segunda-feira, 3 de julho de 2017

Sobre Aécio e outros



As cassandras de plantão, com destaque para as femininas, que integram o jornal das 20 hrs. da “globonews”, não esconderam a decepção com a decisão do Ministro Marco Aurélio que, não só não acatou o pedido de prisão preventiva do Senador Aécio Neves, formulado pelo furibundo Rodrigo Janot, mas também restaurou o direito de ele voltar as suas funções, no Senado, como representante do povo mineiro. Consta que Marco Aurélio chamou seu colega, Edson Fachin, servidor reconhecido do petismo, e lhe mostrou um “livrinho”, cujo título é “Constituição Federal”, até então desconhecido por Fachin, destacando o artigo que trata da independência dos Poderes e da impossibilidade  de o Parlamentar ser preso, a não ser em flagrante delito, o que, por óbvio não se aplica ao Senador pelas Minas Gerais. Fachin se comprometeu a levar o “livrinho” para casa, e Marco Aurélio, com extrema generosidade, emprestou-lhe algumas obras de Direito Constitucional, sendo que Fachin, por razões desconhecidas, recusou os “Estudos de Direito Constitucional”, de autoria do Ministro Gilmar Mendes. Tão logo tomei conhecimento da notícia, liguei para o Marco Aurélio, a sugerir-lhe que, dentre os livros emprestados ao Fachin, constassem os “Comentários à Constituição Brasileira” de Ives Gandra Martins e Celso Bastos. Marco Aurélio recusou minha sugestão, argumentando que se tratava de obra de fôlego e complexidade, incompatível com a franciscana sapiência de seu colega. Quanto ao Procurador Janot, quero, de público, desculpar-me com ele. Imaginava eu que sua ânsia, em processar o Presidente Temer, decorria do fato de ter sido seu preferido, na Procuradoria Geral, preterido por Temer, ou que ele, Janot, asfaltava sua estrada para, como salvador da pátria, ingressar na política. Nada disso! Outro dia, proferindo palestra, Janot disse que “enquanto tiver bambu, vai ter flecha”. É isto aí: Janot, ao que consta, tem aristocrática ascendência indígena e, tão logo se aposentar, iniciará incansável guerra para retomar todo o Território Nacional, devolvendo-o aos silvícolas. Passará a ser o “Cacique Janot”, primeiro e único.
Quanto às cassandras da “globonews”, foi patético o jornal das 20 horas da última sexta-feira. Tentando noticiar as “notáveis” manifestações contra o governo, o jornal gastou nada menos do que 05 minutos, mostrando uma lata de lixo revirada e um único homem, sangrando, levemente, na nuca e batendo amigável papo com os policiais, entorno.
Para terminar: fala-se tanto em “ouvir a voz das ruas”. Só que, alcançado o impeachment da presidente Dilma, a única voz que se ouve – e com muita timidez – é a dos movimentos sindicais, que, para manterem seus feudos, são contra as reformas, qualquer reforma, que iniciem a recuperação do País. Na última sexta-feira, na greve, que só a “globonews” viu, havia, na Praça João Mendes, no máximo, 20 pessoas, segurando 3 faixas, contra as reformas. Depois de poucas horas, sem receber adesão dos populares, que passavam, absorvidos em seus problemas, desiludidos, os animadores de greve recolheram as faixas e desligaram o carro de som.
Com o Supremo Tribunal Federal, em recesso e o Congresso prestes a entrar também, as revistas semanais voltarão à falta de assunto de sempre. Sugiro que, a bem de todos, também se recolham até agosto.

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