quarta-feira, 26 de julho de 2017

O urgente exercício da cidadania



Tenho ouvido de muitas pessoas, com boa formação intelectual, que estão cansadas de más notícias, que não mais suportam ouvir palavras como “corrupção”, “violência”, por isso  mudam de canal, quando os noticiários entram no ar. Sou até capaz de entender o comportamento dessas pessoas, levadas à exaustão, por notícias repetitivas, mas, por outro lado, como fazemos todos  parte dos problemas, temos, pelo menos, de nos interessar pelas soluções propostas e, as redes sociais oferecem excelente veículo para, isoladamente ou em grupo, debatermos essas propostas, até para aperfeiçoá-las. Vejamos, por exemplo, o problema da “cracolândia”, objeto de reiteradas reportagens e, malgrado as ações da Prefeitura Municipal e da Polícia Militar, resta insolúvel, porque o Poder Judiciário Paulista proíbe a remoção compulsória dos usuários de droga para centros de recuperação. Não seria o caso de se ouvir Psicólogos, Psiquiatras, profissionais ligados às áreas da saúde e assistência social, para se enfrentar tão grande problema? Vejamos, por exemplo, o problema da cidade do Rio de Janeiro, que vem sendo, progressivamente, “ocupada” por organizações criminosas, ligadas ao tráfico de entorpecentes. As ações, intentadas pelo Estado, como as “UPPs”, não resultaram em redução da criminalidade. Nós, distantes 450 quilômetros do Rio, não podemos dar de ombros e apenas dizer “o problema não é nosso”. É claro que é, vez que, por aqui, o PCC atua com a mesma desenvoltura do “Comando Vermelho”. Nossa Capital, pela sua geografia, dificulta a percepção do avanço da criminalidade, mas isto não significa que ela não esteja prestes a bater a nossa porta, onde quer que residamos. O aparelho policial, em nosso Estado, ainda funciona, mesmo precariamente, graças ao denodo da Policia Civil e da Polícia Militar, mas o nó, decorrente de salários vis, de falta de equipamentos, vai sendo apertado e, se nada for feito, logo chegará à asfixia. Quem duvida, basta entrar em qualquer dos 100 distritos policiais da Capital. Vivemos  real estado de guerra e não, adianta simplesmente “mudar de canal”, para se encontrar a paz. Quem ainda não foi assaltado, sob a mira de um revólver, que se apresente! Agradeço a Deus ter saído vivo de três deles. Na minha rua, das 06 residências, a única “virgem” é a minha e devo isto aos 07 cachorros, que a guarnecem. Já não se fala em mudar para o interior, já alcançado pelos tentáculos da criminalidade. Fala-se em mudar para Miami e, nos últimos tempos, Portugal passou a ser a “Pasárgada” dos brasileiros, desiludidos com os destinos do País. Será esta a solução? Quantos poderão buscá-la? Não basta que saiamos à rua e gritemos “fora Dilma”, “fora Lula”, “fora Temer”, “fora todo mundo” e, depois voltarmos para casa, achando que cumprimos nosso dever cívico. É claro que “soltar a voz”, manifestar indignação, é importante. Todavia, podemos muito mais: pelas redes sociais, podemos transmitir essa indignação diretamente à autoridade (in) competente. Podemos, por exemplo, encher o e-mail do Prefeito, falando dos buracos de nossas ruas, que se eternizam; dos caminhões de lixo que, na contra-mão de todas as grandes metrópoles do exterior, fazem a coleta, durante o dia, provocando desnecessários engarrafamentos; idem caminhão de carga e descarga de mercadoria. Que tal informar ao Secretário de Segurança que o Distrito Policial de seu bairro está acéfalo, por falta de pessoal e equipamentos, que, ali na esquina, funciona um ponto de vendas de drogas?
Enfim, se não queremos ou podemos nos mudar para os Estados Unidos ou Portugal, temos que, de forma dinâmica e participativa, exercer nossa cidadania.

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