O Presidente Temer gosta de viver perigosamente e elege o
período noturno para correr perigo. Já não bastava o episódio “Joesley”, o
crápula, recebido, às escondidas, no Jaburu e deu no que deu, noticia-se agora,
que, por volta das 22 horas e fora da agenda presidencial, a futura Procuradora
Geral da República, Raquel Dodge, foi vista, saindo da residência oficial do
Presidente. Questionada sobre visita, em horário tão impróprio (válido, apenas
para atividades impróprias, o que não parece ser o caso, já que a primeira dama
é de primeiríssima, com todo o respeito), a ilustre senhora, sucessora do
malfadado Janot, esclareceu que lá esteve “para
tratar de sua posse na chefia do Ministério Público Federal”, Rodolfo, meu
politizado pastor alemão, ao ler tal justificativa, contrariando sua postura
germânica, pôs-se a gargalhar. Que a douta Procuradora dissesse que fora
convidada a jantar, pelo reincidente Presidente, vá lá! Todavia, afirmar que
foi acertar detalhes da posse, aí é demais, até porque o Chefe de Estado possui
um órgão (epa!), chamado “Cerimonial”,
que cuida desses detalhes. Rodolfo quer saber se Dª Marcela esteve presente
nesse encontro. Não soube eu responder. Depois, perguntou-me se seria possível
que a pré-Procuradora Geral lá estivesse, sem que a primeira dama o soubesse.
Sem querer me envolver em tão nebulosa questão, apenas disse que, em tese e
apenas em tese, era possível. Em priscas eras, quando o saudoso General João
Batista Figueiredo foi escolhido Presidente, antes de sua posse, foi residir no
“Jaburu”, fui, feito “papagaio de pirata”, visitá-lo, levado
por amigo comum, pai de, hoje, cardiologista famoso, por atender altas
personalidades. Como, naquela época, ainda não existia “GPS”, vivi minutos terríveis procurando um banheiro e já premido a “derramar” em um dos imensos vasos, fui
salvo por serviçal que, com profundo ar de desprezo, conduziu-me até a porta
salvadora. Conto o episódio,apenas para
afirmar que o Palácio é tão grande que duas pessoas podem lá morar por vários
anos, sem se encontrarem, mas não estou insinuando que as insignes autoridades
se encontraram, escondidos da dona da casa. No entanto, persiste a pergunta: o
que levou a Procuradora ao Jaburu? Para mim – e apenas para mim – ambos,
Procuradora e Presidente, foram acertar a transferência de Janot para alguma
reserva indígena, onde haja muito bambu para se fazer flecha.
Vou ligar para meu colega de Faculdade, Mariz de Oliveira,
advogado e amigo do Presidente Temer, sugerindo que lhe aconselhe, daqui pra
frente, para evitar aleivosias (amo essa palavra!), que marque encontro em
lugares públicos, como, por exemplo, o saguão do aeroporto de Brasília... e
sempre durante o dia, é claro!
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