sexta-feira, 8 de julho de 2016

Considerações sobre uma rápida viagem



Ontem, fiz um ‘’bate-volta’’ ao Rio. Cheguei às 9h20 para uma primeira reunião ali na rua Santa Luzia, menos de 1.000 metros do aeroporto. Manhã esplendorosa de quase verão, fui a pé, pelo viaduto que cobre o Aterro do Flamengo. Chego aquela rua (sem ser abordado por nenhum ‘’trombadinha’’) que começa na Igreja do mesmo nome. Santa Luzia, mesmo tendo tido seus olhos furados e arrancados, seguiu professando sua fé em Deus. Porisso é considerada a ‘’protetora da visão’’. Como ainda tinha 15 minutos e estava a menos de cinco do meu destino, entrei. Igreja pequena, simples, com aquele estilo ‘’rococó’’, que caracteriza os templos do começo do século 20 para trás. Incrível pensar que, tendo trabalhado, por quase uma década, no quarteirão seguinte, nunca tenha, até por curiosidade, entrado naquela Igreja. Justifica-se: era eu ainda jovem, o que nos dá quase a certeza da imortalidade e do poder absoluto de guiar a vida. Terminada a reunião, segui para outra, na Avenida Rio Branco, onde cheguei, pela Cinelândia. Agrada-me aquelas construções neo-clássicas, trazidas da arquitetura francesa: o Teatro Municipal, a Escola de Belas Artes, a antiga sede do Supremo, a Biblioteca Nacional, cujo prédio está sendo recuperado. No tapume, que cobre sua fachada, há um ‘’apelo’’, cujo autor seria Ziraldo, onde sê lê: ‘’Entre! Ler é mais importante que estudar.’’ Pensamento prá lá de imbecil. A biblioteca pública ou particular, mesmo em tempo de internet, é excelente centro de pesquisa e sua qualidade é fator de credenciamento de Universidades. Lembro-me, quando estudante, das incontáveis horas, passadas na Biblioteca Municipal, que ficava na Praça Dom José Gaspar, lendo e estudando, atividades que se entrelaçam. O estudo, hoje mais do que nunca, é o único caminho aberto, para a independência. No avião, que me levou, li reportagem sobre uma jovem negra, moradora de favela, estudante de escola pública que, com muita dedicação, 10 horas por dia, mergulhada nos livros, classificou-se a participar de Olimpíada de Neurociência, a ser realizada em Copenhague, onde estarão adolescentes de 52 países. Eis porque afirmar que ‘’ler é mais importante que estudar’’, chega a ser um desserviço a juventude e até mesmo uma heresia. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário