Benito Mussolini, o ditador italiano, que acabou executado
pelo próprio povo, dizia que governar a Itália não era difícil, mas
sim...inútil. Tal assertiva pode ser aplicada ao Brasil de hoje, ante a
fragilidade das instituições, o descompromisso dos governantes com a coisa
pública e o desinteresse da população, como se todos os absurdos praticados não
dissesse respeito a ela. Ouço e leio que a sociedade está atenta às decisões
dos 3 Poderes, verdade aplicável a uma ridícula minoria, que busca as notícias
do dia, discute-as, nas mesas de bares sofisticados, postam suas críticas nas
redes sociais... e fica nisto. Os 3 poderes descumprem os ditames
constitucionais, que vão sendo remendados, aqui e ali, ao sabor de interesses
pessoais ou corporativos. O Presidente da República, envolvido em grossas ondas
de corrupção, para sobreviver – e apenas sobreviver – no cargo, barganha
favores, com um Congresso, moralmente tão comprometido quanto ele. Os mais
altos segmentos do Poder Judiciário estão contaminados pela politização de suas
decisões, pois os Ministros das Cortes Altas dividem-se entre os que não são
contra e os que são a favor do governo. Vêm, a público, dar opiniões sobre
questões jurídicas que, logo mais, serão submetidas a seus julgamentos. Até
Rodolfo, meu politizado pastor alemão, sabia, com dias de antecedência que, no
julgamento da chapa “Dilma/Temer”,
pelo Tribunal Superior Eleitoral, o placar seria de 4x3, pela absolvição, como
se ambos fossem dois anjos de candura. O debate, operação lava-jato que segue,
na base do vai ou racha, adquiriu ares de folhetim, tipo “quem matou Odete Roitman?” Enquanto
isto, em cômodo apartado, a equipe econômica luta, com unhas e dentes, escora
guarda-roupa na porta, veda janelas, para impedir que a inflação saia e galope, por aí. Dizem – sujeito indeterminado
– que, neste ano, não ultrapassará ela os 4%. Apesar de tão majestosa
informação, acabo de receber carta da operadora de meu plano de saúde,
informando-me que, a partir do próximo mês de julho, amargarei um reajuste de
39%. Por que? A justificativa vem em sânscrito, ou idioma similar. E tem mais:
a Caixa Econômica Federal, onde mantenho conta-corrente, projeta em 13,40% os
juros do cheque especial, o que ainda é pouco, perto do 22% ao mês do cartão de
crédito. Como nada entendo de economia, não sei como se faz o calculo do índice
inflacionário, ainda mais se considerarmos a banana a 10 reais a dúzia que, até
3 feiras-livres atrás, não passava de 7 reais. Enquanto isto, o Presidente
Temer vai vender carne na Russia, logo carne que está a lhe provocar vômito e
diarréia.
Difícil governar? Inútil, como filosofava Mussolini.
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