segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Tancredo e os 30 anos de sua eleição
Tudo bem que meu irmão, lá do sul da Bahia, vai me chamar de reacionário, extrema direita, etc, não faz mal, mas vou dar a minha visão destes últimos 30 anos, cujo marco inicial foi a eleição de Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral. Para começar, vamos deixar de estuprar os fatos históricos, afirmando que a vitória de Tancredo foi uma conquista do povo. Coisa nenhuma! Tancredo deve sua vitória ao General Leônidas Pires Gonçalves (que seria seu Ministro do Exército e o foi do Presidente Sarney), que convenceu o Alto Comando das Forças Armadas, inclusive o Presidente Figueiredo, que os dois candidatos a candidato, do governo Mário Andreazza e Paulo Maluf – não correspondiam aos interesses do Comando Militar para promover a transição. Maluf, pelos motivos óbvios e Andreazza, por ser Coronel, a quem os Generais, Almirantes e Brigadeiros não aceitavam ficar subordinados. Figueiredo, se quisesse, poderia ter exigido que Maluf não participasse da Convenção e Andreazza, correndo sozinho, seria o candidato do PDS – partido do governo – e venceria a eleição. Figueiredo declarou que não interferiria na escolha do candidato do partido e, no dia da Convenção, viajou para seu sítio, no Estado do Rio. O General Leônidas, como se disse, aproximou Tancredo de Figueiredo, que deu seu “sinal verde”, inclusive, cumprimentando-o, via telefone, tão logo proclamado o resultado da eleição. Quis o destino que a transição fosse feita por Sarney, “revolucionário” de primeira hora e que passou para a “oposição” (?), quando a vitória de Tancredo, no Colégio Eleitoral, já estava assegurada. Comentou-se, à época, que a inclusão de Sarney, como vice, na chapa do mineiro, também se deveu ao engenho e arte do General Leônidas, que, inclusive, quando do impedimento de Tancredo, decidiu por aquele, preterindo Ulisses, o preferido pela oposição. Dizer, então, que a candidatura e a eleição de Tancredo resultaram do movimento “diretas já”, é desconhecer a história. Na verdade, a devolução do Poder aos civis já estava decidida desde o governo Geisel, tanto assim que, ao contrário das vezes anteriores, durante o governo Figueiredo, nunca se especulou o nome de outro General para sucedê-lo. Os militares jamais tiveram receio de qualquer insuflação popular, até porque sempre contaram com o apoio da população, mesmo e principalmente no difícil período da repressão ao terrorismo.

Agora, o que os civis fizeram com o Brasil, nestes 30 anos, todos o sabemos. À exceção do governo Itamar Franco, absolutamente íntegro e o verdadeiro artífice do “plano real”, o resto é a melancólica história da destruição do patrimônio público, que começou com as privatizações e segue com a inacabada “petropropina”. O resto, “são tertúlias plácidas para embalar bovino.”

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