quinta-feira, 21 de julho de 2016

Considerações sobre a ‘’Escola Sem Partido’’

Ilustre colega, Procurador da República, que me honra com a leitura de meu blog, manda-me notícia de uma Professora de Sociologia de Curitiba, que teria sido afastada de suas funções, por fazer proselitismo político, em sala de aula, a favor do marxismo. Seus alunos até compuseram um ‘’funk’’, denominado ‘’baile na favela’’, cuja letra, bastante sintomática, canta: ‘’os burgueses não moram na favela/ Estão nas empresas explorando a galera/ E os proletários, o salário é uma miséria/ Essa é a mais valia, vamos acabar com ela’’. Expressões como ‘’burgueses’’, ‘’mais valia’’ e ‘’proletários’’, indicam que a Professora ainda está nos anos 60. Foi ela afastada da escola por promover doutrinação marxista e seus alunos se insurgiram contra seu afastamento, o que se justifica, vez que, como sabemos, os professores de esquerda são mais simpáticos e benevolentes com seus discípulos.

Segundo o historiador e Professor, Marco Antonio Villa, nos últimos 13 anos, 90% dos livros didáticos de Historia, comprados e distribuídos pelo Ministério da Educação, tendenciosamente, deturpavam fatos históricos, a favor da esquerda. Nos dias atuais, promove-se intenso debate sobre a ‘’Escola Sem Partido’’, objeto do projeto de lei nº 1411/15, de autoria do Deputado Rogério Marinho (PSDB/RN) e que proíbe, sob pena da caracterização de ilícito penal, a professores fazerem pregação ideológica, em sala-de-aula. O projeto é bom, extirpados alguns excessos como, por exemplo, a extensão da pena aos autores dos livros, o que, a meu modesto juízo, estupra a liberdade de expressão. Se o livro é tendencioso, para um lado ou para outro, basta a Escola não adotá-lo. A ‘’Escola Sem Partido’’ propõe, em sua essência, que o Professor, principalmente de Historia e disciplinas afins, emita, tão somente, juízo de realidade, sobre o conteúdo da matéria lecionada. Isto não quer dizer, por exemplo, que o Professor de Historia não possa discorrer sobre as causas e conseqüências da Revolução Francesa ou da 2ª Guerra Mundial. Poderá, inclusive, promover debates, entre seus alunos, sobre tais temas. O que não poderá é, através de seu juízo pessoal, induzir o jovem a construir suas convicções em função das convicções dele, professor. O ensino sempre funcionou assim, produzindo importantes personalidades, à esquerda e à direita. Lembro-me de que, no Curso Clássico, tive um Professor de Português e Literatura, Candido de Oliveira, excelente por sinal, que apenas vim a sabê-lo comunista histórico, muito tempo depois, vez que, em sala de aula, mantinha-se distante de suas convicções políticas. Em tempos mais modernos, meu filho, então cursando a Faculdade de Direito da PUC, foi aluno do ex-ministro, José Eduardo Martins Cardoso e o considerava excelente Professor, que jamais introduziu política em seu magistério. E olha que meu filho é mais anti-petista do que eu. Assim, a ‘’Escola Sem Partido’’ vem recolocar o ensino brasileiro nos trilhos, permitindo ao jovem construir suas convicções, a partir de sua própria análise dos fatos, aprendidos e vividos. 

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