Com a tranquilidade dos que sabem que apenas estão cumprindo
um dever, o juiz Sergio Moro proferiu as primeiras sentenças condenatórias dos
envolvidos no ‘’petrolão’’. Sem
pirotecnia – o que é incomum, nestes casos – crava seu nome, na melancólica
história da corrupção, no Brasil, não levando em conta a importância, política
ou econômica, dos personagens, mas tão somente o grau de envolvimento dos
mesmos, nos fatos. Utilizou, com maestria, o instituto da ‘’delação premiada’’, obtendo os resultados conhecidos. Trabalhou,
sempre, apoiado na lei, tanto assim é que nenhum dos envolvidos obteve sucesso
nos vários ‘’habeas corpus’’
impetrados. E mais, ao trazer, para seu lado, a mídia independente e a
população esclarecida, pautou a conduta dos próprios ministros do Supremo, que
julgarão os acusados, com foro privilegiado. Assim, mesmo os Ministros, lá
colocados pelo petismo, especialmente aqueles que tomaram posição dúbia, no
julgamento do ‘’mensalão’’, mesmo
esses pensarão duas vezes, antes de se inclinarem para beneficiar réus, cuja
culpa está marcada pela contundência. Sergio Moro tem sido magistrado sereno,
que procura enxergar os fatos, além do universo jurídico e deu prova disto em
sua última declaração, ao sugerir que as construtoras, envolvidas no maior
escândalo do Brasil, façam um ‘’acordo de
leniência’’, para continuarem atuando no mercado. São elas, sozinhas,
responsáveis por 10% do PIB e empregam 20% de toda mão-de-obra ativa, no País,
principalmente, a menos qualificada. Se se fosse aplicar, friamente, o que
determina a ‘’lei das licitações’’,
no caso, a de número 8.666/93, aquelas construtoras deveriam ser declaradas ‘’inidôneas’’ e, via de conseqüência,
serem impedidas de contratarem com a Administração Pública, em qualquer de seus
níveis, federal, estadual e municipal. Daí adviriam milhares de desempregados
que, em nada, contribuíram para as falcatruas perpetradas. Pelo ‘’acordo de leniência’’, aquelas empresas
ressarcem os cofres públicos, restituindo o que apropriaram, indevidamente e
retornam às suas atividades, guiados por novos parâmetros de moralidade. Por
outro lado, os agentes públicos, antes de se envolverem em negociatas, agindo
como se a administração pública fosse coisa sua, pensarão várias vezes, antes
de adotarem desvio de conduta. É claro que não somos ingênuos, a ponto de achar
que, a partir de Sergio Moro, estancou-se a corrupção, no Brasil. Afinal, como
ensina o filósofo, ‘’o homem é ele e suas
circunstâncias’’ e sempre haverá circunstâncias que incitarão o agente
público à pratica de atos de improbidade. Todavia – tenho esta convicção – a
corrupção, a partir da ação saneadora de Sergio Moro, descerá a um patamar,
digno de País civilizado. Devemos isto ao lulopetismo: foram, de forma tão
deslavada, beber na fonte da corrupção, que permitiu que homens, da estatura
moral de Sergio Moro, erguessem sua voz e a espada da lei, bradando: ‘’agora, chega. Passem fora os vendilhões da
pátria’’.
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