quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O herói de Rosana

Leio, sem surpresa ou indignação, que vereador e presidente da Câmara da cidade paulista de Rosana foi afastado do cargo, porque teria utilizado verba daquele município, em orgia com mulheres, outrora chamadas ‘’de vida fácil’’. Abro parêntesis para contestar a expressão ‘’vida fácil’’.  Alguém, em sã consciência, pode considerar ‘’fácil’’ a tarefa-ingente tarefa – de uma garota de seus 20 e poucos anos, ir para cama com um velho babão, gordo, tendo que fazê-lo ‘’produzir resultado’’? Mas volto ao vereador que, cheio de juventude, ‘’de quinta para sexta foi dez muié’’, como declarou o próprio, para inveja de todos. A notícia não diz quanto o vereador gastou, mas, tomando por base o cambio da ‘’casa de massagem’’, aqui ao lado, (500 reais per capita, all included), deve o nobre edil ter desembolsado uns 5 mil reais. A meu juízo – eu que abomino ser juiz de qualquer coisa – trata-se de ínfima importância, verdadeira gorjeta de manobrista, em época em que os desvios já deixaram os milhões e ingressaram na casa dos bilhões. Outra coisa: o ínclito vereador, ao invés de punido, merece ser homenageado, pois realçou o vigor – e põe vigor nisto – do homem de Rosana. ‘’Dez muié, de quinta para sexta’’, não é para qualquer um. Deveria ser recebido com foguetório e banda de música. Sugiro placa com os dizeres: ‘’ao garanhão de Rosana, o povo reconhecido’’. Afinal, o notável vereador não usou a verba do município para comprar apoio político ou para subornar miseráveis agentes públicos. (Sim, porque somente funcionário de ultimo escalão se submete a tão miserável propina). Não, a verba foi despendida em ‘’alegre noitada’’ e circulou entre ‘’10 muié’’, que a utilizaram, por certo, comprando produtos essenciais a sua mantença. O invejável vereador gastou suas energias – e que energias – promovendo forma de distribuição de renda. Agora, causa-me estranheza e indignação, que a nobre conduta do nobilíssimo vereador tenha sido descoberta porque sua conversa, com um amigo, narrando sua proeza, fora ‘’grampeada’’, pela polícia civil. Fica a pergunta: quem mandou grampear S. Excia.? Por certo, um oponente e impotente adversário político, porque, como ensina o pára-choque de caminhão, ‘’a inveja é uma merda!’’ Ao hercúleo vereador, honra e gloria de Rosana, meus aplausos e meus respeitos. Só me resta suspirar, como o poeta: ‘’feliz o tempo que passou, tempo tão cheio de recordações...’’

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