1º de março, dia de muita agitação e suspense, em meu
escritório: será realizado o sorteio mensal das contas a serem pagas. Primeiro,
há que se estabelecer um critério: só entrarão na urna indevassável os
compromissos que, uma vez não cumpridos, possam trazer resultados danosos, como
corte de água, energia etc. Também relevantes são aqueles que não entraram nos
3 últimos sorteios. Questão de justiça! Quanto aos salários, importante levar
em conta a situação objetiva do assalariado: casado ou solteiro, proprietário
ou inquilino, filho em idade escolar ou já trabalhando para compor a renda
familiar. Observo que, neste mês, o número de ‘’felizardos’’, a participarem do
sorteio, diminuiu, significativamente, em relação ao mês passado. Tem sido
assim desde quando a política econômica do (des)governo Dilma começou a
produzir seus nefastos efeitos. Os clientes não recebem e eu não tenho tido a
ventura de participar dos sorteios, por eles realizados. Pensei em mudar de
ramo. Outro dia, na praia, surgiu um senhor, com seus 50 anos, a vender uma
engenhoca qualquer. A proposta de venda era inusitada e irresistível: ‘’um é 8
e dois saem por 10’’. Esclareceu ser, de profissão, corretor de imóveis e, como
as vendas cessaram, ele buscou a alternativa de vendedor de praia. ‘’Posso não
vender – esclareceu ele – mas há sempre belas coxas para espairecerem e, se a
cabeça esquenta, um bom mergulho resolve’’. Cogitei da alternativa, mas, além
do verão que se finda, as pernas, que se fazem trôpegas, desaconselham longas
caminhadas. Ontem, na televisão, importante economista, que já foi Diretor do
Banco Central, afirmou ‘’esqueçam 2016 e comecem a se programar para 2017’’.
Mas – penso eu – se ainda é 1º de março, que fazer nos próximos 10 meses?
Hibernar, como os ursos? Declarar uma moratória provisória? O certo é que minha
perplexidade comunica-se a todos os brasileiros, profissionais liberais,
empresários, assalariados que assistem ao Brasil, nau sem timoneiro, navegar em
mar revolto. O Executivo. Incapaz até de enfrentar a epidemia de dengue, sem um
projeto econômico consistente, prioriza proteger Lula e, para isto, sacrifica o
Ministro José Eduardo Cardoso. O Legislativo, estático, oscila entre a cassação
de Eduardo Cunha e a de Delcídio Amaral, enquanto o Judiciário modifica a
Constituição e cria novo ordenamento jurídico, como se vivêssemos à época do
absolutismo monárquico e o Supremo fosse o rei. Dançamos, enfim, o ‘’samba do
crioulo doido’’, de que nos falava o sempre atual Stanislaw Ponte Preta.
Cômico, mas, acima de tudo, trágico ‘’Febeapá’’. (Traduzo, para os mais jovens:
‘’Febeapá’’= festival de besteiras que assola o País’’.
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