quinta-feira, 28 de julho de 2016

Getulio e Dilma, distantes, no mesmo agosto

Quem viveu tempos idos ou gosta de história, não terá dúvida em estabelecer relação entre a “carta testamento”, deixada pelo Presidente Getulio Vargas e esta, agora enviada à Comissão de Impeachment, sob forma de defesa, pela “Presidenta” afastada, Dilma Rousseff. Getulio, além de apregoar sua honestidade – fato incontestavelmente verdadeiro – atribuiu as pressões, que o levariam ao suicídio, a interesses obscuros, contrários aos verdadeiros e legítimos interesses do povo. Dilma assevera que “exerceu o mandato de forma digna e honesta e de ser servidora pública dedicada e uma lutadora de causas justas.” E acrescenta, ao se referir ao processo de impeachment: “sou alvo desta farsa porque, como presidenta, nunca me submeti a chantagens. Não aceitei concessões e conciliações escusas...”

Lendo os dois documentos não nos parece encontrar similitude entre os dois presidentes? Na verdade, nenhuma! Getulio foi um estadista, na acepção verdadeira do termo e nem os seus mais ferrenhos adversários apontaram um dedo, enodoando sua honra. Deixou ele um legado, a favor da classe trabalhadora e, com a hidroelétrica de Paulo Afonso e com Volta Redonda tirou o Brasil da era agrícola, introduzindo-o na era industrial. Tendo governado, por 15 anos, sob regime ditatorial, foi vitima de seu jejum, em democracia. Mesmo sendo lacerdista histórico, por tudo que li, ouvi e vivi, tenho convicção formada de que Getulio nada teve a ver com o crime da Rua Toneleros, que selou sua derrocada. E quanto a Dilma? Nada que se disse sobre Getulio pode-se atribuir a ela. Tinha ele luz própria, que brilhou, mesmo após sua morte. Dilma surgiu, estrela obscura, pelas mãos de Lula, que pretendia fazer dela mero trampolim para voltar ao Poder. Dilma, honesta? Desde 2010 seus governos, com as campanhas eleitorais, estiveram cobertos pelo manto de diversos matises de ilicitudes, que vão emergindo, à medida que afloram delações premiadas dos que a rodeavam. Por tudo que lemos e ouvimos, de Pasadena e outros desvios da Petrobrás, até chegar à confissão de seu marqueteiro, temos o direito de duvidar de sua honestidade pessoal. Dilma afirma que “o destino sempre me reservou grandes desafios. Alguns pareciam intransponíveis, mas eu consegui vencê-los.” Quanta falácia! As dificuldades, por ela enfrentadas e que ela a todas sucumbiu, advieram de sua incapacidade gerencial e da corrupção que, com dolo ou culpa, permitiu que, qual erva daninha, se espalhasse pelo seu governo. O legado de Getulio foi o alicerce da indústria, ligação, que mudou a face do Brasil. O legado de Dilma foi o aviltamento de todos os segmentos econômicos, que gerou 12 milhões de desempregados. Getulio “saiu da vida para entrar na historia” e, em 24 de agosto, mais uma vez, será reverenciado por isto. Talvez, no próximo 24 de agosto, Dilma sairá da historia para morrer, sem gloria e nós nos rejubilaremos por isto.

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