Viver muito, dentre tantos percalços, traz a ínfima vantagem
de nos tornar testemunhas oculares da historia. Destaco tal fato ao avaliar a
tibieza da oposição política, nesta tenebrosa quadra de nossa historia. Vivi,
no alvorecer da juventude, os agitados anos 60, que antecederam à Revolução de
1964. Na oposição, sem qualquer possibilidade de aliança com o Governo Goulart,
brilhavam a genialidade, competência e seriedade de Carlos Lacerda, Pedro
Aleixo, Aliomar Baleeiro, Ney Braga, Magalhães Pinto, apenas para citar alguns,
cujos nomes ficaram gravados na historia. Nos melancólicos dias atuais, a pífia
oposição, representada pelo pífio PSDB, não é capaz de se unir nem mesmo para
indicar o candidato a Prefeito de nossa Capital. Os nomes, que disputam tal
indicação, já são, por si só, atroz mediocridade, mas, como diria o vulgo, é o
que se tem para o momento. Todavia, o que se lamenta é que três diferentes alas
do partido duelam, entre si, como se fossem – e talvez o sejam – figadais
inimigos. Por obvio, dissensões internas são normais, principalmente quando se
trata de uma grande agremiação, como o é o PSDB. Todavia, manda o bom senso que
essas querelas sejam resolvidas ‘’interna corpore’’, sem se transformar em
acontecimento público, o que apenas traz proveito aos adversários. O que é
fácil intuir é que, seja quem for o indicado, sairá ele fragilizado para a
eleição, abrindo a possibilidade de revermos Marta Suplicy, de triste memória,
sentada na cadeira de Prefeito, ou Haddad reeleito. A primeira, além de péssima
administradora, petista de primeira hora, teve o despudor de pular do barco, ao
primeiro balanço. O segundo, envolvido em inúmeros escândalos, tão ao estilo do
lulopetismo, é eterno ausente e apenas será lembrado pelas inúteis ciclovias
que, solitárias, enfeitam a cidade. Assim, perde a oposição, pela ausência de,
unida, apresentar um candidato a Prefeito, consentâneo com as expectativas e
necessidades de nossa Capital e perdemos nós, pelo risco de voltarmos a ter a
conhecida e medíocre administração Marta/Haddad. No cenário nacional, a
oposição limita-se a declarações opacas e reuniões sem conteúdo. O País
assiste, atônito, às acusações formuladas, contra Lula e Dilma, por Delcídio do
Amaral, o primeiro conduzido, coercitivamente, pela Polícia Federal. Não
adianta o governo, naufrago terminal, tentar desqualificar o ex-Senador que,
até outro dia, era seu líder, gozava da intimidade do Poder, passeava com a
Presidente pelos jardins de sua residência, em conversas sigilosas. A delação
de Delcídio, se ainda não tem valor jurídico, por não estar homologada pelo
Supremo Tribunal Federal, é contundente e revela detalhes, possíveis, apenas a
quem vive, convive e participa do coração do Poder. A detenção de Lula coloca
melancólico ponto final, nesta dolorosa etapa de nossa historia. Desafortunado
Brasil: depositamos esperanças em Collor, que saiu enxotado! Depositaram
esperanças em Lula, que sai algemado! Resta a Dilma, em quem não depositamos
esperança alguma, se tem um mínimo de dignidade e amor à pátria, renunciar,
pedindo desculpas, principalmente, aos milhões de desempregados, gerados pela
sua falaciosa política econômica. Que os partidos de oposição saibam avaliar o
momento político e, com coragem e altivez, unam-se para exigir o imediato
afastamento de Dilma e sua trupe. Ontem, mancharam eles, com sangue, nossa
historia. Hoje, mancham-na com ignóbeis atos de incompetência e improbidade
administrativas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário