Recebo do meu querido amigo e irmão em Cristo, Marcello Pizo,
e-mail que me obrigo a divulgar, até porque o ‘’amigo’’, a que ele se refere, sou eu. Obrigo-me, também, porque
Marcello mantém a dignidade dos que não abrem mão de seus princípios, nem para
obter privilégios. Conheci-o, assim, há 20 ou mais anos e tê-lo entre meus
raros amigos, estufa-me o peito de orgulho. Entendo e aplaudo o rigorismo dele,
porque, do outro transijo em meus ideais, para obter privilégios ou vantagens.
‘’Vivi’’ 1964 e o segui lado do rio,
precisamente em sua margem direita, também sou assim: não vivendo até hoje,
razão pela qual coloco, no mesmo saco de desserviço ao Brasil o PT e o PSDB.
Gostaria de ter Dilma apeada do Governo, primeiro, porque ainda vejo nela a
terrorista, que não deveria ter sido poupada; segundo, porque, muito mais do
que as ‘’pedaladas fiscais’’, coloco,
na conta dela, este terrorismo econômico e moral, no qual atolou o Brasil. Não
me considero ‘’coxinha’’, porque, nos
estertores da vida, continuo fazendo o que faço há 60 anos: trabalhando duro,
para honrar a confiança que depositam em mim. De igual sorte, nem de longe
Marcello pode receber a alcunha de ‘’petralha’’. Não me lembro dele senão como
um jovem aguerrido, depois, um maduro homem aguerrido, que não se abate, nem se
corrompe e faz do trabalho honesto o único meio de manter sua família.
Parabéns, meu caro Marcello, por estar na ‘’contramão’.
Como diria Vinicius ‘’se todos fossem
iguais a você...”
PELA CONTRAMÃO
Ontem
a noite encontrei um querido amigo na esquina de casa. Além de vizinhos
da mesma rua, frequentamos a mesma paróquia e nos conhecemos desde os
anos 90, quando ele era um dos advogados da empresa do meu pai.
Temos
um grande carinho um pelo outro e compartilhamos, além do convívio na
igreja, algumas afinidades. Somos apaixonados por cães e pelas
respectivas esposas, adoramos literatura e história, fazemos algumas
caminhadas juntos no Parque da Aclimação e gostamos de escrever.
As
conexões acabam por aí. Na política pensamos profundamente diferente, o
que não inviabiliza nossa relação afetuosa e respeitosa.
Voltando
à vaca fria: ontem a noite, logo após nos abraçarmos, ele disse que
pensara em mim durante o dia, após acompanhar os noticiários. Sabedor da
minha relação com o vice-presidente e do meu vínculo com o PMDB, supôs
que com a debandada do Partido do governo, eu me daria bem...
Contei a ele que sua suposição era completamente infundada.
Minha
relação com o PMDB começou nos meus 14 anos, no longínquo ano de 1981,
quando conheci Almino Affonso voltando do exílio. Mais tarde, ao atingir
a maioridade, me filiei e “fiz carreira” no Diretório Zonal de
Perdizes, onde fui de membro a presidente, além de me eleger para cargos
municipais e estaduais, sem NUNCA ter tido emprego no governo.
Há
alguns anos, sobretudo após a morte do Quércia, me afastei da vida
partidária. Minhas raras participações ocorreram para ajudar alguns
companheiros nas montagens das chapas do diretório e em alguns votos
esporádicos em candidatos amigos filiados a sigla.
Com
os últimos acontecimentos – processos do Eduardo Cunha, apoio ao
fechamento das escolas estaduais pelo líder da bancada estadual Jorge
Caruso, filiação da Marta, etc – entreguei em 21 de dezembro minha
desfiliação ao meu presidente do Zonal, Mauro Calló.
Portanto, NÃO ME DAREI BEM. Não quero me dar bem dessa forma e muito menos fazer parte desse movimento oportunista e golpista.
Mesmo
tendo muito respeito pela trajetória do Michel Temer, pelos tantos anos
de convívio, jamais apoiarei sua postura e seu eventual governo, caso o
golpe se instale no planalto.
Meu
amigo, lembrando-se de minhas posições contrárias ao apoio do PMDB ao
governo FHC, da minha briga com o Quércia quando ele se juntou aos
tucanos e agora com minha desfiliação, às vésperas do Partido vislumbrar
a subida da rampa, concluiu “Você sempre está na contramão”.
Assim como para Drummond, o anjo torto, daqueles que vivem nas sombras, me disse: Vai, Marcello! Ser gauche na vida.
Eu fui...
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