Tancredo e os 30 anos
de sua eleição
Tudo bem que meu irmão, lá do sul da Bahia, vai me chamar de
reacionário, extrema direita, etc, não faz mal, mas vou dar a minha visão
destes últimos 30 anos, cujo marco inicial foi a eleição de Tancredo Neves, no
Colégio Eleitoral. Para começar, vamos deixar de estuprar os fatos históricos,
afirmando que a vitória de Tancredo foi uma conquista do povo. Coisa nenhuma!
Tancredo deve sua vitória ao General Leônidas Pires Gonçalves (que seria seu
Ministro do Exército e o foi do Presidente Sarney), que convenceu o Alto
Comando das Forças Armadas, inclusive o Presidente Figueiredo, que os dois
candidatos a candidato, do governo Mário Andreazza e Paulo Maluf – não
correspondiam aos interesses do Comando Militar para promover a transição.
Maluf, pelos motivos óbvios e Andreazza, por ser Coronel, a quem os Generais,
Almirantes e Brigadeiros não aceitavam ficar subordinados. Figueiredo, se
quisesse, poderia ter exigido que Maluf não participasse da Convenção e
Andreazza, correndo sozinho, seria o candidato do PDS – partido do governo – e
venceria a eleição. Figueiredo declarou que não interferiria na escolha do
candidato do partido e, no dia da Convenção, viajou para seu sítio, no Estado
do Rio. O General Leônidas, como se disse, aproximou Tancredo de Figueiredo,
que deu seu “sinal verde”, inclusive,
cumprimentando-o, via telefone, tão logo proclamado o resultado da eleição.
Quis o destino que a transição fosse feita por Sarney, “revolucionário” de primeira hora e que passou para a “oposição” (?), quando a vitória de
Tancredo, no Colégio Eleitoral, já estava assegurada. Comentou-se, à época, que
a inclusão de Sarney, como vice, na chapa do mineiro, também se deveu ao
engenho e arte do General Leônidas, que, inclusive, quando do impedimento de
Tancredo, decidiu por aquele, preterindo Ulisses, o preferido pela oposição.
Dizer, então, que a candidatura e a eleição de Tancredo resultaram do movimento
“diretas já”, é desconhecer a
história. Na verdade, a devolução do Poder aos civis já estava decidida desde o
governo Geisel, tanto assim que, ao contrário das vezes anteriores, durante o
governo Figueiredo, nunca se especulou o nome de outro General para sucedê-lo.
Os militares jamais tiveram receio de qualquer insuflação popular, até porque
sempre contaram com o apoio da população, mesmo e principalmente no difícil
período da repressão ao terrorismo.
Agora, o que os civis fizeram com o Brasil, nestes 30 anos,
todos o sabemos. À exceção do governo Itamar Franco, absolutamente íntegro e o
verdadeiro artífice do “plano real”,
o resto é a melancólica história da destruição do patrimônio público, que
começou com as privatizações e segue com a inacabada “petropropina”. O resto, “são
tertúlias plácidas para embalar bovino.”
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