terça-feira, 15 de setembro de 2015

Navegando em águas estranhas



Dados oficiais indicam que o governo gasta, cerca de 250 bilhões de reais, por ano, para pagar seus funcionários públicos, possuindo cerca de 20 mil cargos comissionados, exatamente os que podem ser suprimidos, numa ampla reforma administrativa. Se considerarmos – com otimismo – que o salário médio de cada comissionado, é da ordem de 10 mil reais, chegamos à aritmética conclusão que, na remotíssima hipótese de o governo extinguir todos os cargos comissionados, a economia conseguida seria de 02 bi, o que representaria uma pífia redução de 5% ao rombo do orçamento. Na seqüência da analise dos dados oficiais, verificamos que o governo projeta gastar, no próximo ano, cerca de 500 bilhões com a previdência social, sendo que a media de idade de aposentadoria é de 55 anos para os homens e 53 anos para as mulheres. Daí a sugestão de substituir o critério ‘’tempo de contribuição’’, por ‘’idade’’, fixando-a em 60 anos para as mulheres e 65 para os homens. A idéia pode até parecer razoável, mas só traria resultado a larguíssimo prazo, vez que, como a Constituição manda respeitar ‘’o direito adquirido e o ato jurídico perfeito’’, a nova regra apenas valeria para quem estivesse ingressando agora, no sistema previdenciário. A Constituição Federal, descendo a detalhes que melhor ficariam em lei ordinária, determinou que a União aplicasse ‘’nunca menos de 18% em educação’’ e 25% em saúde pública, o que representa alguma coisa em torno de 800 bilhões de despesa obrigatória e ‘’imexível’’, a lembrar nosso querido Ministro Magri. Acrescentem a esses números todos os necessários repasses da União aos Estados e Municípios e se chega à obvia conclusão que a conta não fecha e, para fechar, no futuro, reformas estruturais precisam ser feitas, principalmente as reformas administrativa, tributaria e previdenciária. Acontece que a Presidente, totalmente desgastada, não tem ‘’futuro’’ para implementar tais reformas. FHC, com o apoio do Congresso, ‘’queimou’’ algumas empresas públicas. Dá para imaginar se Dª Dilma resolvesse vender Furnas ou a Petrobrás? Com certeza, seria afogada no lago ‘’Paranoá’’. Eu, se fosse ela, começaria vendendo esse monstrengo, chamado ‘’Brasília’’ e levava a Capital de volta, para o Rio, que conserva os prédios dos Ministérios e o Palácio do Catete que, convenhamos, tem muito mais charme e classe do que o Palácio da Alvorada. Brasília poderia ser transformada em uma ‘’Las Vegas’’, onde poderia tudo, desde que 50% da renda fosse para os cofres da União. Na verdade, Brasília não trouxe sorte para o País. Lá, Jânio renunciou, Jango foi deposto, Tancredo morreu, Collor foi cassado. Considere minha sugestão, Presidente, ou vai tratando de aumentar logo os impostos, que foi a ultima alternativa que lhe sobrou.

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