Ontem, recebi em meu escritório, cliente muito querido, que
se tornou amigo, ele e sua sempre presente companheira. Forjado nas
dificuldades da vida, enfrentou a todas e se tornou um vencedor. Despojado de
vaidades externas, apresenta-se como um simples, até porque não precisa
demonstrar nada, porque seu caráter e seu respeito ao próximo liberam-no das vaidades
efêmeras. Agora, anos avançados, está acometido de um câncer, cuja extensão não
pode avaliar, senão pelas dores que, por mais doloridas, não o impedem de
continuar trabalhando, até porque, guerreiro é sempre guerreiro e, como
guerreiro, carrega sua cruz com galhardia, tendo, como ‘’Cirineu’’, sua admirável companheira, gigante, apesar de ter pouco
mais de um metro e meio. Conversamos por quase duas horas. Falamos sobre todas
as coisas e, em nenhum momento, ouvi dele – e dela – qualquer palavra de revolta
ou ressentimento. Ao contrário, diz-se agradecido a Deus, cujos sinais busca
entender, por ter lhe dado tempo de educar os filhos, de estender a mão aos
menos favorecidos, ao lado de tão fantástica mulher. Logo mais, dedicarei a
ambos a missa da ‘’Ceia do Senhor’’,
porque, como poucos, souberam viver o momento mágico da partilha do pão e do
serviço humilde, sem vaidade, simbolizado no lavapés. Que Deus proteja estes
verdadeiros discípulos de Cristo.
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