quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A visita da (não tão) velha Senhora



O Presidente Temer gosta de viver perigosamente e elege o período noturno para correr perigo. Já não bastava o episódio “Joesley”, o crápula, recebido, às escondidas, no Jaburu e deu no que deu, noticia-se agora, que, por volta das 22 horas e fora da agenda presidencial, a futura Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, foi vista, saindo da residência oficial do Presidente. Questionada sobre visita, em horário tão impróprio (válido, apenas para atividades impróprias, o que não parece ser o caso, já que a primeira dama é de primeiríssima, com todo o respeito), a ilustre senhora, sucessora do malfadado Janot, esclareceu que lá esteve “para tratar de sua posse na chefia do Ministério Público Federal”, Rodolfo, meu politizado pastor alemão, ao ler tal justificativa, contrariando sua postura germânica, pôs-se a gargalhar. Que a douta Procuradora dissesse que fora convidada a jantar, pelo reincidente Presidente, vá lá! Todavia, afirmar que foi acertar detalhes da posse, aí é demais, até porque o Chefe de Estado possui um órgão (epa!), chamado “Cerimonial”, que cuida desses detalhes. Rodolfo quer saber se Dª Marcela esteve presente nesse encontro. Não soube eu responder. Depois, perguntou-me se seria possível que a pré-Procuradora Geral lá estivesse, sem que a primeira dama o soubesse. Sem querer me envolver em tão nebulosa questão, apenas disse que, em tese e apenas em tese, era possível. Em priscas eras, quando o saudoso General João Batista Figueiredo foi escolhido Presidente, antes de sua posse, foi residir no “Jaburu”, fui, feito “papagaio de pirata”, visitá-lo, levado por amigo comum, pai de, hoje, cardiologista famoso, por atender altas personalidades. Como, naquela época, ainda não existia “GPS”, vivi minutos terríveis  procurando um banheiro e já premido a “derramar” em um dos imensos vasos, fui salvo por serviçal que, com profundo ar de desprezo, conduziu-me até a porta salvadora. Conto  o episódio,apenas para afirmar que o Palácio é tão grande que duas pessoas podem lá morar por vários anos, sem se encontrarem, mas não estou insinuando que as insignes autoridades se encontraram, escondidos da dona da casa. No entanto, persiste a pergunta: o que levou a Procuradora ao Jaburu? Para mim – e apenas para mim – ambos, Procuradora e Presidente, foram acertar a transferência de Janot para alguma reserva indígena, onde haja muito bambu para se fazer flecha.
Vou ligar para meu colega de Faculdade, Mariz de Oliveira, advogado e amigo do Presidente Temer, sugerindo que lhe aconselhe, daqui pra frente, para evitar aleivosias (amo essa palavra!), que marque encontro em lugares públicos, como, por exemplo, o saguão do aeroporto de Brasília... e sempre durante o dia, é claro!

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