quarta-feira, 29 de julho de 2015

Edward Snowden, heroi ou vilão?

As opiniões sobre o pedido de indulto, negado pelo Presidente Barack Obama a Edward Snowden, nem mais divide a opinião pública internacional. Como se sabe, Snowden, cidadão americano, revelou à imprensa todo o esquema de espionagem, realizado pelo governo norte americano, tendo, como ‘’espionados’’, países como França, Alemanha e até o Brasil. A espionagem sempre existiu, seja como elemento de defesa, para evitar o efeito surpresa, seja para estabelecer a melhor estratégia para enfrentar o adversário. Foi, nestes termos, largamente difundida na segunda grande guerra e, especialmente, durante a ‘’Guerra Fria’’, envolvendo os Estados Unidos e a extinta União Soviética, servindo de inspiração para criação do personagem ‘’James Bond’’, imortalizados, na tela, por Sean Connery. Pois Snowden funcionou como uma espécie de ‘’contra espião’’, roubando e revelando informações, consideradas relevantes pelo seu próprio País. Foi, sem dúvida, um traidor da pátria e, para não ser punido pelos seus atos, acabou por se exilar na Rússia, onde vive. Agora, pleiteia voltar aos Estados Unidos, desde que seja perdoado e Obama disse ‘’não’’. Talvez, aos olhos dos ‘’espionados’’, Snowden possa, até, ser considerado um ‘’homem do bem’’, todavia, recente pesquisa, realizada pelo ‘’Washington Post’’ revelou que 93% dos norte americanos consideram-no traidor, que, com suas revelações, comprometeram a segurança do País, o que é fonte da maior preocupação daquele povo. Para se ter idéia do conceito desabonador de Snowden, apenas 167 mil norte americanos opinaram a favor do indulto, o que fortalece a posição da Casa Branca de que, se ele retornar, será julgado pelo crime de espionagem. Paralelamente, também se discute se países, como a Russia, que mantém relações diplomáticas com os Estados Unidos, podem ou devem conceder asilo a autores de crimes dessa magnitude. O Direito Internacional tem se direcionado no sentindo oposto, isto é, na ampla cooperação, entre os países, no sentido de não abrigarem criminosos, cujas ações delituosas atentem contra a coletividade. Assim tem sido, por exemplo, com o tráfico internacional de entorpecentes, a prática de atos de terrorismo e, como vimos, recentemente, com membros da Fifa, envolvidos em crimes financeiros. O certo é que estão acabando, no mundo, os ‘’esconderijos’’ para os inimigos públicos e Snowden é, sem dúvida, um deles. Se voltar, será julgado e severamente punido. O que se pergunta é até quando a Rússia, que tem importantes relações econômicas e políticas com os Estados Unidos, manterão o asilo, concedido a Snowden, cujo brilho midiático já se apagou.


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