Ilustre colega, Procurador da República, que me honra com a
leitura de meu blog, manda-me notícia de uma Professora de Sociologia de
Curitiba, que teria sido afastada de suas funções, por fazer proselitismo
político, em sala de aula, a favor do marxismo. Seus alunos até compuseram um
‘’funk’’, denominado ‘’baile na favela’’, cuja letra, bastante
sintomática, canta: ‘’os burgueses não
moram na favela/ Estão nas empresas explorando a galera/ E os proletários, o
salário é uma miséria/ Essa é a mais valia, vamos acabar com ela’’.
Expressões como ‘’burgueses’’, ‘’mais valia’’ e ‘’proletários’’, indicam que a Professora ainda está nos anos 60. Foi
ela afastada da escola por promover doutrinação marxista e seus alunos se
insurgiram contra seu afastamento, o que se justifica, vez que, como sabemos,
os professores de esquerda são mais simpáticos e benevolentes com seus discípulos.
Segundo o historiador e Professor, Marco Antonio Villa, nos
últimos 13 anos, 90% dos livros didáticos de Historia, comprados e distribuídos
pelo Ministério da Educação, tendenciosamente, deturpavam fatos históricos, a
favor da esquerda. Nos dias atuais, promove-se intenso debate sobre a ‘’Escola Sem Partido’’, objeto do projeto
de lei nº 1411/15, de autoria do Deputado Rogério Marinho (PSDB/RN) e que
proíbe, sob pena da caracterização de ilícito penal, a professores fazerem
pregação ideológica, em sala-de-aula. O projeto é bom, extirpados alguns
excessos como, por exemplo, a extensão da pena aos autores dos livros, o que, a
meu modesto juízo, estupra a liberdade de expressão. Se o livro é tendencioso,
para um lado ou para outro, basta a Escola não adotá-lo. A ‘’Escola Sem Partido’’ propõe, em sua
essência, que o Professor, principalmente de Historia e disciplinas afins,
emita, tão somente, juízo de realidade, sobre o conteúdo da matéria lecionada.
Isto não quer dizer, por exemplo, que o Professor de Historia não possa
discorrer sobre as causas e conseqüências da Revolução Francesa ou da 2ª Guerra
Mundial. Poderá, inclusive, promover debates, entre seus alunos, sobre tais
temas. O que não poderá é, através de seu juízo pessoal, induzir o jovem a
construir suas convicções em função das convicções dele, professor. O ensino
sempre funcionou assim, produzindo importantes personalidades, à esquerda e à
direita. Lembro-me de que, no Curso Clássico, tive um Professor de Português e
Literatura, Candido de Oliveira, excelente por sinal, que apenas vim a sabê-lo
comunista histórico, muito tempo depois, vez que, em sala de aula, mantinha-se
distante de suas convicções políticas. Em tempos mais modernos, meu filho,
então cursando a Faculdade de Direito da PUC, foi aluno do ex-ministro, José
Eduardo Martins Cardoso e o considerava excelente Professor, que jamais
introduziu política em seu magistério. E olha que meu filho é mais anti-petista
do que eu. Assim, a ‘’Escola Sem
Partido’’ vem recolocar o ensino brasileiro nos trilhos, permitindo ao
jovem construir suas convicções, a partir de sua própria análise dos fatos,
aprendidos e vividos.
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