segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Tchau, Querido!


Hoje, 12 de Setembro, o Ministro Ricardo Lewandowski passa a Presidência do Supremo Tribunal Federal à Ministra Carmen Lucia, primeira mulher, desde a criação da Corte, a ocupar tão relevante cargo. Jurista de menor lustro, que passou pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, Lewandowski chegou no Supremo pelas mãos de Lula, de quem é amigo, desde São Bernardo do Campo, em cuja Faculdade de Direito estudou. Sempre se manteve fiel ao ‘’companheiro’’ e, para protegê-lo de Curitiba, determinou ao Juiz Sergio Moro que separasse as gravações de conversas de Lula com políticos com foro privilegiado, obstando, assim, o avanço das investigações pela ‘’lava-jato’’, contra o ex-presidente. À época do mensalão, votou pela absolvição de cabeças coroadas do PT, como José Dirceu, o principal executivo da máfia e José Genoino, o Diretor Financeiro, que assinava cheques, empréstimo e transferências bancárias, ‘’sem saber o que estava assinando’’, como alegou em sua defesa. Lewandowski coroou sua gratidão ao petismo, acolhendo esdrúxula fatiamento de artigo expresso da Constituição que reúne, de forma indivisível, perda de mandato com inabilitação política, o que mereceu duras críticas de seus pares: o decano, Celso de Melo, afirmou que ‘’o artigo 52 compõe uma estrutura incindível e indecomponível’’ e Gilmar Mendes, que não tem papas na língua, arrematou que ‘’a solução não passa na prova dos 9 do jardim de infância do Direito Constitucional.’’ O Presidente do Supremo comanda o processo de impeachment, exatamente para assegurar que o ordenamento jurídico, como um todo, e a Constituição, em particular, sejam rigorosamente observados. Deve ele se conduzir como Juiz togado, a reger as ações dos juízes de fato, que o são os Senadores. Pois Lewandowski despiu a toga, desceu da presidência e foi negociar com aliados da ré, melhor solução para minimizar sua pena. Deu no que deu, para desconforto dos demais Ministros da Corte.

Lewandowski despede-se da presidência do Supremo, sem deixar saudades. Passa o bastão para a Ministra Carmen Lucia que, ao longo do tempo, tem demonstrado competência, discrição e imparcialidade, no exercício de seu ‘’munus’’. Em suas mãos fica a responsabilidade de recompor a imagem da presidência da Corte. Esperamos e desejamos que o consiga. 

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