quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Considerações sobre o novo salário mínimo

Leio, com o peito estufado de orgulho, que a Presidente Dilma assinou decreto, fixando em 880 reais o salário mínimo, a vigorar a partir de 1° de janeiro entrante. Diz o decreto que ‘’o governo federal dá continuidade a sua política de valorização do salário mínimo, com impacto direto sobre cerca de 40 milhões de trabalhadores e aposentados, que atualmente recebem o piso nacional.’’ O aumento (11,6%) foi de 92 reais. Como implicante, que reconheço ser, vou até a Constituição Federal para ver o que diz nossa Lei Maior sobre o dito salário e, no inciso IV do artigo 7º está gravado que o ‘’salário mínimo (deve ser) capaz de atender às necessidades vitais (do trabalhador) e às de sua família, com moradia, alimentação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social...’’ A conta, rigorosamente elaborada pela equipe econômica, para fixar o salário mínimo, dentro das exigências contidas no texto constitucional, acima transcrito, antes que as maledicentes de plantão deitem suas infâmias, é de incontestável precisão. Senão vejamos: a) aluguel de um barraco na favela do ‘’risca faca’’: 200 reais; b) 2 cestas básicas por mês: 120 reais; c) vestuário comprado na feira, lembrando que a roupa do filho mais velho é herdada pelo mais novo: 200 reais; d) sabão de côco, que serve, tanto para higiene pessoal, quanto para lavar a roupa: 5 unidades = 20 reais; e) saúde: 0 (zero) vez que o SUS proporciona excelente e rápida assistência médica e fornece, gratuitamente, medicamento; f) idem para educação, aí incluído material escolar, já que, como sabemos, a ‘’pátria educadora’’ fornece o melhor ensino publico do mundo, ao lado da Suécia e da Coréia do Sul. Assim, somados os itens acima, forçoso concluir que o trabalhador e sua família (mulher e dois filhos) tem um gasto mensal da ordem de 540 reais, sobrando-lhe, ainda 362 reais para levar a patroa ao cinema ou tomar sorvete com as crianças. Do meu ponto de vista, acho exagerado 40 milhões de pessoas esbanjando tanto dinheiro, enquanto os Ministros, esses abnegados e desinteressados servidores da pátria, estão sendo obrigados a viajar de classe econômica, chegando estressados a seus destinos. Sugiro a nossa benevolente presidente que reduza em 10 reais esse nababesco salário mínimo, dividindo o produto total de tal redução (10x40 milhões = 400 milhões), entre seus auxiliares, como forma de compensar-lhes o hercúleo esforço que vêm fazendo, para nos tirar a todos desta crise a que nos mergulhou, com certeza, o regime militar e o cenário internacional, sempre culpados por todas as nossas mazelas.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário