Este foi um fim de semana diferente: ao invés de filhos e
netos para almoço de domingo, tive-os no sábado, em torno de uma magnífica
feijoada, engenho e arte da minha esposa. O domingo ficara reservado para a
grande festa cívica. Desci, ali, na altura do Shopping Paulista, por volta das
13hs e caminhei por toda a Avenida Paulista, ida e volta, parando, para
conversar com alguns conhecidos, ou para ouvir as músicas e palavras de ordem,
que vinham dos trios elétricos. Homens e mulheres, de todas as idades,
crianças, até em carrinhos. Um único sentimento, o de que estávamos
participando da historia do País, exaurido em suas forças, pela incompetência
administrativa, de um lado e pelo maior esquema de corrupção, já visto por
estas bandas. Qual o impacto que a manifestação de domingo trará para o momento
político, que vivemos? A curto prazo, não acredito em qualquer mudança. A
solução óbvia, seria a renúncia da Presidente, hostilizada, em todos os rincões
do País. Todavia, falta a ela grandeza moral para colocar seus mesquinhos
interesses pessoais abaixo dos interesses da população. O partido, que a apoia,
dirá que as manifestações reuniram tão somente a ‘’burguesia’’. Ignorantes, que
o são, os petistas desconhecem que as grandes convulsões sociais, desde a
Revolução Francesa, nasceram da ‘’burguesia’’, porque aí estão os formadores da
opinião pública e aí estão os que dirigem o País. Dilma quer salvar seu
mandato, mesmo que isso importe em gerar mais desemprego, mesmo que isso
dilapide, ainda mais, nossa claudicante economia, mesmo que isto signifique
abrir mão do resto de dignidade, que lhe sobrou. Restará, assim, o espinhoso
caminho do impeachment, a depender de uma classe política comprometida e
vilipendiada pela opinião pública. A depender, também, de um Supremo Tribunal
Federal, sem a grandeza de outros tempos e que, na feliz imagem do historiador,
Marco Antonio Villa, transformou-se em um ‘’puxadinho’’ do Palácio do Planalto.
As manifestações de ontem, surgiram, sem líderes, verdadeira combustão
espontânea de toda uma população, que não consegue mais respirar este ar
nauseabundo, que vem de Brasília. Essa ausência de liderança, porém, traz o
lado perverso da impossibilidade de, dentro do quadro político vigente, não se
poder identificar alguém, ou um grupo que faça o Planalto ouvir a ‘’voz das
ruas’’. Hoje, segunda-feira, voltamos a nossos afazeres, mas trazemos um gosto
amargo que ‘’nosso grito’’ cairá no vazio. Já não temos uma ‘’força armada’’,
que se disponha, como em 1964, transformar em ações, nossos anseios. Não que
lhes falte patriotismo, mas porque o mundo, raciocinando a partir dos países
civilizados, entende que os conflitos devam se resolver, dentro dos limites da
democracia. Em função deste equivocado raciocínio, é que Maduro continuará
destruindo a Venezuela. O PT ameaça-nos com seus milicianos remunerados. Talvez
seja mesmo hora de um conflito, de onde saia um vencedor. Dominamos, pelas
nossas ideias e princípios. Por que não dominarmos, também, pela força?
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