Tenho o hábito de ler três livros, por mês, às vezes,
alterando obras de ficção com outras, de gêneros diferentes. Quando estou por
terminar o último, preparo a lista dos três seguintes. Não gosto de tatear, no
escuro, correndo o risco de cair em subliteratura, tantas as há, por aí. Minha
livraria preferida continua sendo a “Martins Fontes”, ali na esquina da
Paulista com a Brigadeiro. Não é “mega
store”, como a Saraiva, que vende livros e um monte de bugigangas, o que, a
meu juízo, retira-lhe o conceito puro de livraria. A “Martins Fontes” tem tudo
o que você busca e, o que não tem, pode ser encomendado. Como estou a terminar
“A Casa no Lago”, que conta a real
história de uma casa situada em aprazível local, perto de Berlim e, em
destaque, as vicissitudes dos que nela moraram, à época do nazismo e da 2ª
guerra mundial, corro a preparar a lista dos 03 próximos livros. Fico, já de
início, com as “Prisioneiras”, de Drauzio
Varela. É ele uma das mais importantes personalidades do Brasil contemporâneo.
Médico de notório saber, explica as doenças, em seus artigos, entrevistas e
palestras, com extrema simplicidade, sem afetação e palavreado técnico. A par
isto, de longeva data, trabalha, como voluntário, nos presídios brasileiros,
expondo, em suas obras, a miserável condição humana, a que são submetidos os
detentos. “Prisioneiras” completa a
trilogia “Carandiru” (1992) e “Carcereiros”. Drauzio sabe tudo, sobre a
vida nos presídios e, se este fosse um País, onde os problemas fossem
discutidos, com seriedade, seria ele, no mínimo, consultor necessário, para um
governo que pretendesse encontrar solução mínima para a superpopulação
carcerária.
O segundo livro a percorrer é “Nossas noites”, último trabalho de Kent Haruf, narrativa sobre a
complexa convivência de dois septuagenários. Como terceiro livro, a ser lido,
vou atrás de “Conversa de Refugiados”,
de Bertolt Brecht que, narra o diálogo, sobre o nazismo, entre um físico e um
operário.
Dos últimos livros lidos, para quem é apaixonado por
cachorros, como eu, imperdível é “Quatro Vidas de um Cachorro”, de W.
Bruce Cameron e que conta a história de um mesmo cão que reencarna quatro
vezes, sempre buscando entender a razão disto, até encontrá-la, no último
renascimento, quando, “se tendes
lágrimas, preparai-vos para derramá-las”.
Para quem quiser se informar sobre o lado negro das relações
entre médicos, de má índole e empresas, fornecedoras de dispositivos médicos,
onerando os custos dos planos de saúde e, via de consequência, atingindo o bolso dos
consumidores, recomendo a leitura de “A
máfia das próteses”. Seu autor, Pedro Ramos, Diretor da ABRANGE –
Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo, elaborou profunda
pesquisa sobre o tema, inclusive descrevendo casos, onde essa “máfia” agiu e continua agindo.
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