segunda-feira, 14 de março de 2016

Pequena reflexão sobre as manifestações de domingo

Este foi um fim de semana diferente: ao invés de filhos e netos para almoço de domingo, tive-os no sábado, em torno de uma magnífica feijoada, engenho e arte da minha esposa. O domingo ficara reservado para a grande festa cívica. Desci, ali, na altura do Shopping Paulista, por volta das 13hs e caminhei por toda a Avenida Paulista, ida e volta, parando, para conversar com alguns conhecidos, ou para ouvir as músicas e palavras de ordem, que vinham dos trios elétricos. Homens e mulheres, de todas as idades, crianças, até em carrinhos. Um único sentimento, o de que estávamos participando da historia do País, exaurido em suas forças, pela incompetência administrativa, de um lado e pelo maior esquema de corrupção, já visto por estas bandas. Qual o impacto que a manifestação de domingo trará para o momento político, que vivemos? A curto prazo, não acredito em qualquer mudança. A solução óbvia, seria a renúncia da Presidente, hostilizada, em todos os rincões do País. Todavia, falta a ela grandeza moral para colocar seus mesquinhos interesses pessoais abaixo dos interesses da população. O partido, que a apoia, dirá que as manifestações reuniram tão somente a ‘’burguesia’’. Ignorantes, que o são, os petistas desconhecem que as grandes convulsões sociais, desde a Revolução Francesa, nasceram da ‘’burguesia’’, porque aí estão os formadores da opinião pública e aí estão os que dirigem o País. Dilma quer salvar seu mandato, mesmo que isso importe em gerar mais desemprego, mesmo que isso dilapide, ainda mais, nossa claudicante economia, mesmo que isto signifique abrir mão do resto de dignidade, que lhe sobrou. Restará, assim, o espinhoso caminho do impeachment, a depender de uma classe política comprometida e vilipendiada pela opinião pública. A depender, também, de um Supremo Tribunal Federal, sem a grandeza de outros tempos e que, na feliz imagem do historiador, Marco Antonio Villa, transformou-se em um ‘’puxadinho’’ do Palácio do Planalto. As manifestações de ontem, surgiram, sem líderes, verdadeira combustão espontânea de toda uma população, que não consegue mais respirar este ar nauseabundo, que vem de Brasília. Essa ausência de liderança, porém, traz o lado perverso da impossibilidade de, dentro do quadro político vigente, não se poder identificar alguém, ou um grupo que faça o Planalto ouvir a ‘’voz das ruas’’. Hoje, segunda-feira, voltamos a nossos afazeres, mas trazemos um gosto amargo que ‘’nosso grito’’ cairá no vazio. Já não temos uma ‘’força armada’’, que se disponha, como em 1964, transformar em ações, nossos anseios. Não que lhes falte patriotismo, mas porque o mundo, raciocinando a partir dos países civilizados, entende que os conflitos devam se resolver, dentro dos limites da democracia. Em função deste equivocado raciocínio, é que Maduro continuará destruindo a Venezuela. O PT ameaça-nos com seus milicianos remunerados. Talvez seja mesmo hora de um conflito, de onde saia um vencedor. Dominamos, pelas nossas ideias e princípios. Por que não dominarmos, também, pela força? 

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