As opiniões sobre o pedido de indulto, negado pelo Presidente
Barack Obama a Edward Snowden, nem mais divide a opinião pública internacional.
Como se sabe, Snowden, cidadão americano, revelou à imprensa todo o esquema de
espionagem, realizado pelo governo norte americano, tendo, como ‘’espionados’’, países como França,
Alemanha e até o Brasil. A espionagem sempre existiu, seja como elemento de
defesa, para evitar o efeito surpresa, seja para estabelecer a melhor
estratégia para enfrentar o adversário. Foi, nestes termos, largamente
difundida na segunda grande guerra e, especialmente, durante a ‘’Guerra Fria’’, envolvendo os Estados
Unidos e a extinta União Soviética, servindo de inspiração para criação do
personagem ‘’James Bond’’,
imortalizados, na tela, por Sean Connery. Pois Snowden funcionou como uma
espécie de ‘’contra espião’’,
roubando e revelando informações, consideradas relevantes pelo seu próprio
País. Foi, sem dúvida, um traidor da pátria e, para não ser punido pelos seus
atos, acabou por se exilar na Rússia, onde vive. Agora, pleiteia voltar aos
Estados Unidos, desde que seja perdoado e Obama disse ‘’não’’. Talvez, aos olhos dos ‘’espionados’’,
Snowden possa, até, ser considerado um ‘’homem do bem’’, todavia, recente
pesquisa, realizada pelo ‘’Washington Post’’
revelou que 93% dos norte americanos consideram-no traidor, que, com suas
revelações, comprometeram a segurança do País, o que é fonte da maior preocupação
daquele povo. Para se ter idéia do conceito desabonador de Snowden, apenas 167
mil norte americanos opinaram a favor do indulto, o que fortalece a posição da
Casa Branca de que, se ele retornar, será julgado pelo crime de espionagem.
Paralelamente, também se discute se países, como a Russia, que mantém relações
diplomáticas com os Estados Unidos, podem ou devem conceder asilo a autores de
crimes dessa magnitude. O Direito Internacional tem se direcionado no sentindo
oposto, isto é, na ampla cooperação, entre os países, no sentido de não
abrigarem criminosos, cujas ações delituosas atentem contra a coletividade.
Assim tem sido, por exemplo, com o tráfico internacional de entorpecentes, a
prática de atos de terrorismo e, como vimos, recentemente, com membros da Fifa,
envolvidos em crimes financeiros. O certo é que estão acabando, no mundo, os ‘’esconderijos’’ para os inimigos
públicos e Snowden é, sem dúvida, um deles. Se voltar, será julgado e severamente
punido. O que se pergunta é até quando a Rússia, que tem importantes relações
econômicas e políticas com os Estados Unidos, manterão o asilo, concedido a
Snowden, cujo brilho midiático já se apagou.
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