Leio, sem surpresa ou indignação, que vereador e presidente
da Câmara da cidade paulista de Rosana foi afastado do cargo, porque teria
utilizado verba daquele município, em orgia com mulheres, outrora chamadas ‘’de vida fácil’’. Abro parêntesis para
contestar a expressão ‘’vida fácil’’. Alguém, em sã consciência, pode considerar ‘’fácil’’ a tarefa-ingente tarefa – de uma
garota de seus 20 e poucos anos, ir para cama com um velho babão, gordo, tendo
que fazê-lo ‘’produzir resultado’’?
Mas volto ao vereador que, cheio de juventude, ‘’de quinta para sexta foi dez muié’’, como declarou o próprio, para
inveja de todos. A notícia não diz quanto o vereador gastou, mas, tomando por
base o cambio da ‘’casa de massagem’’,
aqui ao lado, (500 reais per capita, all included), deve o nobre edil ter
desembolsado uns 5 mil reais. A meu juízo – eu que abomino ser juiz de qualquer
coisa – trata-se de ínfima importância, verdadeira gorjeta de manobrista, em
época em que os desvios já deixaram os milhões e ingressaram na casa dos
bilhões. Outra coisa: o ínclito vereador, ao invés de punido, merece ser
homenageado, pois realçou o vigor – e põe vigor nisto – do homem de Rosana. ‘’Dez muié, de quinta para sexta’’, não é
para qualquer um. Deveria ser recebido com foguetório e banda de música. Sugiro
placa com os dizeres: ‘’ao garanhão de Rosana, o povo reconhecido’’. Afinal, o
notável vereador não usou a verba do município para comprar apoio político ou
para subornar miseráveis agentes públicos. (Sim, porque somente funcionário de
ultimo escalão se submete a tão miserável propina). Não, a verba foi despendida
em ‘’alegre noitada’’ e circulou
entre ‘’10 muié’’, que a utilizaram,
por certo, comprando produtos essenciais a sua mantença. O invejável vereador
gastou suas energias – e que energias – promovendo forma de distribuição de
renda. Agora, causa-me estranheza e indignação, que a nobre conduta do
nobilíssimo vereador tenha sido descoberta porque sua conversa, com um amigo,
narrando sua proeza, fora ‘’grampeada’’,
pela polícia civil. Fica a pergunta: quem mandou grampear S. Excia.? Por certo,
um oponente e impotente adversário político, porque, como ensina o pára-choque
de caminhão, ‘’a inveja é uma merda!’’
Ao hercúleo vereador, honra e gloria de Rosana, meus aplausos e meus respeitos.
Só me resta suspirar, como o poeta: ‘’feliz
o tempo que passou, tempo tão cheio de recordações...’’
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