terça-feira, 30 de junho de 2015

Dilma descasca a mandioca nos Estados Unidos


A edição do último fim-de-semana de ‘’Veja’’, reproduzida nos jornais e nas principais redes de televisão, fez com que o incêndio, provocado pela operação ‘’lava-jato’’, começasse a atingir o Palácio do Planalto. Dª Dilma, até para se proteger das labaredas, foi passear nos Estados Unidos, porque, aqui pra nós, nada tem ela de relevante a fazer por aquelas bandas. Sua agenda, naquele País, é um primor de inutilidades: vai ao teatro, depois se reúne com empresários americanos, convencendo-os que é excelente negocio investir no Brasil e depois passa o dia com Obama. De prático mesmo, só a ida ao teatro, porque duvido que haja empresários interessados em investir, onde a economia está fora de controle, a corrupção governamental é – sempre – o assunto do dia e Obama tem, sobre a mesa, assuntos tormentosos, como o terrorismo do Estado Islâmico, a crise da Grécia e a eleição americana. Consta que a Presidente programara passear de bicicleta, no ‘’Central Park’’. Cancelou o passeio pelo risco da empreitada. Não por causa de eventuais assaltos, mas, porque são férias aqui e o verão de lá atrai milhares de brasileiros que vão às compras. Imagina a Presidente ser vaiada e expulsa do parque pelos seus próprios conterrâneos? Melhor ficar no hotel e só sair para seus inúteis compromissos. Enquanto isto, o José Eduardo Martins Cardoso, com aquele ar de quem, nem ele mesmo acredita no que está falando, explica que existe um complô contra o PT e a Presidente, que a mídia torce os fatos, que o juiz Sergio Moro é truculento etc, etc. O José Eduardo bem que podia se livrar de encargo tão espinhoso. É professor universitário, inteligente, bem articulado e, pessoalmente honesto. Se o PT conseguir sair do ‘’volume morto’’, lá colocado por “Brahma” e seus asseclas, ele, José Eduardo, restará como o nome que se pode revestir de dignidade aquele partido. Completando o besteirol dos últimos dias, Dª Dilma afirmou, ontem, em Nova York que ‘’não respeita delatores, porque fui presa política, durante o regime militar. Tentaram me fazer de delatora e eu resisti, bravamente’’. Ao ouvir tal declaração, o cachorro, que, calmamente, comia sua ração, levantou a cabeça e me fez duas perguntas: estou enganado ou a Presidente está chamando o juiz Sergio Moro de torturador? E, o delator, que agora ela não respeita, não é o mesmo ‘’pessoa’’, que financiou a campanha dela, com o dinheiro desviado da Petrobrás? Como não quero me meter em briga de cachorro grande (o meu é pastor alemão), vou mandar as duas perguntas para o Planalto.

Em tempo: A propósito, indaga-se qual o ‘’cachê’’ que a Ambev está pagando a Lula para carregar, como codinome, a marca de sua ancestral cerveja.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O amargo retorno



Aquele seria um dia especial na vida de Alex. Iria, finalmente, depois de quase um ano de negociações, assinar o contrato que tornaria sua empresa fornecedora exclusiva para o nordeste, de toda a linha de produção. O contrato seria celebrado às 16 horas, em Recife, mas, por precaução, sairia, de Congonhas no vôo das 8 horas. A ansiedade não o permitira dormir, na véspera. E não era para menos: além da boa comissão, que iria receber, seria promovido a Diretor Adjunto o que representava ‘’status’’, dentro da empresa, aumento de salário e, até, cartão de crédito coorporativo. Poderia trocar o carro de Simone, sua companheira, 20 anos mais jovem e sair do aluguel. Fazia tempo que ambos namoravam um prédio, que estava sendo construído nas Perdizes, bem perto da PUC, onde estudara. Já com 50 anos, Alex voltava, de quando em vez, os olhos para o passado, ali, na Monte Alegre e adjacências, onde sonhava, um dia, morar, deixando para trás o Cambuci, com seu ar de periferia. Agora, com o novo contrato, o sonho poderia virar realidade. Este e outros devaneios perseguiram Alex pela madrugada afora, entrecortando-lhe o sono. Quando os primeiros sinais anunciaram o dia, ele se levantou para se arrumar. Não queria correr o mínimo risco de perder o vôo. Vestiu-se com esmero e, ao sair, deu um beijo em Simone que, dormindo, virou-se na cama, deixando escorregar o lençol. Como tinha o hábito de dormir só de calcinha, Alex fixou-se na rigidez do seio, à mostra, no perfeito relevo da bunda e das coxas torneadas. Conhecera-a, 5 anos antes, em um barzinho da Vila Madalena, ele já separado de Maria Claudia. Ela era cabeleireira, família e vida modestas. Rolou um papo, 3 meses saindo e depois ela foi morar com ele, naquele ancestral prédio do Cambuci. Simone era um vulcão, na cama e só isto já era suficiente para Alex se deixar dominar. É verdade que algumas coisas desagradavam Alex, como seu habito de chegar em casa em horário desencontrados. ‘’Vida de cabeleireira, meu caro’’, justificava ela. Um dia chegou uma multa de carro – o dela – do Campo Belo e ele, com muito cuidado, questionou ‘’nós moramos no Cambuci, você trabalha na Mooca, no lado oposto ao Campo Belo, como é que pode?’’ –‘’Ah, não Alex, sem esta de interrogatório. Esquece que eu também atendo a domicilio? Vou, onde me pagam’’. Alex até se envergonhou, mas, na verdade, era inseguro, a diferença de idade, a beleza de Simone. Parado, ali, ao pé da cama, contemplando aquele corpo, teve vontade de percorrê-lo com os lábios, mas... tinha o aeroporto, a viagem, o contrato. Quando voltasse, tiraria uma semana de folga e iriam para Trancoso, cujas fotos excitaram Simone. No aeroporto, surpresa desagradável o aguardava: os operadores de vôo tinham entrado em greve, por melhores condições de trabalho e os aviões restavam, inertes, na pista. A confusão era geral e ninguém dava informação precisa. Lá pelas 10 horas, a companhia comunicou que todos os vôos do dia estavam cancelados e transferidos para o mesmo horário do dia seguinte, já que a greve, apenas de advertência, era de 24 horas. Alex ligou para Recife, remarcou a assinatura do contrato para o outro dia, comunicou à empresa o acontecido, que passaria em casa para deixar a mala e pegar o carro – viera de taxi – e depois iria para lá. Alex demorou quase uma hora, na fila de taxi e, quando saiu de Congonhas, já passava do meio dia. Ao entrar no apartamento, ouviu vozes, vindo do quarto e observou bolsa e casaco atirados sobre o sofá que, por certo, não pertenciam a Simone. –‘’Talvez ela esteja de bate-papo com uma amiga...’’, pensou ele. Ao se dirigir ao quarto, cuja porta estava aberta, Alex viu uma cena que o paralisou: Simone e uma loura de seios fartos, ambas totalmente nuas, beijavam-se e entrelaçavam seus corpos, em um verdadeiro balé sexual. Ao vê-lo, Simone cobriu-se, a si e à parceira, com o lençol. Alguns segundos se passaram, todos, em sepulcral silencio. Saindo de seu estado de torpor, Alex, lágrimas escorrendo pelo rosto, dirigiu-se até a cômoda, defronte à cama, abriu a gaveta, retirou um revólver e, antes que Simone pudesse esboçar mínima reação, colocou o cano da arma dentro da boca e apertou o gatilho. Sangue e miolos tingiram o lençol que cobria Simone e sua companheira.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Dilma: Lula precisa ser imolado!



Ontem, numa conversa descontraída entre pessoas de diferentes formações profissionais e posições políticas (inclusive um petista de primeira hora), discutíamos o momento, político e econômico, vivido pelo Brasil e quais os entraves que nos impedem de navegar em águas, suportavelmente agitadas. Para começar, a crise tem causa econômica ou política? Depois de acirrada discussão, chegou-se ao consenso, que as dificuldades econômicas surgiram como conseqüência da incapacidade política de a Presidente Dilma, mesmo antes de sua reeleição, estruturar uma base aliada, que lhe proporcionasse condições de governar. Seu próprio partido seguiu ‘’rachado’’ para as eleições e assim continuou, após essas, o que obrigou a Presidente a jogar-se nos braços, nada confiáveis, do PMDB de Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Deflagrada a ultima fase da operação ‘’lava jato’’, ficamos sabendo que os grandes empreiteiros envolvidos no ‘’petrolão’’, apoiavam a ala petista, contrária a Dilma e que lançara o movimento ‘’Volta Lula’’. Tivesse vingado tal movimento, Lula, com mais apoio e mais carisma, com certeza, teria liquidado a eleição já no primeiro ano e, com sua reconhecida habilidade, teria costurado uma base aliada sólida. Por outro lado, a operação ‘’lava-jato’’ ou não existiria, ou teria conseqüências inexpressivas, alcançando, se tanto, empresários e servidores públicos do subsolo. A vitoria de Dilma deu a ela, em um primeiro e fugidio momento, a convicção que poderia descartar Lula e deixar sua marca no novo governo. Só que sua marca não existia ou, pelo menos, não teve tempo de ser registrada. A oposição interna se intensificou, a base ruiu e, em menos de 60 dias da posse, o governo restava à deriva e, para agravar o quadro, recebendo os torpedos, disparados pelo juiz Sergio Moro. A crise econômica foi mera conseqüência da soma de tantos desacertos. Feito o diagnostico, qual o remédio? Nova rodada de ruidosas discussões, até que chegamos a conclusão que a Presidente Dilma, para recuperar espaço e prestígio, terá que, em gesto de coragem e destemor, sacrificar o maior peixe de seu santuário. Exatamente o ex-presidente Lula, que já vem sendo poupado, desde o ‘’mensalão’’. Os fatos, objetivamente divulgados, trazem provas incontestáveis do envolvimento de Lula, não só no ‘’petrolão’’, mas em outras áreas, nacionais e internacionais, defendendo interesses espúrios de empresários idem. Afastados, ou mais, imolados Lula e a banda podre do PT, Dilma terá condições de formar um grande arco de aliança, envolvendo empresários, centrais sindicais e até partidos de oposição que, juntos, poderão elaborar um projeto que recolocará o País no caminho da estabilidade econômica. Dilma precisa entender que sua carreira política termina ao final do mandato e ela não tem obrigação de ‘’fazer o sucessor’’. No momento, ela apenas sangra, mas, se ela não estancar o sangramento, este se transformará em hemorragia, que tem um sinônimo: impeachment, o que é ruim para ela e péssimo para o Brasil. Estancar o sangramento só será possível com a ida de Lula, pelos seus próprios atos, para o cadafalso. Ele irá, de qualquer forma, mas a Presidente tem, hoje e ainda, a oportunidade de não permitir ser arrastada pelo ‘’Brahma’’

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Porque foi São João




Ao olhar a agenda do dia, surpreendi-me com o fato de ontem ter sido São João. Nenhum balão iluminou, qual estrela cadente, o céu, que, também, não viu o riscar dos fogos de artifício. Do Santo, alguns apenas se lembram de ter sido quem batizou Cristo e que foi concebido na velhice de Izabel, como graça de Deus. E da festa? Tem-se notícia – vaga notícia – ser o ‘’São João’’ uma das maiores festas do nordeste. Mas a mim, a data remete-me à infância, absurdamente distante. A fogueira era montada, lenha a lenha, com dias de antecedência. Aos olhos de eu menino – que teimo em conservar – atingia a uns 10 metros de altura. A excitação tirava-me o sono de véspera e o grande dia transcorria agitado, preparando os doces e a comida. Mal escurecia e lá íamos nós para o ritual de acender a fogueira: ver a madeira estalar e, lentamente, ser lambida pelo fogo. Às crianças eram distribuídos ‘’fósforos de cor’’ e ‘’espanta coió’’, uma fita de pólvora que, em se passando pela parede, produzia um barulho seco e escurecia os dedos. E havia também o ‘’traque’’ que atirávamos uns aos outros, ou os acendíamos em circulo, formando uma ‘’ciranda’’. Comíamos ‘’batata doce’’, ‘’pé de moleque’’, ‘’lombo de porco’’, até que o inicio da madrugada nos levasse, cansados, para a cama. Lembro-me de meu pai – ele também João -, sentado à distancia, apreciando nossa alegria. Sem euforia, mas, tenho certeza, com o coração transbordado, por saber que tinha nos proporcionado viver um sonho, que jamais irá se apagar de minha retina cansada.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A ciência e a crença



Na edição de 27 de maio último, ‘’Veja’’ publicou, em suas páginas amarelas, entrevista com o biólogo inglês, Richard Dawkins, conhecido pela intransigente defesa do ateísmo. O entrevistado denuncia a religião – qualquer uma – como retrógrada e totalmente incompatível com a ciência. E concluiu, afirmando que ‘’a ciência poderia ter progredido muito mais rapidamente num mundo não religioso’’. Ao final, o entrevistador pergunta: ‘’por que existimos e por que estamos aqui?’’. E o entrevistado responde: ‘’claro que você não espera que eu responda a essa pergunta num parágrafo, sendo que escrevi onze livros sobre isso.’’ Não conheço o biólogo e, por óbvio, nunca li seus livros, mas não me surpreendo que ele tenha escrito onze deles, para tentar explicar o que só a religião, malgrado tantos séculos e tantos ‘’estudiosos’’, explica: fomos criados por Deus, que nos deu o livre-arbítrio, para escolhermos entre o bem e o mal. Simples, assim, sem grandes teses cientificas, que foram sucumbindo, ao longo do tempo, sem chegar a outra conclusão. Também acho que a ‘’arvore do bem e do mal’’ é metáfora, que representa exatamente a possibilidade de se optar por um ou outro. A resposta às questões ‘’de onde viemos’’ e ‘’para onde vamos’’, não têm qualquer relevância, diante da indagação maior: ‘’como vivemos’’? Através de seus ensinamentos, gravados nos Evangelhos, Cristo nos mostra o caminho para esta fundamental resposta. Cito apenas um, pela sua contundência: ‘’ai de vós, que carregais as pessoas como fardos insuportáveis, e vós mesmos, nem com um só dedo, não tocais nesses fardos! Ai de vós, que emanais um odor semelhante ao do sepulcro de vossos pais’’. Jesus nos conduz ao amor ao próximo, como justificativa para estarmos por aqui. Amor que se exterioriza pelo respeito ao próximo e de estender nossa mão, com ações concretas, em favor dos menos afortunados. E, para agir assim, nem mesmo se precisa professar religião. Se houver um julgamento divino, creio, não seremos avaliados pela nossa religiosidade ou pela quantidade das orações proferidas, mas, essencialmente, pela nossa conduta, em relação a nosso semelhante, por mais dessemelhante que seja ele. Se o biólogo inglês, entrevistado por ‘’Veja’’, em sua extensa obra, não analisou aspecto tão essencial, que transcende à teologia e invade o campo da moral social, por certo seus livros perdem valor, pois são mera especulação. Até nisto, Deus demonstrou estar muito acima de nós: passaram e passarão milênios e, como o biólogo ilustre, jamais saberemos de onde viemos e para onde vamos. Para os que creem, há uma porta aberta à compreensão. Para os que não creem, resta, apenas, o ‘’buraco negro’’ que, malgrado similares pesquisas, ainda continua sem luz.

terça-feira, 23 de junho de 2015

E a saída, onde fica?

A pergunta, que emerge dos que têm consciência da crescente crise, que assola o País, é se é justo e digno que a Presidente, apenas para se manter no cargo, arraste o País para o caos econômico, de difícil recuperação. O Ministro da Aviação Civil, integrante da coordenação política do governo, afirma que esse ‘’bateu no fundo do poço’’. Lula, agora definitivamente envolvido no ‘’Petrolão’’ e lobista confesso da Odebrecht e da Camargo Correa, declara que ele, o PT e a própria presidente, estão no ‘’volume morto’’. O índice de desemprego equipara-se ao de 20 anos atrás. A inflação crescente, já ultrapassou aos 10% (a confessada, pois, a real, já chegou aos 20%, como pode constatar qualquer um, que vai às compras). A impopularidade do Governo assemelha ao do Collor, no olho do furacão do impeachment. Recebo correspondência da operadora de meu plano de saúde, comunicando-me aumento de 20%, já a partir de julho e não tenho nada a fazer – tal qual milhares de outros brasileiros, em situação análoga – senão me submeter à extorsão, já que a saúde pública, no Brasil, é grosseira falácia. Para se ter idéia de descalabro, na saúde, o Hospital São Paulo, o segundo maior de nossa Capital, está atendendo apenas ‘’emergência’’, já que não dispõe de verba para comprar material e pagar serviços, como, por exemplo, a limpeza de suas instalações. O aumento de impostos (PIS/COFINS) sobre produtos importados, se atinge supérfluos, como bebidas e cosméticos, provocará o aumento do trigo e de produtos farmacêuticos. Ativos financeiros do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal foram desviados para pagar obras do PAC e do programa ‘’Minha Casa Minha Vida’’, em descarada afronta à lei e a Presidente, em inusitada humilhação, foi intimada, pelo Tribunal de Contas da União, a prestar esclarecimentos dos desvios contábeis praticados. A taxa de juros, para empréstimos pessoais bateu mais de 57% ao ano, a mais alta registrada pelo Banco Central, desde 2011, a demonstrar ser Joaquim Levy quem comanda, sem restrições ou interferência, a economia, privilegiando, de forma deslavada, os bancos, em detrimento da indústria, do comercio e do trabalhador. Por outro lado, a Câmara e o Senado, desfocados de temas essenciais e urgentes, discutem perfumarias, apenas para afrontar o Palácio do Planalto. Reduz-se a maioridade penal – o que é correto -, mas se foge do debate objetivo sobre a reforma do sistema penitenciário, enquanto o ‘’Fundo’’ de mesmo nome possui, sem utilização, cerca de 10 bilhões para modernizar tal sistema. O Governo Dilma é um ‘’natimorto’’, que precisa ser enterrado. Também acredito que a Presidente seja, pessoalmente, honesta, mas, pior do que isto, é absurdamente incompetente e inoperante, o que a obrigou a transferir para terceiros a ação de governar. Sua falta de comando ficou registrada na operação ‘’erga omnes’’, deflagrada pela Polícia Federal sem o conhecimento dela, Presidente e do próprio Ministro da Justiça, apenas em tese, chefe da Polícia Federal. O Brasil mergulhou em incontida onde de pessimismo, o que só agrava a crise. O nosso conceito internacional é objeto de chacota, principalmente quando nossa política externa prefere dar os braços aos patéticos Morales e Maduro. A Presidente – insisto – se tivesse um mínimo de respeito pela sua biografia (que, pelo menos, para ela deva ter valor), deveria renunciar, propiciando (ainda é tempo) a realização de novas eleições. Pior que está, por certo, não ficará.  

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Jô Soares e o alemão


Dois assuntos chamaram minha especial atenção, na semana passada:
Primeiro assunto: as redes sociais ‘’caíram de pau’’ sobre Jô Soares, inclusive com ameaças de agressão física, pela benevolente entrevista realizada com a presidente, ‘’honoris causa’’, Dilma. Não assisti à entrevista, mas, ao que consta na mídia eletrônica, Jô ‘’rolou a bola’’ para que a presidente contasse as mentiras de sempre, que a economia vai se recuperar a curto prazo, que ela nada tem a ver com os escândalos da Petrobrás, etc, etc. A verdade, que ressurge para quem viveu os últimos 50 anos da historia, é que a rede Globo sempre teve conduta ‘’chapa branca’’, em relação aos sucessivos governos. Nasceu, cresceu e atingiu seu apogeu, nos braços do Regime Militar e, depois, quando lhe foi conveniente, passou a chamá-lo de ditadura, de ‘’negros tempos’’ e outras bobagens. Apoiou, deslavadamente, Collor e, quando este caiu em desgraça, a Globo foi a primeira em atirar-lhe pedras. Agora, não tem sido diferente: noticía, com parcimônia, os escândalos das administrações petistas, sempre blindando Dilma e Lula. Enquanto ‘’Veja’’, de forma jornalisticamente arrojada, traz Lula para o olho do furacão, a Globo narra o episódio ‘’Petrobrás’’, como simples pajelança entre executivos das Construtoras e burocratas da empresa. Todavia, o que se lamenta (e talvez tenha sido esta a causa da indignação das redes sociais) é que Jô, com sua biografia, tenha se prestado a fazer o ridículo papel de ‘’bobo da corte’’.  A reação pode ter sido exagerada, mas se revestiu de legitimidade, pelo legado cultural de Jô Soares. Pode-se dizer que sua vida artística acaba, de modo lamentável.

Segundo assunto: na Alemanha, um cidadão, em processo de separação litigiosa, foi condenado a ‘’entregar metade de seu patrimônio’’ à ex-esposa. Cumprindo a sentença ao pé da letra, ele serrou o carro ao meio, a bicicleta ao meio, os moveis ao meio e mandou entregar à antiga companheira, com um bilhetinho ‘’carinhoso’’, agradecendo pelos ‘’bons anos vividos juntos’’. Se a moda pega!

sexta-feira, 19 de junho de 2015

O Papa Francisco brilha, mais uma vez.



Chega-me pela internet a notícia de que, em poucos dias, virá à luz encíclica papal, abordando, essencialmente, temas referentes à proteção do meio ambiente. É indiscutível que o Papa Francisco vem, até de forma ousada, atacando questões cruciais, mesmo internamente, dando ao mundo visão mais aberta, trazendo o Vaticano para fora da Praça de São Pedro. Como católico praticante, não só frequento a Igreja, mas também, por longa data, frequentei a ‘‘sacristia’’, como Ministro Extraordinário da Eucaristia. Convivi com sacerdotes cultos e outros, nem tanto; com sacerdotes vocacionados e outros indignos de se dizerem representantes de Cristo e de sua Igreja. Estes não abalaram minha fé, apenas me fizeram ter uma visão, digamos, menos xiita, de minha religião que continuo julgando ser a mais verdadeira, porque instituída pelo próprio Cristo. Leio mais, principalmente os doutores da Igreja, como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, como forma de fortalecer minha fé. Por que estou a dizer tudo isto? Porque acho extremamente importante, para nós católicos, que o Papa, como nosso líder maior, exponha os desvios do clero, mas também se imiscua em questões externas, de ordem social, econômica e, agora, as relevantes questões ambientais, mostrando as consequências danosas, para toda a humanidade, dos desarranjos desmesurados, naquilo que Deus criou e arrumou, de forma tão harmônica. Notável foi o trabalho desenvolvido por Bento XVI, talvez um dos mais cultos Sumos Pontífices da historia da Igreja Católica. Apenas de se observar que Sua Eminência priorizou o estudo e o debate das instituições religiosas. Cito, por conta própria, sua mensagem, denominada ‘’Sacramentum Caritatis’’, onde ele destaca a Eucaristia, como ‘’fonte e ápice da vida e da missão da Igreja.’’ Malgrado toda sua cultura e experiência religiosa, Bento XVI passou ao largo de questões que maculam a divindade da Igreja, como a pedofilia, a união homoafetiva, etc. O Papa Francisco não teme correr riscos e avança sobre essas questões, com posições firmes que, às vezes, assustam até a nós, cristãos que, até, pontualmente, podemos discordar dessas posições. Debater e expor estes temas, para usar a expressão do próprio Papa Francisco, ‘’é dar luz à fé’’. Em minha pequenez intelectual, leio, com restrição, a frase de Paulo ‘’acredita-se com o coração’’ (Rm 1,10). Cada vez mais, o ‘’dom da fé’’, para fortificá-la, deve passar pelo ‘’dom da razão’’, para que o desenvolvimento cientifico não seja utilizado para vilipendiar nossa credulidade na religião, que professamos. E quero crer seja esta um dos objetivos do pontificado de Francisco: demonstrar que a capacidade de criar é dom dado por Deus, porisso Suas regras não podem ser quebradas, nem seus limites podem ser ultrapassados. Assim, o equilíbrio ecológico, além de seus aspectos científicos, alcança aspectos espirituais. Não é por outra razão que o Papa afirma, nesta nova encíclica que ‘’está ela dirigida a todos que possam receber sua mensagem e crescer na responsabilidade para a casa comum que Deus nos confiou’’.
Realmente, ‘’habemus Papam’’.  

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O Biografado que se cuide



Esta decisão do Supremo Tribunal Federal, liberando, em nome da liberdade de expressão, o direito de se produzir biografias, sem autorização do biografado, tem seu lado perverso, que merece melhor reflexão. É que tal decisão abre, ou melhor, escancara as portas para o sensacionalismo, praticado por quem, apenas pretende faturar dinheiro e prestígio, às custas do biografado ilustre. É claro que não falo de biógrafos sérios e competentes, como, por exemplo, Rui Castro, que nos brindou com excelente biografia sobre Nelson Rodrigues. Falo dos picaretas de ocasião, via de regra, serviçais de destacados personagens, que trazem à luz intimidades dos mesmos e, se não as tem, sem escrúpulos, as produzem. Roberto Carlos foi demonizado por parte da imprensa, quando lutou na justiça, para impedir que um subalterno narrasse fatos íntimos do ‘’Rei’’, muitos, tenho certeza, forjados. Roberto Carlos foi ícone de varias gerações e mesmo a ‘’esquerda caviar’’, que suspirava pelas chamadas ‘’músicas de protesto’’, teve que se curvar diante de seu sucesso. Roberto Carlos seguiu sua longa e bem sucedida trajetória, sem se envolver em situações equívocas. Porisso, não pode ter sua historia enxovalhada por um ‘’borra-botas’’ qualquer, inculto que, com certeza, jamais passou da ante-sala. As historias escabrosas sempre rendem dividendos, mesmo não sendo verdadeiras. Como afirma, com total pertinência, o filósofo Luiz Felipe Pondé, vivemos a era do ressentimento, que se exterioriza no ódio ao sucesso alheio, talvez porque esse nos faz ver, no espelho, a mediocridade de nosso cotidiano. E são esses ressentidos que investem sobre os bem-sucedidos, expondo-lhes mazelas, mesmo quando não se as tem. E mazelas alheias vende livros e revistas, porque o número de ressentidos é ilimitado. O argumento de que as mentiras, assacadas contra o biógrafo, sujeitam seus autores às penas da lei, é ridículo, já que nossa legislação penal fixa penas ínfimas para os crimes de injúrias e difamação. E, até o processo-crime terminar (coisa de 03 anos ou mais) a honra e a dignidade do biografado já foi enlameada. Teria sido, juridicamente mais seguro que,estando vivo o biografado, sua biografia dependeria, sempre de sua autorização e somente após transcorridos, pelo menos, 10 anos de sua morte, sua biografia cairia em ‘’domínio público’’. Mas o Supremo, se, hoje, não é tão Supremo assim, em saber jurídico, é o Órgão Judiciário máximo: falou, tá falado. Talvez, quando as circunstancias objetivas demonstrarem que a decisão foi larga demais, o caminho seja estreitado, em nome do velho e bom direito. Até lá, celebridades, protejam-se de sua ‘’entonrage’’

terça-feira, 16 de junho de 2015

A esquerda decadente ataca outra vez



Margaret Thatcher já dizia, com aguçado tirocínio, que a esquerda é muito competente para governar... até que o dinheiro acaba. Aqui, em nossa desnutrida America Latina, os exemplos da veracidade de tal assertiva seguem, em progressão geométrica. Já nem mais falo do Brasil, até por questões familiares, apesar do arrocho fiscal, que coloca o próprio partido da presidente, em oposição a ela. No patético Congresso de Salvador, Dª Dilma chegou a ser vaiada e, quando alguém pediu uma ‘’cadeira’’, entendeu-se ‘’cadeia’’ e daí resultou em tresloucada debandada. Mas, deixemos o Brasil, que virou ‘’café ralo’’ e, como exemplos de esquerda, em derrocada, olhemos para a Argentina, onde falta até absorvente íntimo, para a Venezuela que, em crise permanente, sobrevive, graças ao petróleo, vendido aos Estados Unidos e para o Chile, outrora o País, economicamente mais estável do continente, mas, lançado nas mãos de uma esquerda anacrônica, mergulhou no mesmo poço, em que nos encontramos. E ainda tem a Bolívia, que continua a mesma porcaria de sempre, exportando mão de obra escrava e cocaína. Lá para as bandas dos países civilizados, o quadro não é diferente. Na Grécia, a esquerda ganhou a eleição na base ‘’nós somos mais nós’’ e agora já vive em ‘’estado de emergência’’, sem encontrar saída para negociar com os credores internacionais. A União Européia, Alemanha à frente, tem envidado esforços para evitar que a crise grega gere conseqüências catastróficas para o povo, que já convive com a escassez de medicamentos e de fornecimento de energia. Enquanto isto, o Primeiro Ministro, Tsipras, legítimo representante da esquerda dinossáurica, aguarda, candidamente, que os credores perdoem a dívida contraída pela Grécia e solta esta pérola: ‘’não temos o direito de enterrar a democracia européia, no local onde ela nasceu’’. Por falar em ‘’democracia’’, o Primeiro Ministro grego deveria ter percorrido as obras de seu conterrâneo, Aristóteles (384-322 A.C), principalmente ‘’A Política’’, onde o filósofo ensina que quem não produz adequadamente para prover suas necessidades e as de sua prole, transforma-se, necessariamente, em ‘’escravos’’. Parece que Tsipras está mais na linha do poeta Teodecto, discípulo de Aristóteles, que poetava, sonhando: ‘’de uma raça de deuses descendente I, quem de escrava ousaria chamar-se?’’ Milênios se passaram, meu caro Tsipras, gastou – e o fez de forma desmedida – tem que passar no caixa para pagar a conta e isto nada tem a ver com democracia. Irrito-me com a conta de luz mais alta, com a conta de água, mais alta, mas se não as pago, cortam-me o fornecimento e isto nada tem a ver com democracia. Se meu consumo está acima de minha capacidade de pagar, só me resta reduzi-lo, mesmo que isto me traga desconforto. O que não posso é pretender que o vizinho pague pelo meu excesso de consumo. Pois é exatamente esta a lógica da esquerda grega. Foram ao fim, e sacaram cerca de 02 bilhões de euros, gastaram, concedendo demagógicos benefícios sociais – tal qual Dª Dilma fez aqui – e, agora, querem transferir a conta para a Comunidade Européia. Lá, como cá, já se fala em novas eleições. Aqui, pelo menos, nossa presidente optou por uma ‘’renuncia branca’’, terceirizando o governo e indo viajar mundo afora, que ninguém é de ferro.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

O adeus a um gênio


Pela internet recebo a noticia da morte de Zito, médio volante do Santos e da seleção brasileira, pela qual foi campeão mundial em 58 e 62. Quando vim morar em São Paulo, no começo dos anos 60, sem abdicar de minha eterna paixão pelo Botafogo, encantei-me com aquele time do Santos que, além de Zito, tinha Gilmar, Mengalvio, Coutinho, Pepe e, é claro, Pelé, o Messi da época. Ir ao Pacaembu, ver aquele Santos jogar, era obrigação dos aficcionados pelo futebol. Zito dedicou sua vida profissional ao Santos, dedicação que não existe mais, até porque os jogadores não mais pertencem ao clube, em razão dos famigerados ‘’direitos econômicos’’, em mãos de investidores, de discutíveis escrúpulos.
As pessoas têm pouca simpatia pela morte, por mais inexorável que seja ela. Eu, cá de mim, angustio-me com a morte prematura de um jovem, que ainda tenha longo caminho a percorrer. Quando, porém, alcança o ser humano, que já percorreu sua estrada, com sucesso e dignidade – como foi o caso de Zito - , não há motivos para lamentações, mas, sim, agradecimento a Deus por permitir que se tenha ficado por aqui, por tanto tempo, seguindo o caminho escolhido, vencendo os obstáculos e colhendo os frutos do trabalho executado. A experiência acumulada, o amor acumulado, por esposa, filhos e netos tudo isto é enterrado com nossos ossos, restando, de tudo, apenas a lembrança, que vai se esmaecendo, com o tempo. Não se trata de ingratidão, para com aquele que se foi, mas apenas a sequencia da ordem natural da vida, que não ilumina para trás.
Zito, de quem nunca fui próximo, ficará, em minha memória, como o artista que alegrou, durante algum tempo, minhas doces tardes de domingo.


sexta-feira, 12 de junho de 2015

O aborto literário

Já tinha escrito várias páginas sobre o novo livro. Era para ser um conto de poucas palavras, mas a historia me pareceu valer um livro. Historia de um homem que para de envelhecer aos 30 anos e se eterniza em vigor físico e mental. E vê passar gerações, mudar usos e costumes. Amigos envelhecem e morrem, mulher e filhos envelhecem e morrem e ele, ali, firme e forte, com seus 30, mesmo com sua carteira de identidade mostrando a realidade dos 70, 80, 90, 100 anos. Imaginei-o aos 110 correndo, no Parque do Ibirapuera ou no calçadão de Copacabana e olhado com cupidez (que palavra, Deus meu!) pelas moças que vêm, sem sentido contrario. Recostei na cadeira para melhor visualizar a cena. Assim, poderia descrevê-la com mais precisão. Tentei sentir a angustia de suas perdas cotidianas e compará-las com o ganho da descoberta, não buscada, da ‘’fonte da juventude’’. Mais ganhos ou mais perdas? Entusiasmo-me com a idéia e solto a imaginação, que corre mais veloz que a escrita. Querendo dividir minha euforia, ligo para uma amiga, viajada em livros e anuncio, quase aos gritos, meu achado. Ela me ouve, por incontáveis minutos, em sepucral silencio. Termino e aguardo seus comentários. Na reticência de sua voz, antevejo tempestade... que chega. Informa-me ela, em sua habitual gentileza, que a idéia é boa, mas não é original. E me remete a um autor francês (Nicolas qualquer coisa), que desenvolveu tema idêntico. Ela, mesmo do lado invisível, percebe minha decepção e tenta me reanimar, dizendo que, contando a historia de outra forma, com certeza seria diferente. Mas sei que não seria, porque seria a mesma historia. Desligo o telefone e sento no sofá, amargando a frustração de ter perdido o inusitado. Não li o livro do ‘’Nicolas não sei o que’’, mas agora sei que ele existe. Recolho as folhas escritas, dobro-as, simetricamente, rasgo-as e as atiro ao lixo. Acabei de, para felicidade de todos, fazer um aborto literário. 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O programa de concessões

O governo Dilma, com o caixa vazio, em decorrência das insanidades econômicas praticadas, para poder se reeleger, acaba de anunciar um ‘’plano de concessões’’, através do qual se transferirá para a iniciativa privada cerca de 200 bilhões de reais, em áreas como aeroportos, portos, rodovias e ferrovias. Para bem entender o plano: o governo transfere, sob forma de concessão, tais sistemas de transporte para a iniciativa privada que deverá investir neles os citados 200 bilhões. O ‘’Programa’’ deve estar arrancando os cabelos do petismo que, inerte e desmoralizado, assiste à minimização da máquina estatal. Que se diga, em defesa de Dª Dilma, antes de ser ela execrada pelos ‘’companheiros’’; a ideia não é dela, é da área econômica, a qual ela não tem acesso e muito menos poder de mando. Sem dinheiro para investimentos, necessários à retomada do crescimento, o governo espera que o empresariado meta a mão no bolso, o que não será tarefa fácil, principalmente quando se constata que as principais empresas, que atuam em concessões públicas, estão atoladas na operação ‘’lava jato’’. Ontem, o ‘’chefe’’ da CGU soltou uma pérola, que assustou até o cachorro, que comia ração a meu lado. (Ele, não eu, que ainda dá para o arroz e feijão). Disse aquela augusta autoridade: ‘’até que se fique definitivamente provada a culpa das empreiteiras, poderão elas continuar contratando com o Poder Público’’. Ignorância? Cinismo? O certo é que todos os principais executivos daquelas empreiteiras, em sede de delação premiada, confessaram as fraudes em licitações, apontaram os beneficiados com a corrupção e, alguns, até se dispuseram a devolver o dinheiro surrupiado. São eles, pois, réus confessos, a quem se impõe a ‘’declaração de inidoneidade’’, expressamente prevista na chamada ‘’lei das licitações’’, a de número 8666/93. Por tal penalidade, a empresa apenada fica impedida de contratar com a administração pública, em qualquer de seus níveis, até ressarcir pelos prejuízos causados e por prazo não inferior a 02 anos. (incisos II e III do art.87 da lei citada). Outro complicador para as concessões anunciadas pelo ‘’Governo Levy’’ é a falta de regras claras. As pesquisas vem indicando que, mesmo após a chegada de Joaquim Levy, o índice de confiabilidade dos empresários, em relação ao governo, vêm caindo, progressivamente. Assim, sem regras precisas e seguras, o ‘’Programa’’ longe estará dos resultados almejados, como já aconteceu em passado recente. Em síntese: a idéia é boa, só quem não presta são seus autores. Neste momento, talvez os empresários, estejam a fazer a seguinte pergunta: vale a pena e o risco fazer negócio com Al Capone?  

terça-feira, 9 de junho de 2015

A falácia da reforma política



Nunca levei a sério a intenção do Congresso Nacional, em realizar reforma política. São 28 partidos políticos, dos quais, com imensa boa vontade, 20 podem ser atirados ao lixo, já que só existem para sugar dinheiro público, através do famigerado ‘’fundo partidário’’ e que vendem ou alugam suas legendas. Como entender que não sejam eleitos os mais votados? Pra que melhor negocio, do que ser candidato no partido dos Tiririca da vida? Imagine se o Roberto Carlos sai candidato a deputado federal, quantos outros, de medíocre votação, ele não arrastaria? Outra balela é o debate sobre financiamento de campanha. Como se esperava, tudo continuará igual, com financiamento privado, de pessoas físicas e jurídicas e não estranharei se a esse se juntar o financiamento público. Agora, é pelo menos irônico o PT defender o financiamento público, sob o argumento de que esse terminaria com a corrupção, que advém do financiamento privado. Quando li essa noticia em voz alta, o cachorro (agora, mortos dois, só me restam oito) mais idoso, que cochilava a meu lado, ergueu-se nas 4 patas e latiu exaltado: - ‘’ué, mas de que recursos vem se valendo o PT, desde que chegou ao poder, não foi de dinheiro surrupiado das empresas do governo?’’ Por mim, doa quem quiser, principalmente os associados e simpatizantes dos partidos. Apenas deveria ter um controle mais rigoroso dessas despesas de campanha, cuja prestação de contas não convence ninguém. Quanto à reeleição, vamos brincar de colocar a verdade histórica, em seu devido lugar. Foi ela criada para prorrogar FHC no Planalto, já que, o ilustre mestre e o PSDB, tal qual o PT o faria, sonharam com um ‘’reich de mil anos’’. FHC foi embora, porque seu prazo de validade esgotou e o partido, sem líder à altura, levou uma sova do PT que, agora, sabe que levará uma sova de qualquer um. Dilma entregou o governo ao PMDB que, bebendo na fonte da sabedoria, exerce o poder de fato, sem se expor à execração pública. Reforma política para valer, deveria extinguir partidos que não tivessem, pelo menos, 10 representantes no Congresso (Comarca + Senado); eleição majoritária para deputados; proibição de coligações nas eleições; cláusula de barreira, que impedisse a mudança de partido, na mesma legislatura; fim da reeleição e do voto obrigatório e financiamento apenas de pessoas físicas devidamente declaradas no imposto de renda, para as campanhas eleitorais. Fora disso, ‘’são tertúlias plácidas para embolar bovino’’.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Miguel, o mestre



Finalmente, após 02 anos de idas e vindas, saíra a sentença de Miguel (chamêmo-lo) pelo codinome). Conheci-o, lá já vão 05 ou mais anos na feira de artesanato, do Largo de Moema, atrás da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, por onde passo aos domingos, para cumprimentar a Santa, que integra o rol dos meus protetores. A feira já foi bem maior, mas encolheu com as obras do metrô, já que a estação ficará instalada em parte da praça. No espaço encolhido, os artesãos expõem seus produtos e no lado direito de quem desce, ficam os quadros de pintores amadores. Sempre fui ‘’fissurado’’ em feiras de artesanato e os quadros, ainda hoje pendurados em minha sala, eu os adquiri, no começo dos anos 70, na Praça General Osorio, no Rio. Aqui, volta e meia, percorro, aos domingos, a Praça da Republica, onde se encontra de tudo, inclusive uma barraca de comida baiana de fazer salivar. Mas, voltemos ao ‘’nosso’’ Miguel. Em um dos domingos, a meio a quadros abstratos – que não fazem minha cabeça – deparei com a pintura do rosto de uma velhíssima senhora, de cujo olho esquerdo pendia uma lagrima. A expressão de tristeza, naquele olhar, era tão intensa, que me emocionei. Quantos minutos fiquei parado, defronte aquele quadro, não sei, mas o suficiente para que seu autor parasse a meu lado:
- ‘’gostou’’?, perguntou-me ele, com forte sotaque espanhol. – ‘’muito!’’ E destaquei a expressão da velha senhora, de sua pele enrugada e da lágrima que pendia do olho. Ele me disse o preço e, mesmo parcelado em algumas vezes, estava fora de minhas prioridades financeiras. Não saiu negocio, mas engrenamos um papo gostoso, que se encerrou com um café, no botequim do outro lado da rua. E, assim, por sucessivos domingos, durante quase um ano, tornou-se obrigatória a parada, junto à ‘’exposição’’ de Miguel. Nossa conversa ficou mais intima e ele me fez um resumo de sua vida. Passava dos 60 e desde os 20 era, o que se auto-dominava, ‘’artista andarilho’’, percorrendo as principais cidades do mundo, mostrando sua incipiente arte. Imaginou, um dia, ser pintor de fama internacional, com grandes exposições, mas as necessidades cotidianas transformaram-no em expositor de rua. Atualmente, morava em uma quitinete, na rua dos Gusmões, ali no coração da ‘’boca do lixo’’ e seu veículo, onde carregava suas obras, era uma ‘’variant’’, 1980. Fora casado (na expressão larga do termo) 3 vezes, casamentos sem paixão, que duraram o ‘’tempo de uma flor’’, como costumava dizer. Estava no Brasil há 10 anos e já não se sentia com disposição para mudar de ponto. O que vendia, aos domingos, bebia durante a semana. Contava-me tudo isto, sem ressentimento. ‘’Seguimos o caminho, que o destino prepara para nós e ninguém muda este caminho’’, dizia-me. Respeitava minha credulidade, mas não acreditava nela: - ‘’você vem a esta Igreja por medo de existir outra vida e ser punido pelos seus erros. Duvido que você tenha amor desinteressado por Deus e por esses santos que você traz pendurado no pescoço!’’ Eu ria e lá íamos nós tomar o café de despedida.
Um domingo e outro e vários outros não encontrei o Miguel. Perguntei a seus colegas e ninguém sabia dele. Simplesmente sumira, envolto no mesmo mistério que o trouxera, até aquela praça. Já tinha esquecido dele, quando, mais de um ano depois, a secretaria avisa-me pelo interfone: ‘’um amigo seu, que se chama Miguel e é pintor, está ao telefone’’. Atendo-o, com incontida alegria e ele, voz soturna e sem preâmbulos, avisa-me que está em uma enrascada, precisa de um advogado e, vasculhando papeis, encontrou meu cartão. Como dizia ser urgente, marcamos entrevista para o final do mesmo dia. Já eram quase 18 horas, quando Miguel chegou a meu escritório, surpreendentemente bem vestido: calça jeans, bem cortada, camisa sob medida e blazer, com etiqueta internacional. Elogiei-lhe a elegância e cobrei-lhe o sumiço. ‘’Ajudei o destino a mudar meu caminho’’, respondeu-me ele. Não demoramos mais do que 5 minutos a falar generalidades, tempo suficiente para ele criticar as gravuras que enfeitam minha sala. Miguel foi direto ao assunto. Cansado de viver de trocados e sabedor de sua competência, engendrou um plano fantástico: passou a reproduzir, inclusive assinaturas, de pintores consagrados, cujas telas alcançavam preços astronômicos no mercado de artes. Conseguira se infiltrar, principalmente entre ‘’novos ricos’’, a quem oferecia, por cerca de 20 por cento do valor real, aquelas telas famosas. A ausência de certificado de autenticidade, alegava que os quadros eram produtos de furto em residências de milionários e apreendidas por agentes policiais que os vendia a ele, Miguel, sem identificar a vitima do furto. Assim, em menos de um ano, vendeu, como originais, quadros de pintores consagrados, como Henrique Bernadelli, Benedito Calixto, Henrique Cavalleiro, Guignard, Eugenio Latour, Roberto Fontana, Quinet e uma ‘’madona’’, como sendo de Guido Reni, importante pintor italiano do século XVII. Nesse curto espaço de tempo, faturou quase 03 milhões. Seu atelier, onde reproduzia aquelas telas, agora estava instalado numa confortável casa, que possuía, inclusive, câmara de ‘’envelhecimento’’ das telas, situada numa tranqüila rua do bairro das Perdizes. Sua casa ‘’caiu’’, ao vender, como original,uma obra de Henrique Bernadelli, denominada ‘’a leitura’’, datada do começo do século. Avaliada em 03 milhões de reais, fora vendida a um fazendeiro do Espírito Santo por 150 mil. Acontece que o tal fazendeiro possuía uma filha, que cursava Belas Artes, no Rio e não precisou de muito tempo para descobrir que se tratava de reprodução. Como Miguel se recusara a devolver o dinheiro, instaurou-se, contra ele, processo por crime de estelionato. –‘’E por que você não devolveu o dinheiro, Miguel? Se o tivesse feito, nem mesmo haveria processo, que teria sido arquivado, no nascedouro’’, expliquei-lhe. –‘’Porque, se o original vale 03 milhões, o meu, que está igual ao original, vale até mais que os 150 mil que recebi..’’ Raciocínio, esteticamente lógico, mas, no plano jurídico, não absolvia Miguel. Peguei o seu caso, fizemos algumas audiências e, àquela altura, eu só tinha dois caminhos: manter a versão de que Miguel adquirira o quadro como original e assim o passara para a frente, ou confessar a falsificação e devolver o dinheiro recebido. Provavelmente, nenhuma das alternativas livraria Miguel de uma condenação, mas a segunda, além de mais ética, poderia sensibilizar a juíza a aplicar pena mais branda. Discuti com Miguel meu ponto-de-vista, mas ele foi inflexível: devolver do dinheiro, jamais. Seu trabalho fora perfeito e valia muito mais do que recebera. –‘’Além do mais, meu caro (argumentou-me ele), eu não falsifico quadros, eu os reproduzo. Se eles, ricos ignorantes, consultassem qualquer catalogo de artes, veriam que ‘’a leitura’’não está à venda e se encontra exposta no ‘’Museu do Prado’’. Achei seu argumento definitivo e, através dele, construí a defesa de Miguel. Se, pelo nosso Código Penal, o estelionato ocorre quando a vítima é ‘’induzida a erro’’, não houve induzimento e, se houve alguém que quis ‘’obter vantagem indevida’’, foi o fazendeiro, ao comprar por 150 mil uma tela, que valia 3 milhões. Na audiência de interrogatório, Miguel deu um show de simpatia, inteligência e cultura. Percebi que impressionara a juíza que, mesmo sem se convencer da inocência dele, seria branda, na aplicação da pena. E o foi: condenou-o à pena mínima – 01 ano -, convertida em prestação de serviços à comunidade, consistente a, aos domingos, durante um ano, ensinar desenho aos adolescentes, em uma favela de São Paulo. Comuniquei o resultado a Miguel, dizendo-lhe que iria recorrer da sentença. Ele ficou eufórico com a decisão judicial, não quis recorrer e já está organizando um grupo de jovens carentes, a quem, como diz, ‘’vou ensinar a navegar nas tintas de Michelangelo’’. Adverti Miguel: ‘’agora, você precisa parar com essas falsificações’’ e passei a lhe explicar as conseqüências jurídicas da reincidência. Ele riu, com seu sorriso largo: -‘’agora, mais que nunca, preciso continuar. Vou criar uma escola de arte gratuita para jovens favelados e quem vai pagar a conta são esses milionários ignorantes, que querem obras de arte, apenas para se exibirem para seus amigos.’’

‘’- A propósito: estou pintando outra velha triste, igual aquela que você gostou, quando nos conhecemos. Será um presente meu. Que pintor famoso você quer que eu assine?’’ Demos sonora gargalhada e eu respondi: ‘’- assine, Miguel, o mestre!’’

quarta-feira, 3 de junho de 2015

‘’Reflexão para o dia de Corpus Christi’’


’Olhe para a face de Jesus. Lá você verá como ele nos ama. Olhe estes olhos fechados e abaixados. Olhe essas chagas. Olhe para a face de Jesus. Lá você verá como ele nos ama’’.
Essa evocação de Santa Terezinha (carta 87) merece especial reflexão, no dia – amanhã, 5ª feira – quando celebraremos a solenidade do ‘’corpo e sangue de Cristo’’. Confesso que, por razões que não posso precisar, toca-me, muito mais, a imagem do Cristo crucificado do que os momentos de sua vida, suas parábolas e até seus milagres. São momentos ‘’superiores’’, eu o sei, mas seu corpo pregado no madeiro, para mim é pungente e é ali, no seu rosto desfigurado, na sua dor, sua sede e até em sua angustia, sentindo-se abandonado pelo Pai, que eu me silencio e entendo que aquele corpo dilacerado, aquele sangue derramado deve nos tirar de nosso egoísmo, de nossa indiferença ao sofrimento do próximo.
Que o rosto sofredor de Jesus nos ilumine em nosso caminhar, ajudando-nos a carregar nossa cruz, pelas nossas culpas, ele que, apenas por nós, carregou a dele.
Para encerrar esta reflexão, volto a invocar            Santa Terezinha:

‘’Sim, a face de Jesus é luminosa, mas, se a meio às feridas e às lagrimas ela já é tão bela, como não será quando a virmos do céu?’’ (‘’Cartas’’, 95 a 105)

terça-feira, 2 de junho de 2015

Para falar em Neymar e Messi


Qual a diferença entre um jogador de futebol, considerado ‘’crack’’, no sentido apenas esportivo do termo e o jogador que, além de tudo isto, é um homem de caráter e personalidade formados. Pois esta é a diferença entre Messi e Neymar. O que fez o Argentino ser considerado o ‘’melhor do mundo’’ (a meu modesto juízo, muito acima de Maradona) foi sua conduta impecável dentro e fora de campo. A incrível habilidade com que cria espaços e abre caminho em direção ao gol contrário, alia-se a seu comportamento respeitoso para com adversários e torcedores. Não simula contusões, não dá pontapés e entradas violentas e muito menos provoca brigas. Por outro lado, mantém discreta vida particular, longe de holofotes e fofocas.
Neymar, por sua vez, é o reverso da medalha. Já sua contratação pelo Barcelona, tornou-se negocio nebuloso, que está sendo investigado por autoridades espanholas e brasileiras. Aceitou o papel de co-adjuvante de Leonel Messi, mas, sempre que pode, revela sua fraca personalidade. E isto ficou demonstrado no jogo contra o Atlético de Bilbao, pela ‘’Copa do Rei’’. A partida já estava decidida – mais uma vez, graças ao engenho e arte de Messi -, quando, aos 40 minutos do segundo tempo, Neymar tenta, com uma ‘’lambreta’’, fazer jogada de efeito, tripudiando sobre seus adversários. A reação desses foi imediata e,não tivesse Neymar ‘’afinado’’, teria provocado uma briga que, por certo, empanaria o brilho da vitoria do time catalão. Foi duramente criticado pela imprensa espanhola e pelo próprio técnico do Barcelona. Poder-se-ia justificar a conduta do brasileiro pela sua origem humilde, sua precária educação, aliado ao fato de que, nestas plagas, tripudiar sobre o adversário traz regozijo à galera. Coisa de País de terceiro mundo. Todavia, ao que consta, Messi também é egresso de família de pouca condição sócio-econômica. O fato de ter se transferido para a Espanha, aos 14 anos, talvez tenha lhe proporcionado outra formação, como, por exemplo, entender que o adversário merece e deve ser respeitado, principalmente, quando está sendo vencido. Vimos, na trágica derrota de 7 a 1, para a Alemanha que, em nenhum momento, por qualquer ação ou gesto, os alemães tripudiaram sobre nossa desventura.

Eu diria que Neymar ainda está a caminho da Europa e somente chegará lá, quando aprender noções fundamentais de civilidade. Talvez uma terapia ajuda a encurtar o caminho.  

O futebol ao banco dos réus

O futebol que, por aqui, atingiu, nos gramados, nível de mediocridade ímpar, demonstra que, fora das quatro linhas, vai de mal a pior, com o envolvimento da CBF neste rumoroso escândalo internacional. Todavia, há alguns detalhes que precisam ser esclarecidos. A CBF é entidade de direito privado, que não recebe dinheiro publico e cujos dirigentes são eleitos pelos clubes e pelas Federações, também entidades privadas. A CBF organizou a malfadava Copa de 2014, supervisionada pela FIFA, mas não reformou, nem construiu os estádios, onde os jogos foram realizados, o que ficou nas mãos do Governo Federal. E, como em tudo o que o petismo coloca a mão se encontra maracutaia, os bilhões despendidos em tais obras devem ser investigados pela Policia Federal e Ministério Publico Federal. Leio na mídia que o Planalto já cogita de, aproveitando o momento, intervir no futebol. Já imaginou se vier uma ‘’Futebrás’’, por aí, com Presidente, Diretorias, gerencias etc? Em se confirmando os crimes, atribuídos aos atuais dirigentes, são eles delitos comuns a qualquer delinquentes, tipificados no Código Penal e na legislação que define os chamados ‘’crimes a tributários’’ (lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores etc), aqueles de competência da Justiça Estadual, estes da Justiça Federal. Neste jogo, o Poder Executivo não entra, a não ser como réu, quando se apurar os empréstimos do BNDES e de outros órgãos afins, na construção das faraônicas e inúteis ‘’arenas’’. Falar em instalar uma ‘’CPI da CBF’’ é excrescência do ponto de vista jurídico e inútil, do ponto de vista de apuração de responsabilidades. Temos o exemplo da ‘’CPI da Petrobrás'’, que caminha para a lata de lixo e que só serve de palanque político, pois quem apurou tudo foi a Politica Federal e o Ministério Publico Federal. Quando o legislativo se mete com o futebol, tudo desanda, a exemplo da famigerada ‘’lei Pelé’’, que destruiu os clubes, submetendo-os aos ‘’atravessadores’’. Romário, que anuncia a criação da CPI, foi, sem dúvida, estrela maior de nosso futebol, mas na verdade, quer tirar dividendos políticos do fato. O momento é de os clubes se libertarem das regras obscuras que os impedem de manter jogadores que formaram, nos quais investiram tempo e dinheiro, mas que pertencem aos detentores dos tais ‘’direitos econômicos’’. Deixemos o poder politico – executivo e legislativo – fora das investigações, que o aparelho policial e o Ministério Público, de mãos dadas, produzirão melhores resultados.

Agora, corrupção à parte, a intervenção norte-americana, na base do ‘’prendo e arrebento’’, além de representar invasão na soberania dos países, cujos membros da FIFA foram presos, parece clara tentativa de ‘’colocar as mãos’’, na única entidade internacional, onde aquele País não tem qualquer influencia. Interessante observar que, pelo menos até agora, nenhum empresário norte-americano, citado como corruptor, encontra-se preso. O futebol já ingressa nos Estados Unidos, como um excelente negocio e, é claro, eles vão querer, (como em tudo), ser ‘’o dono da bola’’