Conta a historia (ou a lenda) que Diógenes percorria as ruas
de Atenas, com uma lanterna na mão, a procura de um homem, que fosse honrado.
Se vivesse nos dias atuais, passaria pelo mesmo drama. Com efeito, se o
Tribunal Superior Eleitoral entender que as eleições presidenciais de 2014
estão, definitivamente, contaminadas, porque os recursos para a campanha
advieram do esquema fraudulento da Petrobrás, Dilma e Temer serão apeados de
seus cargos e, no prazo de 90 dias, teremos nova eleição para presidente e vice-presidente
da república. É aí que entra o Diógenes. O cenário político nacional se nos
apresenta como um deserto de homens, de estatura moral e intelectual que, com
indispensável apoio da classe empresarial e dos trabalhadores, estanque a crise
econômica, que nos assola, e reconduza o país ao caminho do desenvolvimento.
Todos estamos de acordo que o ajuste fiscal é necessário, todavia não
depositamos confiança para que este (des) governo o faça. Por outro lado, temos
o menos confiável Congresso de nossa história. Hoje, vivemos a reboque da
operação ‘’lava jato’’ que, se por um
lado abriu perspectiva de minimizar os efeitos da corrupção, por outro lado,
mesmo indiretamente, dinamitou a Petrobrás, reduzindo seu valor a ¼ do que
valia, antes de deflagrada a operação. Lá na frente, quando a historia narrar
os dias atuais, além dos elogios a Sergio Moro e seus companheiros, terá que
contabilizar os prejuízos trazidos, os milhares de operários das construtoras
envolvidas, que perderam seus empregos, com a paralisação das obras e a
colaboração pela paralisia econômica do País. Vivemos, hoje, o que um amigo
denomina ‘’a ditadura da toga’’. É
claro que é bom termos um Poder Judiciário atuante. É nossa segurança, enquanto
cidadãos. Todavia, é muito perigoso que esse mesmo Poder, desviando-se de suas
funções constitucionais, que é de aplicar e interpretar a lei, passe a legislar
ou dar à norma interpretação diversa, daquela estabelecida pelo legislador.
Neste sentido, o ‘’manifesto dos
advogados’’ pode ter sido inoportuno, mas contém muitas verdades, que
precisavam ser ditas e precisam ser meditadas. O Brasil, neste momento, em
qualquer momento, não precisa de herói – e querem transformar Sergio Moro em
herói, como antes quiseram fazer com o ex-ministro, Joaquim Barbosa. O Brasil
precisa de um líder, acima de qualquer suspeita e que possa merecer a confiança
e respeito da população. Imito Diógenes e acendo a lanterna, a procura de um.
Quando esta, de tão gasta, ameaça apagar, identifico, a um canto, discretamente
postado, o Senador Cristovam Buarque, com sua bagagem de ex-reitor da
Universidade de Brasília e ex-governador do Distrito Federal. Emergiu, para a
vida pública, através do PT e, quando esse se desviou de sua rota ética,
abandonou-o, ou melhor, sofreu a humilhação de ser demitido do Ministério, que
ocupava no Governo Lula, por telefone. Era sério demais para viver entre
pulhas. O Senador Cristovam Buarque passa desapercebido da mídia, porque não é
homem de bravatas, nem se envolve em escândalos, mas tem a experiência
administrativa e o estofo moral para conduzir o Brasil a um porto seguro.
Diógenes, eis o homem!
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