Operação “lava-jato”: os donos ficaram de fora
Os executivos das Construtoras, envolvidas no escândalo da
Petrobrás e contra quem já foi oferecida denúncia, continuam presos, o que se
nos afigura uma excrescência jurídica. Se foram denunciados pelo Ministério
Público e a denúncia recebida pelo honrado Juiz Sérgio Moro, por serem eles primários
e terem residência fixa, têm assegurado o direito de responder ao processo em
liberdade. Ao que tudo indica, mantê-los presos tem, como objetivo, forçá-los à
delação premiada, o que passa a ser ato arbitrário, que macula a seriedade com
que se houve aquele Magistrado, na condução do processo. A contrário senso, os “donos” das Construtoras envolvidas
continuam “livres, leves e soltos”,
com seus bens pessoais disponíveis, a esta hora devidamente protegidos das mãos
da justiça. Veja, por exemplo, o caso da “Camargo
Correia”. Ao que consta, o controle acionário da empresa pertence às
herdeiras do patriarca Sebastião Camargo e que, segundo recentemente divulgado
pela mídia, cada uma delas possui fortuna superior a 02 bilhões de reais. Se essa
fortuna foi construída às custas de negócios escusos, por certo, trata-se de
matéria que interessa ao Poder Judiciário. Se os executivos presos foram os
autores diretos do crime de corrupção, não resta dúvida que os beneficiários do
crime – no caso, os donos das Construtoras – também estão envolvidos nos atos ilícitos
praticados. Ou alguém pode imaginar que os executivos agiram à revelia dos
donos das Construtoras?
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