As cassandras de plantão, com destaque para as femininas, que
integram o jornal das 20 hrs. da “globonews”,
não esconderam a decepção com a decisão do Ministro Marco Aurélio que, não só
não acatou o pedido de prisão preventiva do Senador Aécio Neves, formulado pelo
furibundo Rodrigo Janot, mas também restaurou o direito de ele voltar as suas
funções, no Senado, como representante do povo mineiro. Consta que Marco
Aurélio chamou seu colega, Edson Fachin, servidor reconhecido do petismo, e lhe
mostrou um “livrinho”, cujo título é
“Constituição Federal”, até então
desconhecido por Fachin, destacando o artigo que trata da independência dos
Poderes e da impossibilidade de o
Parlamentar ser preso, a não ser em flagrante delito, o que, por óbvio não se
aplica ao Senador pelas Minas Gerais. Fachin se comprometeu a levar o “livrinho” para casa, e Marco Aurélio,
com extrema generosidade, emprestou-lhe algumas obras de Direito
Constitucional, sendo que Fachin, por razões desconhecidas, recusou os “Estudos de Direito Constitucional”, de
autoria do Ministro Gilmar Mendes. Tão logo tomei conhecimento da notícia,
liguei para o Marco Aurélio, a sugerir-lhe que, dentre os livros emprestados ao
Fachin, constassem os “Comentários à
Constituição Brasileira” de Ives Gandra Martins e Celso Bastos. Marco
Aurélio recusou minha sugestão, argumentando que se tratava de obra de fôlego e
complexidade, incompatível com a franciscana sapiência de seu colega. Quanto ao
Procurador Janot, quero, de público, desculpar-me com ele. Imaginava eu que sua
ânsia, em processar o Presidente Temer, decorria do fato de ter sido seu
preferido, na Procuradoria Geral, preterido por Temer, ou que ele, Janot,
asfaltava sua estrada para, como salvador da pátria, ingressar na política.
Nada disso! Outro dia, proferindo palestra, Janot disse que “enquanto tiver bambu, vai ter flecha”. É
isto aí: Janot, ao que consta, tem aristocrática ascendência indígena e, tão
logo se aposentar, iniciará incansável guerra para retomar todo o Território
Nacional, devolvendo-o aos silvícolas. Passará a ser o “Cacique Janot”, primeiro e único.
Quanto às cassandras da “globonews”,
foi patético o jornal das 20 horas da última sexta-feira. Tentando noticiar as
“notáveis” manifestações contra o governo, o jornal gastou nada menos do que 05
minutos, mostrando uma lata de lixo revirada e um único homem, sangrando,
levemente, na nuca e batendo amigável papo com os policiais, entorno.
Para terminar: fala-se tanto em “ouvir a voz das ruas”. Só que, alcançado o impeachment da
presidente Dilma, a única voz que se ouve – e com muita timidez – é a dos
movimentos sindicais, que, para manterem seus feudos, são contra as reformas,
qualquer reforma, que iniciem a recuperação do País. Na última sexta-feira, na
greve, que só a “globonews” viu,
havia, na Praça João Mendes, no máximo, 20 pessoas, segurando 3 faixas, contra
as reformas. Depois de poucas horas, sem receber adesão dos populares, que
passavam, absorvidos em seus problemas, desiludidos, os animadores de greve
recolheram as faixas e desligaram o carro de som.
Com o Supremo Tribunal Federal, em recesso e o Congresso
prestes a entrar também, as revistas semanais voltarão à falta de assunto de
sempre. Sugiro que, a bem de todos, também se recolham até agosto.
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