Quem viveu tempos idos ou gosta de história, não terá dúvida
em estabelecer relação entre a “carta
testamento”, deixada pelo Presidente Getulio Vargas e esta, agora enviada à
Comissão de Impeachment, sob forma de defesa, pela “Presidenta” afastada, Dilma Rousseff. Getulio, além de apregoar sua
honestidade – fato incontestavelmente verdadeiro – atribuiu as pressões, que o
levariam ao suicídio, a interesses obscuros, contrários aos verdadeiros e
legítimos interesses do povo. Dilma assevera que “exerceu o mandato de forma digna e honesta e de ser servidora pública
dedicada e uma lutadora de causas justas.” E acrescenta, ao se referir ao
processo de impeachment: “sou alvo desta
farsa porque, como presidenta, nunca me submeti a chantagens. Não aceitei
concessões e conciliações escusas...”
Lendo os dois documentos não nos parece encontrar similitude
entre os dois presidentes? Na verdade, nenhuma!
Getulio foi um estadista, na acepção verdadeira do termo e nem os seus mais
ferrenhos adversários apontaram um dedo, enodoando sua honra. Deixou ele um
legado, a favor da classe trabalhadora e, com a hidroelétrica de Paulo Afonso e
com Volta Redonda tirou o Brasil da era agrícola, introduzindo-o na era
industrial. Tendo governado, por 15 anos, sob regime ditatorial, foi vitima de
seu jejum, em democracia. Mesmo sendo lacerdista histórico, por tudo que li,
ouvi e vivi, tenho convicção formada de que Getulio nada teve a ver com o crime
da Rua Toneleros, que selou sua derrocada. E quanto a Dilma? Nada que se disse
sobre Getulio pode-se atribuir a ela. Tinha ele luz própria, que brilhou, mesmo
após sua morte. Dilma surgiu, estrela obscura, pelas mãos de Lula, que
pretendia fazer dela mero trampolim para voltar ao Poder. Dilma, honesta? Desde
2010 seus governos, com as campanhas eleitorais, estiveram cobertos pelo manto
de diversos matises de ilicitudes, que vão emergindo, à medida que afloram
delações premiadas dos que a rodeavam. Por tudo que lemos e ouvimos, de
Pasadena e outros desvios da Petrobrás, até chegar à confissão de seu
marqueteiro, temos o direito de duvidar de sua honestidade pessoal. Dilma
afirma que “o destino sempre me reservou
grandes desafios. Alguns pareciam intransponíveis, mas eu consegui vencê-los.”
Quanta falácia! As dificuldades, por ela enfrentadas e que ela a todas
sucumbiu, advieram de sua incapacidade gerencial e da corrupção que, com dolo
ou culpa, permitiu que, qual erva daninha, se espalhasse pelo seu governo. O
legado de Getulio foi o alicerce da indústria, ligação, que mudou a face do
Brasil. O legado de Dilma foi o aviltamento de todos os segmentos econômicos,
que gerou 12 milhões de desempregados. Getulio “saiu da vida para entrar na historia” e, em 24 de agosto, mais uma
vez, será reverenciado por isto. Talvez, no próximo 24 de agosto, Dilma sairá
da historia para morrer, sem gloria e nós nos rejubilaremos por isto.
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