A São Paulo que não
conhecia
Moro na cidade de São Paulo, desde os primeiros sopros dos
anos 60, quando me instalei no Planalto Paulista. Estudei, primeiro na Vila
Mariana e, depois nas Perdizes. Minha primeira namorada vivia na Aclimação,
para onde mudei, anos depois e estou até hoje, tendo trabalhado no centro, e no
Cambuci e no Itaim. Ao longo de todos
estes anos, minha vida se circunscrevia a essa região, que conheço com
intimidade. Digo isto para deixar claro que sou absolutamente jejuno em zona
leste e norte, onde fui esporádicas vezes, sempre conduzido por alguém e com o
nariz torcido. Por isso, quando o médico falou que a internação se daria em um
hospital do ‘’Jardim Anália Franco’’,
senti um incômodo arrepio. Vi-me adentrando por vias estreitas e escuras e
instalado em prédio coberto por grafite. Mas, se era lá que seria feita a
cirurgia, não restava outra alternativa, senão me conformar. Gratíssima surpresa:
o hospital – ‘’Vitoria’’ é seu nome –
situa-se em larga e aprazível avenida, ocupada por edifícios de excelente
padrão e tendo, ao fundo, o ‘’Shopping
Anália Franco’’, que quase nada fica a dever aos ‘’Iguatemi’’ da vida. O Hospital, em si, encontra-se instalado em
moderníssimo prédio, seus equipamentos são de última geração e o pessoal de
apoio é atencioso e eficiente. É claro que preferia ter passado o
fim-de-semana, a beira-mar, de preferência no Leme, mas, nas circunstancias que
me foram impostas, vivi agradável experiência, extirpando empobrecido
preconceito e concluindo que, fora dos lugares óbvios, São Paulo tem muito de
belo a oferecer a seus habitantes, que precisam sair de suas ‘’tocas’’, para melhor conhecerem e
desfrutarem desta cidade, injustamente chamada de ‘’desvairada’’.
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