quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Os desafios do novo Secretário de Segurança

Vejo com otimismo, a assunção ao cargo de Secretário de Segurança Pública de São Paulo do advogado Alexandre de Moraes, jurista emérito, ex-membro do Ministério Público e com larga experiência em gestão pública. Advogado há mais de 40 anos, com passagem como Diretor da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, tenho a convicção formada que o combate à criminalidade só se torna eficiente, quando se dá a adequada estrutura aos Distritos Policiais. E assim o é, porque é exatamente dentro da jurisdição do distrito que tudo acontece e, pelo menos em tese, o respectivo Delegado e sua equipe deve saber onde, por exemplo, situa-se a “boca de fumo”, o “desmanche” de veículos, quem são os “gerentes” dos furtos e roubos. É claro que os departamentos especializados são importantes, mas deveriam estar voltados para as macro operações. Quem, hoje, como vitima e, principalmente, como advogado freqüenta os distritos policiais defrontam com desoladora realidade: poucos funcionários, via de regra desmotivados, em razão dos baixos rendimentos, paupérrima estrutura de trabalho, tendo que atender ocorrências, as mais variadas. É absolutamente comum o escrivão de Cartório acumular, simultaneamente, o plantão. A investigação, para falar o óbvio, só se torna eficiente se for ágil e rápida e, sem material humano, em qualidade e quantidade suficientes, esses adjetivos se tornam mera ficção. Sugiro ao novo Secretário que, de surpresa, visite, a seu alvedrio, alguns Distritos Policiais, pois esta é a única maneira de se inteirar da realidade e, a partir daí, elaborar um projeto para dinamizar a Polícia Civil. Projetos elaborados de cima para baixo costumam não sair do papel. A Segurança Pública do Estado de São Paulo, principalmente a Polícia Civil precisa de um choque de gestão, a começar pela melhoria salarial dos policiais. É o que nós, cidadãos paulistanos que, hoje, vivemos, sob intensa tensão, esperamos do novo Secretário e de sua equipe. 

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