A possível Marina
Após o debate da “Bandeirantes”,
ligo para um dos jornalistas daquela emissora, amigo de longa data e um dos
mais renomados do País e pergunto o que ele achou da Marina. “sem dúvida, a melhor dos presidenciáveis
debatedores. Segura nas respostas dadas com consistência”. Sexta feira,
boca da noite, vou tomar aperitivo, com cirurgião cardíaco, um dos mais
conceituados do Brasil, que me honra com sua amizade. Falamos um pouco de tudo
e, como não poderia deixar de ser, as eleições entram na conversa. Pergunto em
quem ele votará. “Na Marina, é claro”.
Por que? Indago eu. “Porque ela vai nos
livrar do PT, da Dilma e de tudo de ruim que eles fizeram e fazem ao País. Além
da corrupção desenfreada, o que nos faz inclusive, perder a esperança. Venho
pensando em mandar meu filho estudar e morar fora do Brasil.” Ontem,
voltando do fórum com um cliente, este perguntou ao motorista do táxi, que nos
conduziu, em quem ele votará e ele passa a falar em Marina, “que vai botar estes ladrões do PT para fora
do Governo.” Cito esses díspares exemplos para demonstrar que Marina, em
diferentes segmentos sociais, surge como a esperança de acabar com a
longevidade do PT. As pesquisas indicam que, em nome do chamado “voto útil”, houve migração de eleitores
de Aécio para Marina. A revista “Época”,
do último fim de semana, traz entrevista de uma socióloga, filha de banqueiro,
tecendo elogios ao caráter e à competência de Marina. Talvez o diabo não seja
tão feio quanto eu imaginava. Por enquanto – abro – sou eleitor de Aécio, mas
estou deixando entre aberta a porta, para ir de Marina. Afinal, como diz meu
amigo cirurgião, há um mal maior, a ser extirpado: Dilma e o PT.
O competentíssimo Fernando Rodrigues – uma das razoes que me
levam a ser leitor da “Folha – em seu
artigo de sábado, 30.8, afirma que desde o final do período de exceção, pela
primeira vez, teremos, na disputa final, dois candidatos de esquerda.” Ledo
engano, caríssimo. Marina está tão ou mais longe da esquerda do que Aécio. Na
economia, cercou-se de liberais e conta com o apoio de banqueiros, a começar
pela filha do fundador do Banco Itaú. Como evangélica convicta (ela quase foi
freira), repudia o aborto, a união homoafetiva, a descriminalização da maconha,
o que deve estar provocando uivos de fúria nos Gabeiras da vida. Através de seu
vice já estende as mãos ao agro negocio. Exatamente por não abraçar nenhum
dogma da carcomida esquerda, Marina vem caindo no gosto de todos... acho que
até que no meu.
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