Quem entra no escritório do Professor e ex - Ministro Delfim
Netto, verá, na sala, à direita, um pôster, com trechos de pensamento, por ele
exteriorizado, no longínquo ano de 1972, onde faz apologia do desenvolvimento,
mas asseverando que o mesmo exige dedicação ao trabalho e sacrifícios. E
Delfim, com quem tenho o privilégio de, eventualmente conviver, transformou
suas palavras em concretas ações de vida. Prestes a completar 88 anos, mantém
invejável lucidez e inesgotável capacidade para o trabalho: chega ao escritório
antes das 8 horas, concede entrevistas, aconselha empresários e investidores,
escreve para jornais e revistas, profere palestras, mantendo, sempre, sua verve
aguçada. Despido de preconceitos ideológicos, pensa, prioritariamente, o
Brasil, razão pela qual foi ‘’guru’’ da equipe econômica de Lula e apoiou Dilma,
ate que ela ‘’meteu os pés pelas mãos’’. Na semana passada, almoçou com Michel
Temer, de quem é amigo de larga data. Afinal, foram Constituintes juntos. No
dia subseqüente ao almoço, Delfim concedeu entrevista ao ‘’Estadão’’, por
certo, resumo de sua conversa com o quase Presidente. De novo, repetindo seu
‘’poster’’, previu que a retomada do desenvolvimento exigirá, de todos,
dedicação ao trabalho e sacrifícios. Michel Temer, homem de fino trato, jurista
reconhecido e político experiente, deve ter assimilado os aconselhamentos de
Delfim. Vai enfrentar uma ‘’pedreira’’, que somente poderá ter sua demolição
encetada, se contar com a confiança dos diversos segmentos da sociedade, que
sabe e até aceita fazer sacrifícios, desde que esses comecem pelo próprio governo.
A significativa redução do numero de Ministérios – não mais do que 15 são
necessários – e, conseqüentemente, a extinção de milhares de cargos e confiança
e funções gratificadas, já é um bom começo. Uma equipe, de reconhecida
capacitação técnica, sem o ‘’toma lá dá cá’’, marca registrada da nefasta era
lulopetista, restaurará a confiança perdida e, com o indispensável apoio da
população, possibilitará o encaminhamento de reformas essenciais, como a
previdenciária, tributária e trabalhista. Como bem salientou Delfim, em sua
entrevista ao ‘’Estadão’’, Temer, tal qual Itamar o fêz, tem tudo para escrever
seu nome, com brilho, na historia do Brasil. De se lamentar que Temer não
poderá contar com o ‘’jovem’’ Delfim que, no próximo 1º de maio, completará 88
anos, que começou como ‘’office boy’’ da ‘Gessy Lever’’ e se transformou em uma
das maiores inteligências, a serviço do Brasil. De qualquer maneira – tenho
certeza -, nos momentos de duvidas, Temer poderá dissipá-las, passando pelo
austero escritório do Pacaembu e ouvindo os conselhos do Mestre.
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