terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Operação “lava-jato”: os donos ficaram de fora

Os executivos das Construtoras, envolvidas no escândalo da Petrobrás e contra quem já foi oferecida denúncia, continuam presos, o que se nos afigura uma excrescência jurídica. Se foram denunciados pelo Ministério Público e a denúncia recebida pelo honrado Juiz Sérgio Moro, por serem eles primários e terem residência fixa, têm assegurado o direito de responder ao processo em liberdade. Ao que tudo indica, mantê-los presos tem, como objetivo, forçá-los à delação premiada, o que passa a ser ato arbitrário, que macula a seriedade com que se houve aquele Magistrado, na condução do processo. A contrário senso, os “donos” das Construtoras envolvidas continuam “livres, leves e soltos”, com seus bens pessoais disponíveis, a esta hora devidamente protegidos das mãos da justiça. Veja, por exemplo, o caso da “Camargo Correia”. Ao que consta, o controle acionário da empresa pertence às herdeiras do patriarca Sebastião Camargo e que, segundo recentemente divulgado pela mídia, cada uma delas possui fortuna superior a 02 bilhões de reais. Se essa fortuna foi construída às custas de negócios escusos, por certo, trata-se de matéria que interessa ao Poder Judiciário. Se os executivos presos foram os autores diretos do crime de corrupção, não resta dúvida que os beneficiários do crime – no caso, os donos das Construtoras – também estão envolvidos nos atos ilícitos praticados. Ou alguém pode imaginar que os executivos agiram à revelia dos donos das Construtoras?

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