Nenhuma publicidade é mais eficiente do que a proibição.
Nunca se bebeu tanto nos Estados Unidos como à época da ‘’lei seca’’. No meu tempo de pré-adolescente, as revistinhas de
sacanagem – simplórios desenhos de Zéfiro – circulavam, ‘’intramuros’’, com a velocidade de foguete. Basta falar: ‘’é
proibido’’ para todo mundo querer, ver ou ter. É da natureza humana. Estou
tecer tão óbvias considerações, a respeito das manifestações de Israel contra a
(Re) publicação do livro ‘’Mein Kampf’’
(Minha Luta), escrito por Hitler em 1925, durante o período em que esteve
preso. Extinto o nazismo, em 1945, o livro passou a ser considerado ‘’maldito’’
e a proibição de reeditá-lo durou até 1975, quando voltou a circular. Bastou
Israel protestar, para seguirem várias reedições e, agora, ‘’Minha Luta’’ está ‘’bombando’’ em Portugal. O livro, se
tanto, vale tão somente como documento histórico, porque seu conteúdo é
desprovido de qualquer valor político-filosófico. Hitler, pintor fracassado,
não conseguiu ingressar na Escola de Belas Artes de Viena. Participou da
Primeira Guerra Mundial como mensageiro, no exercito alemão, tendo sido
reformado como cabo. Era inculto e não perseguia o hábito da leitura. Os
conceitos, contidos no livro, reprovariam até os candidatos ao ENEM. Transcrevo
um trecho, à guisa de exemplo: ‘’o êxito
na conquista da alma popular se logra quando, ao mesmo tempo que travamos a
batalha política em prol de nossos próprios fins, destruímos os nossos
opositores. O que as multidões querem é contemplar a vitoria do mais forte e a
destruição do mais débil.’’ Besteirol puro, a lembrar os discursos de Dª
Dilma. Na verdade, o nazismo teve dois ideólogos: Dietrich Eckart, jornalista e
escritor, ‘’guru’’ intelectual de
Hitler, a quem, inclusive, emprestava livros e dava conselhos literários e
Alfred Rosenberg, considerado ‘’a voz
filosófica do partido” e que elaborou o seu primeiro programa, que tinha,
como fundamentos, a doutrina da pureza étnica, obrigatória para todos os
nacionais – socialistas e a conquista do ‘’espaço
vital” para a Alemanha. Quanto à ‘’Minha
Luta’’, nunca teve repercussão nem dentro da Alemanha, não havendo qualquer
razão para que, 70 anos após o sepultamento do nazismo, Israel queira
promovê-lo a ‘’best seller’’.
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