porque dadas com doçura e justiça, nunca se transformaram em lesões psicológicas e delas as lembro, até com saudade. Por que estou eu a remexer em minha caixa de recordações? Porque Dª Dilma teve a nota de seu (des)governo rebaixada, com a ameaça de, se não melhorar, rapidamente, poderá sofrer novo rebaixamento. A punição já foi aplicada: o nome do Brasil foi para o ‘’Serasa Internacional’’ e o governo não dispõe de crédito, nem para trocar a geladeira do Palácio da Alvorada. Todavia, a pergunta que paira no ar, mas com pouso definido, é: como Dª Dilma vai melhorar seu desempenho para, pelo menos, não sofrer novo rebaixamento de sua nota? A redução do número de ministérios, por mais radical que seja, terá efeito meramente simbólico, vez que a economia resultante será pífia, em relação ao tamanho do rombo financeiro existente. Além disso, sabemos bem, os beneficiários de funções gratificadas e cargos de confiança, que serão vitimados com tal extinção, são apaniguados da já frágil base aliada, que restará menos ‘’base’’ e muito menos ‘’aliada’’. A criação de novos impostos, mesmo se contar com o hipotético – e põe hipotético nisto – apoio do Congresso, não trará eficácia imediata, vez que, em respeito ao principio constitucional da anterioridade, tais novos tributos somente passarão a vigorar a partir do próximo ano. Sobrou, assim, para Dª Dilma um único caminho: aumentar as alíquotas dos impostos já existentes, solução obvia, já apresentada pelo Ministro Levy, cuja situação se assemelha à daquele jogador, que entrou em campo, nos últimos minutos da contenda, com a obrigação de virar o placar adverso, mas os companheiros recusam-se a passar-lhe a bola. E quem são esses ‘’companheiros’’? Os partidos que lhe fazem oposição; a própria ‘’base aliada’’, que não quer sofrer o desgaste político de aprovar medidas impopulares; o empresariado, já atacado pela recessão e que não suporta nem a carga tributaria existente e o povo, em geral, em cujo, digamos, ‘’anus’’ o pau acaba sempre, quebrando. Onde a saída?, pergunto a alguns amigos, empresários e economistas, de boa cepa. Os mais honestos respondem: ‘’não sei’’; outros, honestos e vividos, apenas dizem: sem aumentar impostos, melhor repetir Fernando Pessoa e esperar que se ‘’abra uma porta, ao pé de uma parede sem porta’’. Por enquanto, a ordem é sobreviver. Joaquim Levy volta à cúpula do Bradesco (de onde, aliás, nunca deveria ter saído) e Dª Dilma monta em sua bicicleta, rezando para ser atropelada e ficar em coma, pelo menos, até o réveillon. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário