quarta-feira, 8 de julho de 2015

O governo erra outra vez



Estrategicamente, Dª Dilma embarca para a Rússia, deixando o circo, em que se transformou seu indigente governo, pegando fogo. Todavia, antes de embarcar, orientada pelos ‘’gênios’’, que a assessoram, a Presidente enviou ao Congresso medida provisória, objetivando proteger o emprego. Na essência, tal medida permite ao empregador reduzir salário e jornada de trabalho do empregado, desde que garanta o emprego, sendo que tal medida, para vigorar, dependerá de acordo formal, entre a empresa e o respectivo sindicato laboral, aliás exigência esculpida no inciso VI do art. 6º da Constituição Federal. Tenho fundadas dúvidas que essa proposta traga resultado concretos, vez que pune o trabalhador, reduzindo-lhe o salário e não resolve o problema da empresa, sufocada pela queda do consumo. Leio, no noticiário de hoje, 8, que a GM vai demitir, pelo menos, 400 funcionários de sua fábrica, localizada no município de São Caetano do Sul, como conseqüência da queda de quase 30% na venda de veículos. Leio, também, que o consumo teve, no semestre findo, o menor crescimento, desde 2002. Por simples raciocínio lógico, se se reduz salário, como propõe a medida provisória, maior será a retração do consumo e, via de conseqüência, não se romperá o encalhe da produção. Estará formado o círculo vicioso, agravado pelo aumento da inflação, a oscilação do dólar e a crise política, que gerou total ingovernabilidade. A Presidente viaja em busca de novos investimentos que, dificilmente virão, em cenário tão adverso. Por menos simpatia que sintamos por ela, não podemos ser tão estúpidos para pregarmos o ‘’quanto pior, melhor’’, até porque a crise atinge a todos nós, não importa a classe socioeconômica a que pertençamos. O impasse político, seja com a decretação do impeachment da Presidente, seja com a formação de uma aliança supra partidária, precisa ser superado, com a retomada do desenvolvimento. O que não pode é o País ficar estagnado, a espera da nova vítima da operação ‘’lava jato’’, ou com soluções paliativas, como a medida provisória, ora comentada, que não soluciona nada e apenas serve para acirrar ânimos e gerar antagonismos. 

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