quarta-feira, 2 de março de 2016

Sorteios, pagamentos e outras considerações



1º de março, dia de muita agitação e suspense, em meu escritório: será realizado o sorteio mensal das contas a serem pagas. Primeiro, há que se estabelecer um critério: só entrarão na urna indevassável os compromissos que, uma vez não cumpridos, possam trazer resultados danosos, como corte de água, energia etc. Também relevantes são aqueles que não entraram nos 3 últimos sorteios. Questão de justiça! Quanto aos salários, importante levar em conta a situação objetiva do assalariado: casado ou solteiro, proprietário ou inquilino, filho em idade escolar ou já trabalhando para compor a renda familiar. Observo que, neste mês, o número de ‘’felizardos’’, a participarem do sorteio, diminuiu, significativamente, em relação ao mês passado. Tem sido assim desde quando a política econômica do (des)governo Dilma começou a produzir seus nefastos efeitos. Os clientes não recebem e eu não tenho tido a ventura de participar dos sorteios, por eles realizados. Pensei em mudar de ramo. Outro dia, na praia, surgiu um senhor, com seus 50 anos, a vender uma engenhoca qualquer. A proposta de venda era inusitada e irresistível: ‘’um é 8 e dois saem por 10’’. Esclareceu ser, de profissão, corretor de imóveis e, como as vendas cessaram, ele buscou a alternativa de vendedor de praia. ‘’Posso não vender – esclareceu ele – mas há sempre belas coxas para espairecerem e, se a cabeça esquenta, um bom mergulho resolve’’. Cogitei da alternativa, mas, além do verão que se finda, as pernas, que se fazem trôpegas, desaconselham longas caminhadas. Ontem, na televisão, importante economista, que já foi Diretor do Banco Central, afirmou ‘’esqueçam 2016 e comecem a se programar para 2017’’. Mas – penso eu – se ainda é 1º de março, que fazer nos próximos 10 meses? Hibernar, como os ursos? Declarar uma moratória provisória? O certo é que minha perplexidade comunica-se a todos os brasileiros, profissionais liberais, empresários, assalariados que assistem ao Brasil, nau sem timoneiro, navegar em mar revolto. O Executivo. Incapaz até de enfrentar a epidemia de dengue, sem um projeto econômico consistente, prioriza proteger Lula e, para isto, sacrifica o Ministro José Eduardo Cardoso. O Legislativo, estático, oscila entre a cassação de Eduardo Cunha e a de Delcídio Amaral, enquanto o Judiciário modifica a Constituição e cria novo ordenamento jurídico, como se vivêssemos à época do absolutismo monárquico e o Supremo fosse o rei. Dançamos, enfim, o ‘’samba do crioulo doido’’, de que nos falava o sempre atual Stanislaw Ponte Preta. Cômico, mas, acima de tudo, trágico ‘’Febeapá’’. (Traduzo, para os mais jovens: ‘’Febeapá’’= festival de besteiras que assola o País’’.

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