A hagiografia registra ser hoje, 26, dia dedicado a São
Joaquim e Sant’Ana, pais de Nossa Senhora e avós maternos de Jesus. Deles sabemos
que viviam muito bem de vida, mas amargavam a tristeza de não terem filho, e,
por isso, Joaquim chegou a ser impedido de apresentar sua oferta no templo –
suprema humilhação. Retirou-se para o deserto e orou, durante 40 dias e 40
noites, depois dos quais ele e Ana tiveram a revelação de um anjo, de que suas
preces tinham sido atendidas e Ana deu a luz a uma menina, a quem chamou Maria.
São eles padroeiros dos avós. Lembro-me de que, quando nasceu meu primeiro
neto, passada a emoção, eu tive a exata noção do significado da palavra “imortalidade”. Nele estava a continuação
de um ciclo, cuja origem remonta a meu primeiro ancestral e terá nele minha
continuidade, por todo o sempre. Depois, vieram mais 3 netos e, em todos eles
haverá uma centelha, por mais tenue que seja, de meu ser. Por certo, algum
tempo após minha partida, serei apenas apagada lembrança, mas, mesmo que eles não
percebam, um pouco de mim estará neles e nos filhos deles e, assim, sucessivamente,
gerando o eterno mistério da imortalidade. Não tive o privilégio de ver meus
avós, que se foram antes de minha chegada, mas sei e sinto que algum traço
deles ficou em mim. Por isso, dedico este dia de hoje a meus netos, a quem quis
proporcionar tudo, a quem quis proteger dos “maus humores” dos pais, a quem ensinei que minha casa, mais que
minha, era deles, por isso podiam jogar bola na sala, pular na cama, praticar,
enfim, deslavada liberdade e todos estes atos marejam-me os olhos de alegria. Deus,
em sua incomensurável bondade, permitiu-me ficar por aqui, para vê-los nascer,
crescer e conhecer o mundo. Para eles, repito trecho do Evangelho de hoje
(Mateus, 13, 16-17):
“Felizes são vossos
olhos, porque veem e vossos ouvidos, porque ouvem. Em verdade vos digo, muitos
profetas e justos desejaram ver o que estou vendo, e não viram; desejaram ouvir
o que estais ouvindo, e não ouviram.”
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