A crise econômica, que
assola todos os segmentos produtivos do País, como não poderia deixar de ser,
chegou às universidades públicas,
comprometendo salários de funcionários e professores e reduzindo as já
incipientes pesquisas. A ordem é cortar custos e, em se tratando da área
educacional, isto significa cortar na própria carne. Talvez este momento
difícil da economia nacional dê-nos a oportunidade de, sem demagogia,
debatermos espinhoso tema, envolvendo o ensino superior gratuito. Por mais que
se busque, impossível encontrar fórmula, através da qual o acesso às
universidades públicas fique restrito a estudantes hipossuficientes. O
critério, único, tem que ser o da meritocracia, razão pela qual me insurgí
contra a política de quotas, instituída pela Universidade de São Paulo, pela
qual, até 2020, 50% das vagas estarão reservadas a negros e indígenas. Por
outro lado, não é necessário invocar dados estáticos para se constatar que a
maioria os estudantes, que frequentam universidades públicas, pertence às
classes média e alta, em condições financeiras de pagar pelos seus estudos,
despesas esta que, na conjuntura atual, recaem sobre o contribuinte. Não
podemos ser ingênuos em imaginar que, a curto ou mesmo a médio prazo – e falo em, no mínimo, 05 anos – haja
reversão de nossa economia e possamos voltar a crescer a uma confortável taxa
de 5% ao ano. Nem mesmo temos um candidato à eleição presidencial do próximo
ano, o que vale dizer que, tateando no escuro, desconhecemos qualquer projeto
de retomada do crescimento. Dentro deste cenário, só nos resta buscar soluções
pontuais, apagando os focos de incêndio, para que este não se irradie. Assim,
no caso específico da crise, que assola as universidades públicas, a solução
mais viável é eliminar a gratuidade, concedendo bolsas a estudantes que
comprovarem sua incapacidade de pagar. É a aplicação da velha máxima, “quem tem, põe, quem não põe, tira”. Já
se tornou acaciano dizer que o desenvolvimento de um País passa,
necessariamente, por uma boa educação, impossível de ser proporcionada sem
recursos financeiros adequados. É hora de enfrentarmos a realidade!
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