Afirmo que, para minha satisfação, não cumpri a promessa de
ficar afastado dos jogos olímpicos, dedicando-me a leituras diversas. Não li
nada e, de sexta-feira, à noite, até a madrugada de ontem, vi todos os jogos,
até, pasmem, futebol de mesa. Às vezes, a meio tanta ignomínia, a jogar no lixo
nossa auto-estima, como povo e nação, é necessário que nos ufanemos do Brasil,
marejando os olhos com aquela abertura fantástica, que encantou o mundo.
Deixemos, por um tempo, exíguo que seja, nossos males, ínfimos, diante da
barbárie terrorista, na Europa ou da falta de liberdade, na Venezuela.
Esqueçamos, por uns dias, esta ralé moral, que destruiu o País, porque é hora
de vivermos o sonho de que somos capazes de organizar evento da magnitude de
uma Olimpíada... e no Rio de Janeiro, com aquela beleza, que tira o fôlego,
principalmente, de quem, como eu, lá viveu, e confirma que aquela beleza é
real. Confesso que, mesmo na missa dominical, meu pensamento estava no Centro
Olímpico, principalmente na ginástica, onde jovens, de ambos os sexos, davam
seguidas provas de superação. Crianças, ainda, como a ginasta brasileira de 16
anos que, do alto de seus 1,36m disse-nos ‘’acordem, somos uma pátria,
acreditemos nela e lutemos por ela’’. E que grandeza a de Daniele Hypólito, que,
depois de nos brindar com exibição de gala, por um simples tropeço, teve a
coragem de nos pedir desculpa. É claro que você não nos deve desculpas, pelos
méritos de seus incontáveis acertos e pelas dificuldades encontradas, para
chegar até onde chegou, com pouco ou nenhum apoio de quem tinha obrigação de
fazê-lo. Ganhamos e perdemos, mas, isto, tem menor importância, porque o que
vale é a garra, que todos demonstraram, enfrentando ‘’monstros’’ sagrados. Por isso
esses jovens, esperança de tempo novo, merecem nossos aplausos e nossas
lágrimas. Todos! Todos, menos estes sacripantas milionários do futebol
masculino, indiferentes ao espírito Olímpico e que parecem estar a nos fazer
favor. São medíocres, não porque não venceram o raquítico Iraque, mas porque não
se esforçaram para fazê-lo. Constituem eles, com seus salários milionários,
nodoa fétida, a conspurcar centenas de jovens, que, com incontido ardor, lutam
em outras modalidades. Bom seria se eles, os milionários jogadores do medíocre futebol,
abandonassem a competição, fossem para
suas ‘’baladas’’, recheadas de bebidas e mulheres vulgares. Vocês não nos fazem
falta, ao contrário, vocês nos envergonham. Afinal, quem nasceu para Neymar,
malgrado seus milhões, jamais chegará a Daniele Hypólito.
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