Leio, com o peito estufado de orgulho, que a Presidente Dilma
assinou decreto, fixando em 880 reais o salário mínimo, a vigorar a partir de
1° de janeiro entrante. Diz o decreto que ‘’o
governo federal dá continuidade a sua política de valorização do salário
mínimo, com impacto direto sobre cerca de 40 milhões de trabalhadores e
aposentados, que atualmente recebem o piso nacional.’’ O aumento (11,6%)
foi de 92 reais. Como implicante, que reconheço ser, vou até a Constituição
Federal para ver o que diz nossa Lei Maior sobre o dito salário e, no inciso IV
do artigo 7º está gravado que o ‘’salário
mínimo (deve ser) capaz de atender às necessidades vitais (do trabalhador) e às
de sua família, com moradia, alimentação,
saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social...’’ A conta, rigorosamente elaborada
pela equipe econômica, para fixar o salário mínimo, dentro das exigências
contidas no texto constitucional, acima transcrito, antes que as maledicentes
de plantão deitem suas infâmias, é de incontestável precisão. Senão vejamos: a)
aluguel de um barraco na favela do ‘’risca
faca’’: 200 reais; b) 2 cestas básicas por mês: 120 reais; c) vestuário
comprado na feira, lembrando que a roupa do filho mais velho é herdada pelo
mais novo: 200 reais; d) sabão de côco, que serve, tanto para higiene pessoal,
quanto para lavar a roupa: 5 unidades = 20 reais; e) saúde: 0 (zero) vez que o
SUS proporciona excelente e rápida assistência médica e fornece, gratuitamente,
medicamento; f) idem para educação, aí incluído material escolar, já que, como
sabemos, a ‘’pátria educadora’’
fornece o melhor ensino publico do mundo, ao lado da Suécia e da Coréia do Sul.
Assim, somados os itens acima, forçoso concluir que o trabalhador e sua família
(mulher e dois filhos) tem um gasto mensal da ordem de 540 reais, sobrando-lhe,
ainda 362 reais para levar a patroa ao cinema ou tomar sorvete com as crianças.
Do meu ponto de vista, acho exagerado 40 milhões de pessoas esbanjando tanto
dinheiro, enquanto os Ministros, esses abnegados e desinteressados servidores
da pátria, estão sendo obrigados a viajar de classe econômica, chegando
estressados a seus destinos. Sugiro a nossa benevolente presidente que reduza
em 10 reais esse nababesco salário mínimo, dividindo o produto total de tal
redução (10x40 milhões = 400 milhões), entre seus auxiliares, como forma de
compensar-lhes o hercúleo esforço que vêm fazendo, para nos tirar a todos desta
crise a que nos mergulhou, com certeza, o regime militar e o cenário
internacional, sempre culpados por todas as nossas mazelas.
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