segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Porque é preciso falar da Olimpíada

Afirmo que, para minha satisfação, não cumpri a promessa de ficar afastado dos jogos olímpicos, dedicando-me a leituras diversas. Não li nada e, de sexta-feira, à noite, até a madrugada de ontem, vi todos os jogos, até, pasmem, futebol de mesa. Às vezes, a meio tanta ignomínia, a jogar no lixo nossa auto-estima, como povo e nação, é necessário que nos ufanemos do Brasil, marejando os olhos com aquela abertura fantástica, que encantou o mundo. Deixemos, por um tempo, exíguo que seja, nossos males, ínfimos, diante da barbárie terrorista, na Europa ou da falta de liberdade, na Venezuela. Esqueçamos, por uns dias, esta ralé moral, que destruiu o País, porque é hora de vivermos o sonho de que somos capazes de organizar evento da magnitude de uma Olimpíada... e no Rio de Janeiro, com aquela beleza, que tira o fôlego, principalmente, de quem, como eu, lá viveu, e confirma que aquela beleza é real. Confesso que, mesmo na missa dominical, meu pensamento estava no Centro Olímpico, principalmente na ginástica, onde jovens, de ambos os sexos, davam seguidas provas de superação. Crianças, ainda, como a ginasta brasileira de 16 anos que, do alto de seus 1,36m disse-nos ‘’acordem, somos uma pátria, acreditemos nela e lutemos por ela’’. E que grandeza a de Daniele Hypólito, que, depois de nos brindar com exibição de gala, por um simples tropeço, teve a coragem de nos pedir desculpa. É claro que você não nos deve desculpas, pelos méritos de seus incontáveis acertos e pelas dificuldades encontradas, para chegar até onde chegou, com pouco ou nenhum apoio de quem tinha obrigação de fazê-lo. Ganhamos e perdemos, mas, isto, tem menor importância, porque o que vale é a garra, que todos demonstraram, enfrentando ‘’monstros’’ sagrados. Por isso esses jovens, esperança de tempo novo, merecem nossos aplausos e nossas lágrimas. Todos! Todos, menos estes sacripantas milionários do futebol masculino, indiferentes ao espírito Olímpico e que parecem estar a nos fazer favor. São medíocres, não porque não venceram o raquítico Iraque, mas porque não se esforçaram para fazê-lo. Constituem eles, com seus salários milionários, nodoa fétida, a conspurcar centenas de jovens, que, com incontido ardor, lutam em outras modalidades. Bom seria se eles, os milionários jogadores do medíocre futebol, abandonassem a  competição, fossem para suas ‘’baladas’’, recheadas de bebidas e mulheres vulgares. Vocês não nos fazem falta, ao contrário, vocês nos envergonham. Afinal, quem nasceu para Neymar, malgrado seus milhões, jamais chegará a Daniele Hypólito. 

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