quinta-feira, 22 de junho de 2017

A vã filosofia do momento



Benito Mussolini, o ditador italiano, que acabou executado pelo próprio povo, dizia que governar a Itália não era difícil, mas sim...inútil. Tal assertiva pode ser aplicada ao Brasil de hoje, ante a fragilidade das instituições, o descompromisso dos governantes com a coisa pública e o desinteresse da população, como se todos os absurdos praticados não dissesse respeito a ela. Ouço e leio que a sociedade está atenta às decisões dos 3 Poderes, verdade aplicável a uma ridícula minoria, que busca as notícias do dia, discute-as, nas mesas de bares sofisticados, postam suas críticas nas redes sociais... e fica nisto. Os 3 poderes descumprem os ditames constitucionais, que vão sendo remendados, aqui e ali, ao sabor de interesses pessoais ou corporativos. O Presidente da República, envolvido em grossas ondas de corrupção, para sobreviver – e apenas sobreviver – no cargo, barganha favores, com um Congresso, moralmente tão comprometido quanto ele. Os mais altos segmentos do Poder Judiciário estão contaminados pela politização de suas decisões, pois os Ministros das Cortes Altas dividem-se entre os que não são contra e os que são a favor do governo. Vêm, a público, dar opiniões sobre questões jurídicas que, logo mais, serão submetidas a seus julgamentos. Até Rodolfo, meu politizado pastor alemão, sabia, com dias de antecedência que, no julgamento da chapa “Dilma/Temer”, pelo Tribunal Superior Eleitoral, o placar seria de 4x3, pela absolvição, como se ambos fossem dois anjos de candura. O debate, operação lava-jato que segue, na base do  vai ou racha,  adquiriu ares de folhetim, tipo “quem matou Odete Roitman?” Enquanto isto, em cômodo apartado, a equipe econômica luta, com unhas e dentes, escora guarda-roupa na porta, veda janelas, para impedir que a inflação saia e  galope, por aí. Dizem – sujeito indeterminado – que, neste ano, não ultrapassará ela os 4%. Apesar de tão majestosa informação, acabo de receber carta da operadora de meu plano de saúde, informando-me que, a partir do próximo mês de julho, amargarei um reajuste de 39%. Por que? A justificativa vem em sânscrito, ou idioma similar. E tem mais: a Caixa Econômica Federal, onde mantenho conta-corrente, projeta em 13,40% os juros do cheque especial, o que ainda é pouco, perto do 22% ao mês do cartão de crédito. Como nada entendo de economia, não sei como se faz o calculo do índice inflacionário, ainda mais se considerarmos a banana a 10 reais a dúzia que, até 3 feiras-livres atrás, não passava de 7 reais. Enquanto isto, o Presidente Temer vai vender carne na Russia, logo carne que está a lhe provocar vômito e diarréia.
Difícil governar? Inútil, como filosofava Mussolini.

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