Talvez ainda seja cedo para avaliar as consequências, para a Grécia,
do resultado do referendo, que decidiu pela não aceitação da política de austeridade
econômica, imposta pela comunidade europeia, como condição para ajudar aquele
País a superar a crise, resultante de anos de irresponsabilidade
administrativa. A dívida grega – algo entorno de 01 trilhão de reais – equivale
a 177% do seu PIB, isto é, de tudo o que o País produz. É mais ou menos, a
reprodução da fábula ‘’a cigarra e a
formiga’’. A Grécia, simbolizada pela cigarra, escancarou o cofre em
demagógicos programas sociais e, agora, quando chegou seu ‘’inverno’’, não tem como pagar a conta. E quem seria a formiga,
senão a Alemanha, que vem o sendo, pelo menos desde o começo do século 20? Após
a primeira guerra mundial, por força do draconiano ‘’Tratado de Versailles’’, perdia ela um terço de seu território, um
terço de sua população e ainda lhe foi imposta uma ‘’dívida de guerra’’ da ordem de 01 bilhão de dólares. A economia
alemã ficou fragilizada a tal ponto que, em 1930, era necessária a absurda
quantia de 01 bilhão de marcos, para comprar 01 mísero dólar. Seis anos depois,
portanto, em 1936, a ‘’formiga’’ Alemanha, em um cenário internacional adverso,
já estava economicamente recuperada e, em mais dois anos, iniciava uma guerra,
levada pela megalomania de Hitler, da qual, segundo os melhores analistas, somente
não saiu vitoriosa, pelo erro estratégico de invadir a Rússia, (com quem possuía,
inclusive, um pacto de ‘’não agressão’’),
quando tinha a Europa Ocidental, inclusive a Inglaterra, a seus pés. Em 1945,
ao final da guerra, a Alemanha era um grande escombro, material e econômico.
Mas a ‘’formiga’’ voltou a trabalhar
e, não foram necessários mais que 20 anos para que a Alemanha voltasse a ser a
mais importante economia da Europa. Em 1989, com a queda do ‘’muro de Berlim’’
e que marcou o enterro, sem gloria, do comunismo, alguns ilustres economistas
previram dias difíceis para a Alemanha, com a incorporação do setor oriental,
absurdamente atrasado, em relação ao setor ocidental. Mas a ‘’formiga’’ não cessou de trabalhar e
aquela incorporação se deu, sem maiores traumas. Quando a crise de 2008, nos
Estados Unidos, irradiou-se pela Europa, a Alemanha injetou 20 bilhões de
euros, no Banco Central Europeu, segurando, pelas pontas dos dedos, ‘’cigarras’’,
como Espanha, Portugal e a própria Grécia. A chanceler Ângela Merkel, em seu
pronunciamento, após o referendo grego de domingo, mantém-se disposta a
intermediar um acordo entre Atenas e os credores, mas afasta a possibilidade de
avalizar um calote grego. Se a Grécia
decidiu continuar ‘’cigarra’’, deverá
suportar os rigores do inverno econômico que já se instalou por lá. Que a crise
grega sirva de exemplo para o Brasil. Sem uma política de austeridade, onde a
demagogia paternalista não entra, não será possível retomar o crescimento, destruído
pela irresponsabilidade e pela corrupção petista. Como não pertencemos à
comunidade alguma, a não ser a este lixo, chamado ‘’merdosul’’, estamos entregues a nossa própria sorte e isto em um
momento, em que temos uma Presidente, que não governa, ‘’uma base política’’, rachada, em diversos lugares e uma oposição,
cujo único projeto é um vazio discurso de críticas ao Governo, por si,
moribundo. Quem sobreviverá primeiro, o Brasil ou a Grécia?
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