sexta-feira, 4 de março de 2016

A hora e a vez da verdadeira oposição



Viver muito, dentre tantos percalços, traz a ínfima vantagem de nos tornar testemunhas oculares da historia. Destaco tal fato ao avaliar a tibieza da oposição política, nesta tenebrosa quadra de nossa historia. Vivi, no alvorecer da juventude, os agitados anos 60, que antecederam à Revolução de 1964. Na oposição, sem qualquer possibilidade de aliança com o Governo Goulart, brilhavam a genialidade, competência e seriedade de Carlos Lacerda, Pedro Aleixo, Aliomar Baleeiro, Ney Braga, Magalhães Pinto, apenas para citar alguns, cujos nomes ficaram gravados na historia. Nos melancólicos dias atuais, a pífia oposição, representada pelo pífio PSDB, não é capaz de se unir nem mesmo para indicar o candidato a Prefeito de nossa Capital. Os nomes, que disputam tal indicação, já são, por si só, atroz mediocridade, mas, como diria o vulgo, é o que se tem para o momento. Todavia, o que se lamenta é que três diferentes alas do partido duelam, entre si, como se fossem – e talvez o sejam – figadais inimigos. Por obvio, dissensões internas são normais, principalmente quando se trata de uma grande agremiação, como o é o PSDB. Todavia, manda o bom senso que essas querelas sejam resolvidas ‘’interna corpore’’, sem se transformar em acontecimento público, o que apenas traz proveito aos adversários. O que é fácil intuir é que, seja quem for o indicado, sairá ele fragilizado para a eleição, abrindo a possibilidade de revermos Marta Suplicy, de triste memória, sentada na cadeira de Prefeito, ou Haddad reeleito. A primeira, além de péssima administradora, petista de primeira hora, teve o despudor de pular do barco, ao primeiro balanço. O segundo, envolvido em inúmeros escândalos, tão ao estilo do lulopetismo, é eterno ausente e apenas será lembrado pelas inúteis ciclovias que, solitárias, enfeitam a cidade. Assim, perde a oposição, pela ausência de, unida, apresentar um candidato a Prefeito, consentâneo com as expectativas e necessidades de nossa Capital e perdemos nós, pelo risco de voltarmos a ter a conhecida e medíocre administração Marta/Haddad. No cenário nacional, a oposição limita-se a declarações opacas e reuniões sem conteúdo. O País assiste, atônito, às acusações formuladas, contra Lula e Dilma, por Delcídio do Amaral, o primeiro conduzido, coercitivamente, pela Polícia Federal. Não adianta o governo, naufrago terminal, tentar desqualificar o ex-Senador que, até outro dia, era seu líder, gozava da intimidade do Poder, passeava com a Presidente pelos jardins de sua residência, em conversas sigilosas. A delação de Delcídio, se ainda não tem valor jurídico, por não estar homologada pelo Supremo Tribunal Federal, é contundente e revela detalhes, possíveis, apenas a quem vive, convive e participa do coração do Poder. A detenção de Lula coloca melancólico ponto final, nesta dolorosa etapa de nossa historia. Desafortunado Brasil: depositamos esperanças em Collor, que saiu enxotado! Depositaram esperanças em Lula, que sai algemado! Resta a Dilma, em quem não depositamos esperança alguma, se tem um mínimo de dignidade e amor à pátria, renunciar, pedindo desculpas, principalmente, aos milhões de desempregados, gerados pela sua falaciosa política econômica. Que os partidos de oposição saibam avaliar o momento político e, com coragem e altivez, unam-se para exigir o imediato afastamento de Dilma e sua trupe. Ontem, mancharam eles, com sangue, nossa historia. Hoje, mancham-na com ignóbeis atos de incompetência e improbidade administrativas. 

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