Um encontro para
lembrar
Almoço com querido amigo, brilhante e bem sucedido advogado,
que tem lá suas simpatias pela Dª Dilma e que me honra, acompanhando-me nestas
mal traçadas. Pergunta-me ele o porquê do meu pessimismo, em relação ao
presente do Brasil. Ia eu repetir a lenga-lenga de sempre, os juros
estratosféricos, a inibir os investimentos e estimular a especulação; a
inflação, cujo índice real e crescente é muito maior do que o oficialmente
divulgado; a crise energética, a comprometer a produção; a gastança oficial,
que transfere para o contribuinte a irresponsabilidade administrativa e a
corrupção desenfreada, muito acima do limite suportável. O que dizer de um país
que permite cortar a luz e água de suas embaixadas, por falta de pagamento?
Consta, inclusive, que Dª Dilma não foi a Davos, porque teve receio dos
credores que, à porta do hotel, esperavam-na para cobrar contas vencidas. O
Brasil está no Serasa e no SPC dos organismos internacionais. Todavia, em
respeito ao amigo, que me convidara para conhecer seu novo escritório (sóbrio e
elegante como ele) e, depois, almoçar, eu, sabedor do alinhamento dele com Dª
Dilma, seria, no mínimo, deselegante, recitando estas diatribes todas. Preferi
levar a conversa para amenidades, falar das vantagens que a tecnologia trouxe
para nossa profissão etc. Saímos do restaurante e buscamos caminhos opostos, eu
matutando como pessoa tão culta, bem informada, de induvidosa respeitabilidade
podia se afinar com um governo que é exatamente o contrário de tudo isto! Vou
convidá-lo a voltar a almoçar comigo, primeiro pela honra de sua companhia,
depois para tentar desvendar esse mistério. Tenho uma leve desconfiança de que
sei o porquê. Meu amigo não bebe, a não ser coca-cola e assim mesmo “diet”. Meu amigo – fidelíssimo -, nem
por um mísero segundo desviou o olhar para várias coxas torneadas, a nosso
redor. Meu amigo não fuma. Ora, algum vício – e grave – ele havia de ter. E
este vício, repulsivo, é admirar a megera:
Errata: no meu texto de ontem, onde saiu “declaração de idoneidade”, leia-se “declaração de inidoneidade”.
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